Discussão:Mamulengo

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Último comentário: 28 de maio de 2017 de Chico Mamulengo Simões no tópico Mamulengo

O mamulengo é usado, geralmente, em festas de carnaval. pense numa polpa....

Mamulengo[editar código-fonte]

O QUE É "MAMULENGO" ? Mamulengo, s.m. (bras.) Divertimento popular, que consiste em representações dramáticas por meio de bonecos.

Pré-história O teatro de bonecos nasceu na Índia ou na China, são diversas as lendas sobre sua origem nesses dois países. Os gregos antigos também já conheciam esse teatro que chamavam de “neuropasta” (neuron = nervo). Em Roma, eram apresentados em comemorações e banquetes e chamavam-se imagulaeanimate (imagens animadas), homunculi(homenzinho), ou, simplesmente, pupae (bonecos).[1] Bastante popular na Europa, com a mesma estrutura dramática da commediadellarte, na época das grandes navegações, apesar de hora ser perseguido, hora ser usado pela igreja, o teatro de bonecos sobreviveu às perseguições políticas e religiosas. Existem teses bem fundamentadas sobre "títeres pré-hispânicos" na América central e um monumento de pedra denominado "bilbao 21" na guatemala mostra uma figura asteca segurando em uma das mãos um boneco de luva. Sobre a África é preciso recuperar a dívida histórica e recontar toda história que o eurocentrismo vez questão de negar mas basta olhar para um "mamulengo" ou mesmo sentir o sabor dessa palavra para saber que a herança recebida é bem maior que a contada. Brasil Através de registros escritos sabemos que os jesuítas [2] e marinheiros brincantes, trouxeram os bonecos para o Brasil com vários nomes e formas distintas (engonço, bonifrate, tourinha, presepe...) e embora não possamos precisar exatamente por onde nem como ele chegou (como era popular na Europa pode ter chegado em diversos lugares e de diversas formas quase ao mesmo tempo) foi no nordeste onde absorvendo influências locais, indígenas e africanas que o boneco mais se desenvolveu como arte popular recebendo diversos nomes e particularidades de acordo com a região (Mamulengo - PE, Babau - PB, João Redondo ou Calunga no RN e Cassimiro Coco no CE, PI e MA). Já existiu em Minas Gerais com o nome de Briguela que é o mesmo nome que recebe no norte da Itália e também um personagem da Comedia Dellarte.

Transmitido oralmente, por convívio, de pai para filho, de mestre para aprendiz através de gerações, ao longo dos séculos, sobrevive, ainda, em sítios, povoados, praças, feiras e centros populares principalmente do nordeste, mas já pode ser visto também em cidades onde é marcante a presença de nordestinos como; Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

A ESTRUTURA DO MAMULENGO Em sua forma aparentemente simples, revela soluções cênicas originais e engenhosas. Centrada na capacidade de improvisação e no espírito cômico do mamulengueiro, cada “brincadeira“ é única. Através da comunicação direta com o público, os temas, personagens e histórias, são constantemente atualizados e adaptados às diferentes situações e platéias em que se apresentam, revelando uma estrutura singular, em constante estado de transformação mantendo ao mesmo tempo uma estética tradicional, carregando elementos históricos de um teatro popular, milenar e universal.

Os bonecos, verdadeiros “tesouros da arbitrariedade caprichosa” são feitos, geralmente de madeira e tecido, de feições caricaturais e sempre lembram algum tipo social bem conhecido; um político, um religioso, um aventureiro, um patrão, um doutor, uma senhora, uma moça solteira, um trabalhador rural, alguns bichos naturais, e até criações do outro mundo como almas penadas e diabos. O palco pode ser qualquer tecido onde o mamulengueiro se esconda atrás e os bonecos possam subir para brincar, mas também encontramos barracas de madeira com boca de cena e cortinas de correr como nos palcos italianos. O mamulengueiro é geralmente um homem com grande capacidade para inventar histórias e improvisar situações com os bonecos, brincando com o público e fazendo críticas aos costumes sociais, esse artista popular viaja pelo mundo possível,as vezes convidado as vezes tentando a sorte, as vezes querido as vezes excomungado, as vezes só as vezes acompanhado. A música que pode ser ao vivo (tocada por um terno, banco ou grupo) ou mecânica ao sabor do gosto do mestre) e varia entre forró, baiano, coco ou frevo. Confirmando a hereditariedade a estrutura dramática do mamulengo é a mesma da CommediaDell`arte. As histórias, contadas por personagens mais ou menos constantes, geralmente partem de antigos roteiros transmitidos oralmente de geração a geração, são clássicos populares que, adaptados livremente por cada mamulengueiro, vão se transformando para acompanhar a realidade sempre dinâmica da vida. De vez em quando um mamulengueiro inventa uma brincadeira totalmente nova, o que é muito bom para renovar a tradição. Outras características marcantes do mimetismo em permanente estado de ebulição e atualização histórica. Antigamente, quando não existia a TV e outras formas de diversão, o mamulengo fazia muito sucesso em todo o nordeste, depois passou por uma grande crise, e quase desaparece sob as vistas grossas dos folcloristas conservadores que, em nome de um purismo nostálgico e mumificante combatem a renovação da cultura popular negando sempre o dinamismo próprio das tradições vivas. Atualmente o mamulengo tem se renovado mantendo suas estruturas tradicionais, mas se atualizando, sobretudo na forma de se apresentar, buscando novos públicos e espaços, rompendo o isolamento e a exclusão a que esteve submetido é cada vez mais estudado como técnica teatral nas escolas de artes cênicas, sendo objeto de diversas teses acadêmicas o que o levou a ser oficialmente reconhecido pelo IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como Patrimônio Cultural Brasileiro obrigando o estado a desenvolver políticas de salvaguarda e apoio a brincadeira e aos brincantes. Chico Mamulengo Simões (discussão) 13h05min de 28 de maio de 2017 (UTC) --Chico Mamulengo Simões (discussão) 12h57min de 28 de maio de 2017 (UTC)Responder

  1. BORBA FILHO, Hermilo. Fisionomia e Espírito do Mamulengo. Rio de Janeiro: INACEN, 1987.
  2. BORBA FILHO, Hermilo. Fisionomia e Espírito do Mamulengo. Rio de Janeiro: INACEN, 1987.