Disparo de bigorna

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Bigorna sendo disparada

Disparo de bigorna (também conhecido como lançamento de bigorna ou tiro de bigorna)[1] é a prática de disparar uma bigorna no ar utilizando pólvora.

É um passatempo comum nos Estados Unidos, surgido quando o uso de bigornas entrou em declínio na metalurgia.[2] Já foi utilizado em celebrações, por vezes em substituição a uma salva de tiros. Um de tais eventos ocorreu quando o Texas se separou da União, antes da Guerra Civil Americana. Na ocasião, em 23 de fevereiro de 1861, o ranger do Texas e apoiador da União Thomas Lopton Campbell Jr. foi capturado e obrigado a disparar bigornas em celebração à secessão.[3] Também tornou-se comum no dia de São Clemente,[4] e em alguns locais, como New Westminster, segue ocorrendo tradicionalmente.[5]

Bigorna preparada. A pólvora está em uma câmara entre as bigornas e o fuso.

Método[editar | editar código-fonte]

Normalmente, duas bigornas são utilizadas: uma como a base virada para baixo, e a outra como o projétil ou voadora virada para cima sobre a base.[6] Um método alternativo é colocar a bigorna da base virada para cima, e encher seu furo quadrado com pólvora negra. Um toro ou arruela é colocado sobre o furo, com espaço para o fuso ou uma trilha de pólvora, e a bigorna do projétil é colocada virada para baixo.[7][3]

Uma técnica para disparar utilizando apenas uma única bigorna utiliza uma base de pedra. O espaço formado pela base côncava da bigorna é preenchido com pólvora negra. Os pós modernos de base dupla têm densidades de energia muito mais altas, o que os torna inadequados. Um fusível é projetado para fora, depois aceso, e a deflagração resultante envia a bigorna do projétil vários metros no ar.

Bigornas costumavam ser disparadas no Dia de São Clemente, para honrar o Papa Clemente I, o padroeiro dos ferreiros.[8]

Perigos[editar | editar código-fonte]

Os indivíduos podem ser esmagados pela queda de bigornas. A pólvora negra também pode inflamar-se prematuramente quando a bigorna superior é colocada. Como em qualquer caso onde um explosivo é confinado em todos os lados por metal, e os estilhaços também podem ser perigosos. Se uma bigorna danificada ou estruturalmente fraca for usada, a base da bigorna poderá quebrar durante a ignição.

Física e química[editar | editar código-fonte]

A técnica depende do fato de que a pólvora negra é um explosivo deflagrante, que queima mais rapidamente sob pressão.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. “Anvil Shooting,” Tennessee Folk Series, Tennessee Arts Commission, The National Education Association and the Public Broadcasting System Radio Series, 1977-79.
  2. Auricchio, Jocelyn (4 de julho de 2011). «Para que serve uma bigorna?». Superinteressante. Consultado em 1 de julho de 2023. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2020 
  3. a b Rockwell, Stella Campbell (1978). «ch. 9, "Boom Of Anvils"». Tumbleweed Treck. Oklahoma: Enid 
  4. Short, Walter (17 de novembro de 2009). «Blacksmiths celebrate St Clement's Day at Sticklepath's Finch Foundry - November 21st». Okehampton People. Consultado em 1 de julho de 2023. Arquivado do original em 16 de abril de 2011 
  5. Thomson, Gerald. "140 Years of May Day in New Westminster, 1870–2010." British Columbia History Magazine 44.1 (2011): 9-15.
  6. Cheek, Angie; Nix, Lacy Hunter, eds. (2006). «Anvil Shooting». The Foxfire 40th anniversary book: faith, family, and the land. Foxfire Fund. [S.l.]: Anchor Books. pp. 193–196. ISBN 9780307275516. OCLC 65538811 
  7. A Tennessee folklore sampler : selections from the Tennessee folklore society bulletin, 1935-2009. [S.l.: s.n.] p. 131 
  8. Short, Walter (17 de novembro de 2009). «Blacksmiths celebrate St Clement's Day at Sticklepath's Finch Foundry - November 21st». okehamptonpeople. Consultado em 1 de outubro de 2010. Arquivado do original em 16 de abril de 2011 
  9. Gurstelle, William (2009). Absinthe & flamethrowers : projects and ruminations on the art of living dangerously. Chicago: Chicago Review Press. ISBN 978-1-55652-822-4. OCLC 273817829 
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