Dor pélvica crônica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Caracteriza-se dor pélvica crônica (DPC) como uma sensação dolorosa no andar inferior do abdome ou pelve, pelo período mínimo de seis meses, suficientemente intensa para levar a paciente a procurar atendimento médico. As mulheres com dor pélvica crônica possuem, geralmente, diversas comorbidades, desse modo, atualmente, a DPC é caracterizada como uma síndrome.

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

Sua prevalência é estimada entre 15 a 20% das mulheres em idade reprodutiva, nível semelhante ao da cefaleia. Representa, também, de 10 a 40% das indicações de laparoscopias e de 15 % das indicações de histerectomia.

No caso de homens, em 95% dos casos de prostatite, elas não são bacterianas, configurando em dor pélvica crônica, e em grande número por questões músculo esquelético.

Etiologia[editar | editar código-fonte]

As causas de dor pélvica crônica podem ser divididas em ginecológicas e não ginecológicas. Entre as primeiras a endometriose ocupa lugar de destaque sendo encontrada em cerca de 40% dessas mulheres. Outras causas ginecológicas: Adenomiose, aderências pélvicas, leiomioma e varizes pélvicas. As causas não ginecológicas podem originar-se de diversos orgãos com topografia pélvica. As principais causas gastro-intestinais são a obstipação crônica e a síndrome do colon irritável. A cistite intersticial crônica é uma inflamação crônica na bexiga causando não apenas dor mais outros sintomas urinários. Vale lembrar também que frequentemente encontramos a associação de distúrbios músculo-esqueléticos com as outras já citadas.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

A principal arma no diagnóstico etiológico da dor pélvica crônica é a anamnese. Todos os aspectos do quadro álgico devem ser investigados. O tempo de duração, se houve progressão, se esta foi rápida ou lenta, cada sintoma associado durante o processo, medicamentos e tratamentos tentados e como foi a resposta a cada um deles. É importante lembrar que mais de 70% dessas mulheres possuem mais de um diagnóstico. Está informação é fundamental para o raciocínio durante a anamnese. De acordo com a suspeita diagnóstica, exames específicos e direcionados devem ser solicitados.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O tratamento é estabelecido quando determinado(s) o(s) diagnóstico(s) etiológico(s) principal(is). É obrigatório para o sucesso terapêutico que o tratamento seja multidisciplinar e não restrito ao ginecologista. Normalmente uma equipe adequado inclui fisioterapeuta pélvica, psicoterapeuta e psiquiatra.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Krina T. Zondervan et al, Chronic pelvic pain in the community—Symptoms, investigations, and diagnoses. Am J Obstet Gynecol. 2001 May;184(6):1149-55.
  • Pallavi Latthe et al, Factors predisposing women to chronic pelvic pain: systematic review. BMJ, doi:10.1136/bmj.38748.697465.55 (published 16 February 2006).
  • Baranowski AP.Chronic pelvic pain. Best Pract Res Clin Gastroenterol. 2009;23(4):593-610.
  • Cheong Y, William Stones R., Chronic pelvic pain: aetiology and therapy., Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2006 Oct;20(5):695-711. Epub 2006 Jun 9.
  • American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice Bulletin no. 51. Chronic pelvic pain. Obstet Gynecol 2004;103(3):589-605.

Veja também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]