Draconário

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Reconstituição de um draconário durante o Festival Romano de 2007 em Augusta Ráurica

Draconário (em latim: Draconarius) foi um tipo de signífero que portou uma estandarte de cavalaria conhecido como dragão no exército romano. Em sentido estrito, o termo denota o portador desse estandarte,[1] contudo com o tempo passou a ser empregado pelo cristianismo para descrever o portador do lábaro em batalha e também os portadores da cruz em procissões.[2]

Dos dácios e sármatas conquistados, os romanos no tempo do imperador Trajano (r. 98–117) portaram a insígnia do dragão que logo tornar-se-ia o estandarte da coorte, como a águia era da legião.[3] Sua importância cresceu no seio das coortes romanas, e pelo século século IV, segundo Vegécio, foi introduzido como o novo estandarte romano.[4]

O ofício de draconário é atestado tão tardiamente quanto o século VI, embora é impreciso se por essa época o emprego do termo significa que ainda exercia alguma função ou se meramente seria uma acepção anacronística.[5] Seja como for, sabe-se mediante as fontes existentes que pelo século VIII, quando a guarda imperial dos excubitores, criados durante o reinado do imperador bizantino Leão I, o Trácio (r. 457–474), tornar-se-iam um tagma após as reformas de Constantino V Coprônimo (r. 741–775), havia um oficial de nome draconário (em grego: δρακονάριος; romaniz.:drakonários), certamente derivado do oficial clássico, que compunha essa unidade.[6]

Referências

  1. Smith 1875, p. 579.
  2. Tyrwhitt 2005, p. 197.
  3. Yust 1953, p. 570.
  4. Den Boeft 1987, p. 97.
  5. Dennis 2001, p. 140.
  6. Treadgold 1995, p. 102-104.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Den Boeft, J.; Den Hengst, D. (1987). H. C. Teitler, ed. Philological and historical commentary on Ammianus Marcellinus XX: Volume 4. Amsterdã: John Benjamins Publishing Company. ISBN 978-90-6980-012-7 
  • Dennis, George T. Maurice's Strategikon: Handbook of Byzantine Military Strategy. Filadélfia, Pensilvânia: University of Pennsylvania Press. ISBN 0812217721 
  • Smith, Sir William; Cheetham, Samuel (1875). Dictionary of Christian antiquities. Boston: Little, Brown and Company 
  • Treadgold, Warren T. (1995). Byzantium and Its Army, 284–1081. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-3163-2 
  • Tyrwhitt, Richard (2005). The Art Teaching of the Primitive Church with an Index of Subjects, Historical and Emblematic. Whitefish, Montana: Kessinger Publishing. ISBN 978-1-4179-7439-9 
  • Yust, Walter (1953). Encyclopaedia britannica: a new survey of universal knowledge. Chicago, Ilinóis: Encyclopaedia Britannica Inc.