Duarte Galvão

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Duarte Galvão
Duarte Galvão
Nascimento 1446
Évora
Morte 9 de junho de 1517
Cidadania Reino de Portugal
Filho(a)(s) Isabel Galvão
Ocupação diplomata, escritor, historiador, scrivener
Vista de Lisboa: iluminura da Chronica do Muito Alto e Muito Esclarecido Príncipe D. Afonso Henriques, Primeiro Rey de Portugal

Duarte Galvão (Évora, 1446Kamaran, 9 de Junho de 1517) foi um cronista e diplomata português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Rui Galvão e de sua mulher Branca Gonçalves, era irmão de D. João Galvão, 36.º Bispo de Coimbra e 1.º Conde de Arganil de juro e herdade.

Fidalgo da Casa Real,[1][2][3] e Comendador da Ordem de Santiago, foi Cronista-Mor do Reino de Portugal em 1460, autor da Crónica de D. Afonso Henriques, Secretário de D. Afonso V de Portugal[4] e de D. João II de Portugal, Alcaide-Mor do Castelo de Leiria, Embaixador ao Imperador Maximiliano I do Santo Império Romano, ao Rei Luís XII de França e ao Papa Alexandre VI, etc.[5][6]

Este cronista, adepto dos ideais de Joaquim da Flora, um abade italiano ligado ao culto do Espírito Santo e da ideia do Quinto Império, está bastante ligado aos ideais de mistificação do Império português. A sua única obra conhecida é a Chronica do Muito Alto e Muito Esclarecido Príncipe D. Afonso Henriques, Primeiro Rey de Portugal, de 1505.

Em 1515, já septuagenário, foi nomeado para chefiar a embaixada enviada à Etiópia, ao famoso Preste João, acompanhando o regresso de Mateus, emissário da rainha Helena ao rei D. Manuel I de Portugal, onde seguia na companhia do padre Francisco Álvares.[7][8] A embaixada partiu a 7 de Abril na Armada do novo governador da Índia Lopo Soares de Albergaria,[9] que em 1517 no Mar Vermelho falhou a tentativa de os desembarcar. Duarte Galvão faleceu aí em Dezembro, antes de chegar ao destino, na Ilha do Camarão, embora durante alguns anos não se soubesse em Portugal que tinha morrido. Para o substituir foi nomeado D. Rodrigo de Lima, que chegou à Etiópia em Abril de 1520.

Casamentos e descendência[10][editar | editar código-fonte]

Casou primeira vez antes de 11 de Abril de 1475[11] com D. Catarina (ou Isabel) de Sousa e Albuquerque, nascida entre 1451 e 1456, filha de D. Fernando de Sousa, alcaide-mor do castelo de Leiria, e de sua mulher Isabel de Albuquerque, da qual teve uma única filha:

Casou segunda vez com Catarina da Silva de Vasconcelos ou Catarina de Sousa, nascida entre 1457 e 1460 e falecida depois de 23 de Fevereiro de 1524,[22] filha de João Rodrigues Ribeiro de Vasconcelos, 4.º Senhor da Nóbrega de juro e herdade, 3.º Senhor de Figueiró dos Vinhos de juro e herdade e 3.º Senhor de Pedrógão-Grande e -Pequeno de juro e herdade, 1.º Senhor da Lousã de juro e herdade, e de sua mulher Branca da Silva, da qual teve dez filhos e filhas:

Fora dos casamentos, teve dois filhos:

  • António Galvão
  • Pedro Vieira da Silva, casado e com geração

Referências e Notas

  1. A 15 de Maio de 1503 Duarte Galvão, fidalgo da Casa Real, teve provisão para receber 10$000 reais em parte dos 51$432 de sua tença.
  2. a b A 25 de Abril de 1504 o rei autorizou que da tença de Duarte Galvão se desse ao secretário Jorge Garcês 10$000 reais cada ano, na forma do ajuste de seu casamento.
  3. A 7 de Maio de 1505 Duarte Galvão teve provisão para receber 41$432 reais que tinha de tença.
  4. A 16 de Novembro de 1476 D. Afonso V doou a Dona Filipa os direitos de foro em cada ano das quintas do cabido de Santiago da Galiza que estavam na posse de Duarte Galvão, seu secretário.
  5. A 20 de Outubro de 1512 D. Manuel I mandou que, dando Álvaro Pimentel 12 quintais de pimenta, se dê o procedido dela a Duarte Galvão.
  6. De 17 de Outubro de 1513 há um rol assinado por Duarte Galvão em que consta pertençerem a Tomás Terrim 185$360 reais.
  7. A 21 de Janeiro de 1515 Duarte Galvão escreveu ao rei, dizendo-lhe que o capitão-mor está muito contra ele, pelas intrigas de Vila Lobos e não querer o dito capitão aceitar a sua embaixada.
  8. A 10 de Março de 1515 o rei mandou que se desse a Duarte Galvão uns vestidos, que o mandavam por embaixador ao Preste João.
  9. A 14 de Outubro de 1515 fez-se auto de testemunhas que se tiraram por mandado de Lopo Soares, vice-rei da Índia, a requerimento de Mateus, embaixador do Preste João, contra Duarte Galvão, também embaixador ao Preste João.
  10. Manuel da Costa Juzarte de Brito, Nuno Gonçalo Pereira Borrego e Gonçalo Manuel de Mello Gonçalves Guimarães. Livro Genealógico das Famílias desta Cidade de Portalegre. 1.ª Edição, Lisboa, 2002. [S.l.: s.n.] 587 
  11. A 11 de Abril de 1475 D. Afonso V perdoa a justiça régia a Pero Cação, morador na cidade do Porto, acusado de ter tirado a virgindade a Catarina Rodrigues, camareira de Dona Isabel e de Duarte Galvão, fidalgo da sua Casa e seu secretário, bem com ter lhes ter roubado ouro, tendo pago 1$000 reais para a Piedade.
  12. A 20 de Março de 1511 Jorge Garcês teve provisão para receber 175.000 reais em pimenta, pelas armas que entregou nas armarias de Lisboa.
  13. A 12 de Setembro de 1511 D. Manuel I mando o tesoureiro da especiaria da Casa da Índia dar a Jorge Garcês, em pimenta, 170$650 reais a 22 cruzados o quintal, metade do que há-de haver por 60 âncoras que meteu no armazém da Casa da Índia.
  14. A 18 de Novembro de 1511 o mesmo rei manda os oficiais da Casa da Índia darem a Jorge Garcês 357$375 reais em pimenta a preço de 22 cruzados o quintal.
  15. A 6 de Maio de 1517 D. António de Almeida, contador-mor, manda o recebedor da sisa do trigo pagar a Jorge Garcês, escrivão das fianças, 1$500 reais.
  16. A 4 de Março de 1518 D. António de Almeida, contador-mor, manda o recebedor da sisa da fruta pagar a Jorge Garcês, escrivão das fianças, $560 reais que devia de haver dos rendeiros da dita casa.
  17. A 4 de Março de 1518 D. António de Almeida, contador-mor, mandou o recebedor da sisa do trigo pagar a Jorge Garcês, escrivão das fianças, 1$210 reais.
  18. A 15 de Abril de 1518 D. António de Almeida, contador-mor, mandou o recebedor da sisa dos panos pagar a Jorge Garcês, escrivão das fianças, 3$200 reais na forma do dito mandado.
  19. A 14 de Abril de 1519 Rui Gonçalves Maracote, corregedor e contador-mor, mandou o recebedor da sisa do trigo de Lisboa pagar a Jorge Garces, escrivão das fianças, 1$000 reais de seu mantimento.
  20. A 19 de Abril de 1521 D. António de Almeida, contador-mor, manda/mandou o recebedor da sisa dos panos pagar a Jorge Garcês, escrivão das fianças, 2.648 reais.
  21. A 14 de Maio de 1529 Gonçalo Coelho, fidalgo da Casa do rei e seu contador-mor, mandou que se pagasse a Jorge Garcês, escrivão das Fianças, 2$750 reais.
  22. A 23 de Fevereiro de 1524 D. Catarina de Sousa, mulher (viúva) de Duarte Galvão, teve provisão para receber 15$000 reais à conta dos 30$000 reais que tinha de tença.

Fontes[editar | editar código-fonte]

Obras[editar | editar código-fonte]