Economia azul

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Economia azul é um termo da economia relacionado com a explotação (português do Brasil) ou exploração (português de Portugal), preservação e regeneração do ambiente marinho. Seu escopo de interpretação varia entre as organizações. No entanto, o termo é geralmente usado para abordar o desenvolvimento sustentável dos recursos costeiros.

A Economia azul pode incluir uma ampla gama de setores econômicos, desde a pesca mais convencional, aquicultura, o transporte marítimo, turismo costeiro, marinho e marítimo[1], ou outros usos tradicionais, até atividades mais emergentes, como energia renovável costeira, serviços de ecossistemas marinhos (isto é, carbono azul), mineração marinha e bioprospecção .

Definições[editar | editar código-fonte]

De acordo com o Banco Mundial a economia azul é o "uso sustentável dos recursos oceânicos para o crescimento econômico, a melhora dos meios de subsistência e empregos, preservando a saúde do ecossistema oceânico".[2]

A Comissão Europeia define-a como "Todas as atividades econômicas relacionadas com os oceanos, mares e costas. Abrange uma ampla gama de setores estabelecidos e emergentes interligados."[3]

A Comunidade das Nações a considera "um conceito emergente que incentiva uma melhor administração de nossos oceanos ou recursos 'azuis'".[4]

A Conservação Internacional acrescenta que “a economia azul também inclui benefícios econômicos que podem não ser comercializados, como armazenamento de carbono, proteção costeira, valores culturais e biodiversidade”.[5]

O Center for the Blue Economy diz que "é um termo amplamente usado em todo o mundo com três significados relacionados, mas distintos - a contribuição geral dos oceanos para as economias, a necessidade de abordar a sustentabilidade ambiental e ecológica dos oceanos, e a economia do oceano como uma oportunidade de crescimento para países desenvolvidos e em desenvolvimento".[6]

Ship with cranes
O transporte marítimo faz parte da economia azul.

Um representante das Nações Unidas definiu a Economia Azul como uma economia que "compreende uma série de setores econômicos e políticas relacionadas que, em conjunto, determinam se o uso dos recursos oceânicos é sustentável. Um importante desafio da economia azul é entender e gerenciar melhor os vários aspectos da sustentabilidade oceânica, desde a pesca sustentável até a saúde do ecossistema e a prevenção da poluição. Em segundo lugar, a economia azul nos desafia a perceber que a gestão sustentável dos recursos oceânicos exigirá colaboração além das fronteiras e setores, por meio de uma variedade de parcerias e em uma escala que não foi alcançada anteriormente. Esta é uma tarefa difícil, especialmente para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e os Países Menos Desenvolvidos que enfrentam limitações significativas." A ONU observa que a Economia Azul ajudará a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, dos quais um objetivo, 14, é " vida abaixo da água ".

A World Wide Fund for Nature (WWF) inicia o relatório Principles for a Sustainable BLUE ECONOMY[7] com dois sentidos dados a este termo: "Para alguns, economia azul significa o uso do mar e seus recursos para o desenvolvimento econômico sustentável. Para outros, refere-se simplesmente a qualquer atividade econômica do setor marítimo, seja ela sustentável ou não.” Como o WWF revela em seu objetivo do relatório, ainda não há uma definição amplamente aceita do termo economia azul, apesar da crescente adoção de alto nível como conceito e meta de formulação de políticas e investimentos.[8]

Termos relacionados[editar | editar código-fonte]

Economia oceânica[editar | editar código-fonte]

Um termo relacionado à economia azul é economia oceânica e vê-se algumas organizações usando os dois termos de forma intercambiável.[9] No entanto, esses dois termos representam conceitos diferentes. A economia oceânica simplesmente lida com o uso dos recursos oceânicos e visa estritamente fortalecer o sistema econômico do oceano.[10] A economia azul vai além de ver a economia oceânica apenas como um mecanismo de crescimento econômico.[11] Ela se concentra na sustentabilidade do oceano para o crescimento econômico. Portanto, a economia azul engloba aspectos ecológicos do oceano junto com aspectos econômicos.

Economia verde[editar | editar código-fonte]

A economia verde é definida como uma economia que visa a redução dos riscos ambientais, e que visa o desenvolvimento sustentável sem degradar o meio ambiente. Está intimamente relacionado com a economia ecológica. Portanto, a economia azul é uma parte da economia verde. Durante a Cúpula Rio+20 em junho de 2012, os pequenos estados insulares em desenvolvimento do Pacífico afirmaram que, para eles, "uma economia verde era de fato uma economia azul".[12]

Crescimento azul[editar | editar código-fonte]

Um termo relacionado é crescimento azul, que significa “apoio ao crescimento do setor marítimo de forma sustentável”.[13] O termo é adotado pela União Europeia como uma política marítima integrada para atingir os objetivos da estratégia Europa 2020.[14]

Potencial[editar | editar código-fonte]

Além das atividades oceânicas tradicionais, como pesca, turismo e transporte marítimo, a economia azul envolve indústrias emergentes, incluindo energia renovável, aquicultura, atividades extrativas do fundo do mar, biotecnologia marinha e bioprospecção.[15] A economia azul também tenta abraçar os serviços dos ecossistemas oceânicos que não são capturados pelo mercado, mas fornecem uma contribuição significativa para a atividade econômica e humana. Eles incluem sequestro de carbono, proteção costeira, eliminação de resíduos e a existência de biodiversidade.[15]

O relatório da WWF de 2015 coloca o valor dos principais ativos oceânicos acima de US$ 24 trilhões.[16] A pesca está agora super explorada, mas ainda há muito espaço para aquicultura[17] e energia eólica offshore.[18] A aquicultura é o setor de alimentos que mais cresce, com o fornecimento de 58% dos peixes para os mercados globais.[19] A aquicultura é vital para a segurança alimentar, especialmente dos países mais pobres. Só na União Europeia a economia azul empregou 3.362.510 pessoas em 2014.[20]

Problemas[editar | editar código-fonte]

O Banco Mundial especifica três desafios que limitam o potencial para desenvolver uma economia azul.[21]

  1. Tendências econômicas atuais que degradam rapidamente os recursos oceânicos.
  2. A falta de investimento em capital humano para o emprego e desenvolvimento em setores inovadores da economia azul.
  3. Cuidados inadequados com os recursos marinhos e serviços ecossistêmicos dos oceanos.

Setores[editar | editar código-fonte]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Sharafuddin, Mohammed Ali; Madhavan, Meena (2020). «Thematic Evolution of Blue Tourism: A Scientometric Analysis and Systematic Review». Global Business Review (em inglês). 0972150920966885 páginas. ISSN 0972-1509. doi:10.1177/0972150920966885 
  2. «What is the Blue Economy?». THE WORLD BANK. 6 de Junho de 2017 
  3. «The 2018 Annual Economic Report on EU Blue Economy» (PDF). European Union. 5 páginas. 2018 
  4. (http://www.hydrant.co.uk), Site designed and built by Hydrant (21 de Março de 2018). «Blue economy | The Commonwealth». thecommonwealth.org (em inglês) 
  5. Bertazzo, Sophie (7 de março de 2018). «What on Earth is the 'blue economy'? – Human Nature – Conservation...». Human Nature – Conservation International Blog (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2018 
  6. «Our History and Methodology». Middlebury Institute of International Studies at Monterey (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2018 
  7. Principles for a Sustainable BLUE ECONOMY (PDF). [S.l.]: World Wildlife Fund 
  8. Principles for a Sustainable BLUE ECONOMY (PDF). [S.l.]: World Wildlife Fund 
  9. «Ocean Economy Takes Center Stage at Davos». Grit Daily News (em inglês). 9 de fevereiro de 2019. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  10. Examrace. «Blue Economy versus Ocean Economy- Translation in Hindi, Kannada, Malayalam, Marathi, Punjabi, Sindhi, Sindhi, Tamil, Telgu – Examrace». www.examrace.com (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2018 
  11. (http://www.hydrant.co.uk), Site designed and built by Hydrant (21 de Março de 2018). «Blue economy | The Commonwealth». thecommonwealth.org (em inglês) 
  12. «What a 'blue economy' really is – WWF's perspective». WWF. 10 de Julho de 2015 
  13. «BLUE GROWTH». Mare. European Commission. 2014 
  14. Anonymous (28 de setembro de 2016). «Blue growth – Maritime Affairs – European Commission». Maritime Affairs – European Commission (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2018 
  15. a b «The Potential of the Blue Economy : Increasing Long-term Benefits of the Sustainable Use of Marine Resources for Small Island Developing States and Coastal Least Developed Countries» (PDF). World Bank: ix. 2017 
  16. «What a 'blue economy' really is – WWF's perspective». WWF. 10 de Julho de 2015 
  17. Fujita, Rod (11 de Julho de 2012). «FAO Reports 87% of the World's Fisheries are Overexploited or Fully Exploited». FAO 
  18. Wind EUROPE; BVGassociates. Unleashing Europe's offshore wind potential (PDF). Brussels, Belgium: [s.n.] 
  19. «The Potential of the Blue Economy : Increasing Long-term Benefits of the Sustainable Use of Marine Resources for Small Island Developing States and Coastal Least Developed Countries» (PDF). World Bank: ix. 2017 
  20. «BLUE GROWTH». Mare. European Commission. 2014 
  21. «The Potential of the Blue Economy : Increasing Long-term Benefits of the Sustainable Use of Marine Resources for Small Island Developing States and Coastal Least Developed Countries» (PDF). World Bank: ix. 2017 
  22. Sharafuddin, Mohammed Ali; Madhavan, Meena (2020). «Thematic Evolution of Blue Tourism: A Scientometric Analysis and Systematic Review». Global Business Review (em inglês). 0972150920966885 páginas. ISSN 0972-1509. doi:10.1177/0972150920966885 
  23. «BLUE GROWTH». Mare. European Commission. 2014