Edifício Viadutos

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Edifício Viadutos
História
Arquiteto
Engenheiro
Artacho Jurado
Período de construção
1950-1956
Abertura
Edifício Viadutos
Restaurado
2014
Uso
Residencial
Arquitetura
Estilo
Nouveau, Decó e Hollywoodiano
Estatuto patrimonial
bem tombado pelo Conpresp (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Área
1 800 m2
Pisos
27
Elevador
12
Administração
Contratante
Monções Construtora e Imobiliária S.A.
Localização
Localização
Praça General Craveiro Lopes, 19 (Bela Vista), São Paulo, SP - CEP: 01319-070
Localização
Coordenadas
Mapa

O condomínio Edifício Viadutos é uma construção projetada pelo arquiteto Artacho Jurado e que fica localizada na Praça General Craveiro Lopes, número 19, no bairro da Bela Vista, na região central da cidade de São Paulo. O prédio foi assim nomeado devido à sua localização na confluência dos viadutos Nove de Julho e Jacareí (estabelecendo entrada para o bairro do Bexiga). Situa-se próximo à estação Anhangabaú do metrô e à Câmara Municipal de São Paulo.[1]

O Edifício Viadutos é uma construção histórica que foi tombada pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Estado de São Paulo) no ano de 2002, como é possível observar na resolução de número 22/2002 disponível para consulta online. A ação foi responsável pelo tombamento de toda a região da Bela Vista e incluiu cerca de outros 500 imóveis dentro do perímetro demarcado pelo órgão responsável.[2] Arquitetado pela Construtora Monções, construtora do próprio Artacho Jurado, o Edifício Viadutos conclui de maneira monumental a visão da Avenida Nove de Julho e da Avenida São Luiz, sinalizando o início do bairro do Bixiga. Sua quantidade abundante e plural de plantas teve como consequência a formação de oito tipos de apartamentos diferenciados, e sua configuração deslumbrante, assim como o layout, foram perfeitamente recebidos pela classe média da época.[3]

A construção possui 368 apartamentos divididos pelos seus vinte e sete andares. Apresenta estilo eclético e em sua cobertura é possível ter uma visão de 360º da cidade de São Paulo.

História[editar | editar código-fonte]

O Edifício Viadutos fez parte do planejamento urbano desenvolvido pelo empresário Artacho Jurado, um dos responsáveis por escrever a história arquitetônica da cidade. O prédio foi desenhando pensando em atender as demandas das classes emergentes da década de 1950 da cidade de São Paulo[4] que buscava locais e construções que traduzissem seu estilo de vida que era, cada vez mais, influenciado por referências estrangeiras e ansiava por recriar em solo nacional o sentimento internacional.

Construção e Influências[editar | editar código-fonte]

O projeto arquitetônico do Edifício viadutos remonta à década de 1950, quando foi iniciada sua construção pela Monções Construtora e Imobiliária S.A., propriedade de Artacho Jurado, idealizador e arquiteto por trás do imóvel. Ele mesclava referências dos mais distintos tipos para conceber seus empreendimentos, como, por exemplo, os estilos franceses nouveau e déco e referências ao glamour Hollywood. Somente 6 anos após o início da construção – em 1956 – o prédio estaria pronto.[5][6]

Na publicação de 1950 da Revista Acrópole[7], edição de número 13, é possível encontrar o anúncio e uma foto da maquete do Edifício Viadutos quando o empreendimento começou a ser anunciado. São 27 andares[7] e 12 elevadores[8] – entretanto, apenas dois[6] chegam até a famosa cobertura do prédio que tem vista privilegiada para a cidade de São Paulo – com apartamentos residenciais planejados para atender a uma demanda crescente na época das camadas de classe média e alta paulistas.

Quando tombado pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Estado de São Paulo) em 2002, a administração do condomínio foi orientada a retirar o luminoso da cobertura do prédio, que havia sido um dos primeiros a serem instalados na cidade.[2]

Restauração[editar | editar código-fonte]

Com 58 anos de construção e mais de dez após seu tombamento no ano de 2002, em 2014 o Edifício Viadutos teve sua estrutura restaurada[6]. Sobretudo a fachada do prédio que estava em péssimas condições – os pequenos azulejos característicos de seu visual estavam descolando e muitos já haviam caído, deixando, assim, diversos buracos sem revestimento. Além da fachada, fizeram parte da obra, também, a marquise e o salão de festas do prédio.[6]

A reforma custou cerca de R$ 600 mil que foram arcados pelos próprios moradores locais. A equipe de gestão responsável tentou acessar os recursos providos pela Lei Rouanet, que, como é um edifício tombado pelo CONPRESP, teria direito à verba para a restauração, entretanto, o processo não obteve sucesso e, assim, os condôminos concordaram em contribuir com as despesas do restauro.[6][9]

Relevância[editar | editar código-fonte]

Tombado em 2002 pelo CONPRESP pela resolução de número 22/2002[2] – que pode ser acessada online – o Edifício Viadutos faz parte da memória de uma época da cidade. O processo determinou que todo o perímetro do bairro da Bela Vista fosse considerado como patrimônio histórico – são cerca de 500 imóveis, incluindo o Edifício Viadutos. O objetivo dessa ação era conservar uma parcela da história que determinou os rumos do que se conhece hoje na cidade.

Artacho Jurado – idealizador da construção – foi um dos responsáveis por traçar as bases da cultura urbanísticas de São Paulo, tendo desenvolvido diversas construções que procuram atender as demandas das classes altas da cidade e, assim, o Edifício Viadutos é um marco histórico no que diz respeito aos projetos criados para esse público. Os padrões adotados nele, são, até hoje, um referencial para os prédios de alto padrão.[10]

O Edifício Viadutos, pelo menos até o final do ano de 2016, além de abrigar moradores em seus apartamentos,[11] aluga seus espaços comuns e cobertura para eventos, festas, gravações, dentre outras finalidades, pois seu estilo clássico da época, aliado à boa conservação do bem, é um atrativo que proporciona uma viagem nostálgica aos anos 1950 e a história da cidade.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Cultura, SP (26 de outubro de 2015). «Edifício Viadutos - SP Cultura». SP Cultura 
  2. a b c Departamento do Patrimônio Histórico, Prefeitura do Município de São Paulo. «Resolução nº 22/2002 CONPRESP» (PDF). Documento de tombamento da região da Bela Vista. CONPRESP. Consultado em 17 de novembro de 2016 
  3. Cultura, SP (26 de outubro de 2015). «Edifício Viadutos - SP Cultura». SP Cultura 
  4. «A São Paulo de João Artacho Jurado». Urbanices. 13 de agosto de 2011. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  5. «Reportagens». revistaquem.globo.com. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  6. a b c d e «Sem incentivo público, condomínio restaura prédio de Artacho Jurado na Bela Vista - Seres Urbanos». Seres Urbanos - Folha de S.Paulo - Blogs. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  7. a b «Revista Acrópole». www.acropole.fau.usp.br. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  8. «Artacho Jurado». Wikipédia, a enciclopédia livre. 23 de julho de 2016 
  9. «Restauro de edifício de Artacho Jurado é custeado por moradores - ARCOweb» 
  10. «arquitextos 051.07: As primeiras obras de Artacho Jurado em São Paulo | vitruvius». www.vitruvius.com.br. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  11. «Centro de SP tem queda de 70% no número de apartamentos vazios - 22/02/2015 - sãopaulo - Folha de S.Paulo». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 25 de novembro de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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