Eleição presidencial na Argentina em 2003

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Eleição presidencial na Argentina em 2003
  1999 ← Argentina → 2007
27 de abril
18 de maio (segundo turno cancelado)
Candidato Carlos Menem Néstor Kirchner Ricardo López Murphy
Partido PJ (FpL) PJ(FpV) Recriar
Natural de La Rioja Santa Cruz Buenos Aires
Companheiro de chapa Juan Carlos Romero Daniel Scioli Ricardo Gómez Diez
Vencedor em 12 8 CABA
Votos 4.741.200 4.313.131 3.173.584
Porcentagem 24,45% 22,25% 16,37%

Mapa dos resultados por províncias.

Nas eleições presidenciais argentinas de 2003, o peronista Néstor Kirchner foi eleito, candidato da Frente para a Vitória, como presidente da Nação Argentina para o período 2003-2007 Kirchner terminou em 2° lugar no primeiro turno com 22,25% dos votos e superou ao também peronista e ex-presidente Carlos Menem, que terminou com 24,45% após Menem desistir de sua candidatura 4 dias antes do segundo turno. Depois das eleições, o presidente interino Eduardo Duhalde renunciou, razão pela qual o presidente Kirchner completou entre maio e dezembro o mandato 1999-2003 iniciado por Fernando da Rúa, para depois iniciar seu mandato de quatro anos, a partir de 10 de dezembro de 2003.

Esta foi a última vez onde a chapa vencedora não teve uma mulher como presidente ou vice-presidente.[1]

Regras[editar | editar código-fonte]

As regras eleitorais seguiram as normas na reforma constitucional de 1994 que estabeleceu o voto direto para presidente e a realização de um segundo turno se nenhum candidato obtivesse 45% dos votos ou 40% dos votos e 10 pontos a mais que o segundo colocado. Além disso, a reforma estabeleceu a possibilidade de uma reeleição imediata.

Contexto[editar | editar código-fonte]

As eleições tiveram uma importância especial porque foram as eleições presidenciais realizadas após a crise econômica, social e política de 2001 que tinha fez desmoronar as reputações dos partidos políticos, o que criou o grito de "que se vão todos".[2]

Como consequência da crise de confiança, os partidos políticos tradicionais apresentaram mais de uma candidatura. Três figuras de origem peronista (Carlos Menem, Néstor Kirchner e Adolfo Rodríguez Saá)[3] e outras três de origem radical (Ricardo López Murphy, Elisa Carrió e Leopoldo Moreau), apresentaram-se como candidatos de novas alianças, não deixando espaço para candidaturas de outras correntes políticas.

O eleitorado mostrou-se fragmentado e cinco candidaturas obtiveram entre 25% e 14%, a cada um. A União Cívica Radical por sua vez sofreu um declínio eleitoral recebendo apenas 2.34% dos votos e terminando em sexto. As demais forças não superaram o 2% dos votos, e a participação foi de 78.21%.

Menem ganhou em doze das 24 províncias e distritos eleitorais (Catamarca, Chaco, Córdoba, Corrientes, Entre Rios, La Pampa, La Rioja, Missiones, Salta, Santa Fé, Santiago del Estero e Tucumán), Kirchner ganhou em oito (Buenos Aires, Chubut, Formosa, Jujuy, Neuquén, Rio Negro, Santa Cruz e Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlántico Sul), Rodríguez Saá ganhou em três (Mendoza, San Juan e San Luis) e López Murphy venceu na Capital Federal.

Referências

  1. Cristina Fernández de Kirchner foi eleita em 2007 e em 2011, Gabriela Michetti foi eleita vice-presidente em 2015, Fernández de Kirchner foi eleita vice-presidente em 2019, e Victoria Villarruel foi eleita vice-presidente em 2023.
  2. «20 años del "Corralito": 3 cosas que cambiaron en Argentina tras la grave crisis económica, política y social de 2001». BBC News Mundo (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2024 
  3. Clarín, Redacción (12 de fevereiro de 2003). «Servini convalidó que el PJ vaya con tres candidatos». Clarín (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2024