Eleições estaduais no Espírito Santo em 1974

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1970 Brasil 1978
Eleições estaduais no  Espírito Santo em 1974
3 de outubro de 1974
(Eleição indireta)
15 de novembro de 1974
(Eleição direta)


Candidato Elcio Alvares


Partido ARENA


Natural de Ubá, MG


Vice Carlos von Schilgen
Votos 15
Porcentagem 71,43%

As eleições estaduais no Espírito Santo em 1974 aconteceram em duas etapas conforme prescrevia o Ato Institucional Número Três e assim a eleição indireta do governador Elcio Alvares e do vice-governador Carlos von Schilgen foi em 3 de outubro e a escolha do senador Dirceu Cardoso, oito deputados federais e vinte e quatro estaduais ocorreu em 15 de novembro sob um receituário aplicado aos 22 estados e aos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima, sendo que os capixabas residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes para o Congresso Nacional por força da Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974.[1][2][3][4][nota 1]

Para ocupar o Palácio Anchieta foi escolhido o advogado mineiro Elcio Alvares.[5] Nascido em Ubá ele se graduou pela Universidade Federal do Espírito Santo em 1955 e compôs a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil até entrar no PSD. Vitorioso o Regime Militar de 1964 fez opção pela ARENA elegendo-se suplente de deputado federal em 1966 sendo efetivado após o falecimento de Raimundo Andrade em 1970, ano em que foi reeleito. A liderança do novo governador capixaba foi atestada quando do estabelecimento de um grupo arenista dissidente chamado cupim de aço.[6][7][8]

O novo vice-governador do estado é o médico Carlos von Schilgen graduado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor da Universidade Federal do Espírito Santo. Nascido em Vitória, trabalhou na área da Otorrinolaringologia e dirigiu o Departamento Estadual de Saúde no segundo governo Carlos Lindenberg.[9]

Na eleição para senador a vitória foi do advogado, jornalista e professor Dirceu Cardoso. Fluminense de Miracema, graduou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi secretário de Educação no governo Carlos Lindenberg desenvolvendo uma vida política no PSD e estruturada a partir de Muqui, cidade onde foi prefeito duas vezes. Conquistou o mandato de deputado estadual em 1950 e em 1954 e de deputado federal em em 1958, 1962 e 1966, este último mandato já sob a legenda do MDB. Suplente de deputado federal em 1970, foi efetivado após a morte de Adalberto Nader e em 1974 conquistou o mandato de senador.[10][11]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

A eleição do governador e respectivo vice-governador coube à Assembleia Legislativa do Espírito Santo sob controle da ARENA.[12]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Elcio Alvares
ARENA
Carlos von Schilgen
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
15
71,43%
  Eleito

Resultado da eleição para senador[editar | editar código-fonte]

Conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral que apurou 381.404 votos nominais (84,94%), 39.276 votos em branco (8,75%) e 28.320 votos nulos (6,31%) totalizando o comparecimento de 449.000 eleitores.[1][nota 2]

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Dirceu Cardoso
MDB
Berredo de Menezes
MDB
-
MDB (sem coligação)
213.038
55,86%
José Carlos da Fonseca
ARENA
Luís Buaiz
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
168.366
44,14%
  Eleito

Deputados federais eleitos[editar | editar código-fonte]

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados. Foram apurados 356.729 votos válidos (79,45%), 62.235 votos em branco (13,86%) e 30.036 votos nulos (6,69%) resultando no comparecimento de 449.000 eleitores.[13][14]

Representação eleita

  ARENA: 5
  MDB: 3
Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Argilano Dario MDB 44.767 10,69% São José do Campestre  Rio Grande do Norte
Gerson Camata ARENA 33.812 8,07% Castelo  Espírito Santo
Mário Moreira MDB 27.948 6,67% Itapemirim  Espírito Santo
Moacir Dalla ARENA 24.044 5,74% Colatina  Espírito Santo
José Parente Frota ARENA 21.178 5,05% Sobral  Ceará
Henrique Pretti ARENA 20.652 4,93% Santa Teresa  Espírito Santo
Osvaldo Zanello ARENA 19.898 4,75% Ribeirão Preto  São Paulo
Aloizio Santos MDB 19.039 4,54% Brejo Grande  Sergipe

Deputados estaduais eleitos[editar | editar código-fonte]

Estavam em jogo 24 cadeiras na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.[1]

Representação eleita

  ARENA: 15
  MDB: 9
Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Aldo Alves Prudêncio[nota 3] MDB 15.313 0,00%
Hélio Manhães MDB 13.009 0,00% Cariacica  Espírito Santo
Nyder Barbosa MDB 12.852 0,00% Itaguaçu  Espírito Santo
João Manoel Meneghelli ARENA 12.433 0,00%
Emir de Macedo Gomes ARENA 12.281 0,00%
Syro Tedoldi Neto ARENA 11.992 0,00%
Max Mauro MDB 11.439 0,00% Vila Velha  Espírito Santo
Juarez Martins Leite ARENA 10.194 0,00%
Pedro Leal ARENA 10.117 0,00%
Setembrino Pelissari ARENA 7.819 0,00% Ibiraçu  Espírito Santo
Lúcio Merçon ARENA 7.768 0,00% Muniz Freire  Espírito Santo
José Luiz Cláudio Corrêa ARENA 7.542 0,00%
Délio Romeu Queiroz ARENA 7.421 0,00%
Edson Machado ARENA 7.197 0,00%
Clóvis de Barros ARENA 6.925 0,00%
Dylio Penedo ARENA 6.699 0,00%
Délio Rodrigues Correa MDB 6.214 0,00%
Clério Vieira Falcão MDB 6.212 0,00%
Paulo Barros ARENA 6.158 0,00%
Walter de Prá ARENA 6.100 0,00% Cachoeiro de Itapemirim  Espírito Santo
Dercílio Gomes de Albuquerque ARENA 5.899 0,00%
José Teixeira Guimarães MDB 5.491 0,00%
Carlos Alberto Cunha MDB 5.037 0,00%
Luiz Batista MDB 5.026 0,00% Ibiraçu  Espírito Santo

Notas

  1. Nos territórios federais o pleito serviu apenas para a escolha de deputados federais, não havendo eleições no Distrito Federal e em Fernando de Noronha.}}{{Nota de rodapé|Originalmente a Lei n.º 6.091 não previa a eleição para deputados estaduais, algo que ocorreria anos depois.
  2. Mesmo antes de promulgada a Emenda Constitucional Número Um, a Constituição de 1967 dizia (Art. 43 § 2º) que cada senador seria eleito com o seu suplente.
  3. Eleito prefeito de Cariacica em 1976, renunciou ao mandato parlamentar em favor de Américo Bernardes da Silveira.

Referências

  1. a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 26 de agosto de 2017 
  2. «BRASIL. Presidência da República: Ato Institucional Número Três». Consultado em 25 de agosto de 2017 
  3. «BRASIL. Presidência da República: Lei n.º 6.091 de 15/08/1974». Consultado em 27 de maio de 2018 
  4. ... e fez-se o Arenão. Disponível em Veja, ed. 116 de 25/11/1970. São Paulo: Abril. Página visitada em 11 de novembro de 2013.
  5. Missão de Petrônio termina e prefere políticos (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 17/06/1974. Primeiro caderno, p. 07. Página visitada em 27 de maio de 2018.
  6. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Elcio Alvares». Consultado em 26 de agosto de 2017 
  7. «Senado Federal do Brasil: senador Elcio Alvares». Consultado em 26 de agosto de 2017 
  8. «Morre ex-governador do ES Elcio Alvares (g1.globo.com)». Consultado em 26 de agosto de 2017 
  9. «Biografias de vultos capixabas (SEFAZ/ES): Carlos von Schilgen». Consultado em 6 de setembro de 2017 
  10. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Dirceu Cardoso». Consultado em 26 de agosto de 2017 
  11. «Senado Federal do Brasil: senador Dirceu Cardoso». Consultado em 26 de agosto de 2017 
  12. De Norte a Sul, espetáculo igual (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 04/10/1974. Geral, p. 05. Página visitada em 26 de agosto de 2017.
  13. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 26 de agosto de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  14. «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 26 de agosto de 2017