Elevação do Rio Grande

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Elevação do Rio Grande
Planalto submarino
Localização litoral do Rio Grande do Sul, Brasil
Coordenadas 31° S 35° O
Elevação do Rio Grande está localizado em: Oceano Atlântico
Elevação do Rio Grande

A Elevação do Rio Grande (ERG), também chamada de Alto do Rio Grande, é um planalto submarino localizado em águas internacionais, a cerca de 680 milhas náuticas do litoral do Brasil. Ocupa uma área de mais de 900 000 km², com profundidades que variam de 600 a 4000 metros, no fundo do Oceano Atlântico. Entre 40 milhões e 45 milhões de anos atrás, a região era uma ilha tropical coberta de vegetação.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Localização da Elevação do Rio Grande
Elevação do Rio Grande (ERG)

Explorações preliminares conduzidas por diversos países a partir da década de 1970 e, pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), a partir de 2009, indicaram a ocorrência de minérios de cobalto, níquel, platina, manganês e terras raras, entre outros.[2][3][4]

A existência desses minérios motivou o encaminhamento, em dezembro de 2013, de uma requisição do Brasil à Autoridade Internacional para os Fundos Marinhos (ISA), para exploração dessas riquezas. Em novembro de 2015, foi assinado o respectivo Contrato para Exploração de Crostas Ferromanganesíferas Ricas em Cobalto na ERGl, entre o Brasil e a ISBA, para a exploração de cobalto, níquel, platina, manganês, tálio e telúrio na ERG, em uma área de 3 000 km², dividida em 150 blocos de 20 km² cada. A partir de então, o país tinha 15 anos para completar a fase de exploração e apresentar uma proposta de mineração da região.[5][3]

A continuidade das pesquisas subsidiaram novos estudos que procuravam estabelecer a ligação geológica do local com o solo brasileiro, visando obter reconhecimento internacional para incorporação ao território nacional, e assim assegurar direitos exclusivos do Brasil às riquezas do local.[6] Segundo os pesquisadores, a Elevação do Rio Grande teria sido formada durante o processo de divisão de Pangeia em Gondwana e Laurásia. Até cerca de 80 milhões de anos, ela ainda estaria unida ao que hoje é a Cadeia de Walvis, na costa ocidental da Namíbia; há cerca de 40 milhões de anos, ela teria começado a submergir devido ao peso da lava liberada pela movimentação das placas tectônicas.[7][8]

Com base em tais estudos, o Brasil encaminhou à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), em dezembro de 2018, a Submissão Revista Parcial da Região Oriental/Meridional, que incluiu a ERG como extensão de sua plataforma continental.[9] Em dezembro de 2021, o Brasil retirou seu patrocínio ao contrato assinado com a ISA para exploração de crostas cobaltíferas na ERG. Em consequência, o contrato foi extinto e a ERG deixou de ser considerada área internacional sob coordenação da ISA.[10].

Referências

  1. «Estudo revela que Elevação do Rio Grande era gigantesca ilha tropical próxima ao Brasil e rica em minério». Agência FAPESP. 17 de novembro de 2023. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  2. Rhodes, CMS Cameron McKenna Nabarro Olswang LLP-Ted (13 de outubro de 2014). «The final frontier - Brazil may mine deep ocean floor in international waters». Lexology (em inglês). Consultado em 16 de julho de 2020 
  3. a b «Brasil estuda porção submersa de supercontinente no Atlântico Sul» (PDF). Consultado em 16 de julho de 2020 
  4. Jovane, Luigi; Hein, James R.; Yeo, Isobel A.; Benites, Mariana; Bergo, Natascha M.; Corrêa, Paulo V. F.; Couto, Daniel M.; Guimarães, Ayrton D.; Howarth, Sarah A. (2019). «Multidisciplinary Scientific Cruise to the Rio Grande Rise». Frontiers in Marine Science. ISSN 2296-7745. doi:10.3389/fmars.2019.00252/full. Consultado em 16 de julho de 2020 
  5. Galante, Alexandre (23 de julho de 2014). «Aprovado plano de trabalho do Brasil para exploração de crostas na Elevação do Rio Grande». Poder Naval. Consultado em 16 de julho de 2020 
  6. Graça, Michelle Cunha (2018). «A formação da elevação do Rio Grande e sua correlação com a evolução da margem continental sudeste brasileira». Consultado em 16 de julho de 2020 
  7. «Revelações de um arquipélago submerso». revistapesquisa.fapesp.br. Consultado em 16 de julho de 2020 
  8. «MAPEAMENTO DA ESPESSURA CRUSTAL DO ATLÂNTICO SUL CENTRAL E A EVOLUÇÃO GEODINÂMICA DA ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE E CADEIA DE WALVIS» (PDF). Consultado em 16 de julho de 2020 
  9. Graça, Michelle Cunha (2018). «A formação da elevação do Rio Grande e sua correlação com a evolução da margem continental sudeste brasileira». Consultado em 16 de julho de 2020 
  10. «Status of contracts for exploration and related matters, including information on the periodic review of the implementation of approved plans of work for exploration» (PDF) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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