Emiliano Aquino

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João Emiliano Fortaleza de Aquino é um militante, professor e estudioso marxista que ficou conhecido pela sua pesquisa pioneira sobre Guy Debord[1] no Brasil.

Emiliano Aquino teve uma infância/adolescência alternada entre Oeiras (Piauí), sua cidade natal, Pedreiras (Maranhão) e Fortaleza (Ceará). Em 1992, concluiu sua graduação em filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, defendendo o trabalho Razão e História: diferenças entre as concepções de história em Kant e Hegel, orientado por Hermano Machado Ferreira Lima.[2] Pouco tempo depois, em 1994, sob a orientação de Roberto Markenson,[carece de fontes?] concluiu a dissertação de mestrado em filosofia intitulada Sobre a concepção hegeliana do trabalho: a parábola do senhorio e da servidão. Em 1995 torna-se professor efetivo, por concurso, da Universidade Estadual do Ceará e passa então a contribuir ainda mais ativamente com as pesquisas filosóficas e movimentações políticas de Fortaleza/CE.

A partir dessa época "Emiliano Aquino e Ilana Amaral constituíram em Fortaleza uma corrente de luta fortemente inspirada pela crítica situacionista, a partir de uma cisão do Partido da Libertação Proletária (PLP), chamada Contra a Corrente (CaC), mais tarde Proletarizados Contra a Corrente (entre 1999 e 2001). Os quatro últimos números dessa revista (do 9 ao 12) marcam um afastamento definitivo da corrente com suas origens trotskistas, além de uma fecunda recusa em se identificar com qualquer forma de ideologia, principalmente as ditas 'revolucionárias'.[3]

Entre 2001 e 2004, Aquino cursou o doutorado em filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação de Jeanne-Marie Gagnebin.[carece de fontes?] Em 2005, defende a tese intitulada: Reificação e linguagem em André Breton e Guy Debord, deslocando "o centro receptor da crítica debordiana da Alemanha para o Brasil, apresentando uma interpretação rigorosamente fiel às aspirações intelectuais originais de Debord, em polêmica com a interpretação dos teóricos alemães 'críticos do valor' Anselm Jappe[4] e Robert Kurz[5] – ligados ao grupo Exit!, formado em 2004 a partir de uma cisão do grupo Krisis (1989-2004)".[6] Essa tese foi parcialmente publicada na forma de livro, em 2006, pela editora da Universidade Estadual do Ceará,[7] acrescida de um polêmico prefácio escrito por Ilana Amaral. Este último foi lido por renomados intectuais marxistas libertários, como Nildo Viana,[carece de fontes?] enquanto expressão de um abstracionismo. "Na verdade, aqui falta o concreto em favor da abstratificação da realidade", de forma mais precisa, "a separação é criticada por Debord e a vida cotidiana, a totalidade reaparece, o que é um mérito. Porém a totalidade que ele apresenta é abstrata e sua linguagem é igualmente abstrata e por isso a dificuldade de leitura de sua obra e ampla possibilidade das mais variadas interpretações. E, apesar da recusa total e da retomada da totalidade, ele focaliza o consumo, o valor de troca, a imagem, o espetáculo, ao invés de trabalhar a produção do 'espetáculo' e tudo o mais que aborda. É o que Kosik denominou 'totalidade abstrata'".[8] A grande maioria dos intérpretes,[9][10][11] no entanto, tem assinalado o primor do Debord lido por Aquino (e apresentado por Amaral). Em sua tese de doutorado, Pablo Alexandre Gobira de Souza Ricardo rebate as críticas de Viana à Amaral (e ao Debord de Aquino) e afirma que "apesar de Viana conferir bastante certeza a suas afirmações, não é possível endossá-las com base na crítica presente no livro de Debord, visto que a própria forma de organização dos proletarizados credita importância ao momento da produção, uma vez que a organização em conselhos de trabalhadores se forma nos locais de produção e, justamente aí, os trabalhadores se opõem às condições capitalistas dessa produção".[12]

Em 2009 Emiliano Aquino retornou a São Paulo, após certo tempo mergulhado nas atividades de Fortaleza, concluindo o estágio pós-doutoral na Universidade de São Paulo, em 2010, com uma pesquisa sobre Walter Benjamin intitulada: A teoria da sociedade capitalista nas passagens de Walter Benjamin: As teses de 1940 e as lutas de classes do século XIX,[13] orientada pelo famoso filósofo e professor Paulo Eduardo Arantes.[carece de fontes?]

Atualmente reside em Fortaleza/CE onde é militante, professor e coordenador do I) Grupo de Pesquisa em Dialética e Teoria Crítica e do II) Grupo de Estudos Benjaminianos da UECE. Tem experiência em Filosofia (nas áreas específicas de Teoria Crítica, Estética e Dialética) e em Estudos Surdos.[carece de fontes?]

Referências