Emilio Conesa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Emilio Conesa
Emilio Conesa
Deputado nacional
Período 1868 - 1870
Período 1870 - 1872
Dados pessoais
Nascimento 26 de maio de 1823
Buenos Aires, Províncias Unidas do Rio da Prata
Morte 3 de setembro de 1873
Buenos Aires, Argentina
Nacionalidade  Argentina
Progenitores Mãe: Eustaquia de Casas
Pai: José Antonio Conesa
Religião católico
Ocupação militar e político
Serviço militar
Lealdade Coalizão do Norte
Província de Corrientes
Estado de Buenos Aires
Federais
Serviço/ramo Exército argentino
Graduação General
Comandos Regimento de Patrícios (1860 - 1863)
Conflitos Guerras Civis da Argentina
Guerra Grande
Guerra do Paraguai
Campanhas do Deserto

Emilio Conesa (Buenos Aires, 1823 – 1873) foi um militar argentino que se destacou nas guerras civis de seu país e na guerra do Paraguai.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho de José Antonio Conesa e Eustaquia de Casas, um casal espanhol recém chegado a Buenos Aires, fugindo das desordens do chamado Triênio Liberal.[1]

Uniu-se a Juan Lavalle em sua campanha contra Juan Manuel de Rosas em 1840 e fez a suas ordens a campanha ao norte de seu país, participando das batalhas de Quebracho Herrado e Rodeo del Medio. Depois de fugir para o Chile, se exilou em Montevidéu. Foi oficial das forças argentinas na chamada Guerra Grande e por curto tempo combateu em Correntes às ordens do general José María Paz.[1]

Combateu sob ordens também de Justo José de Urquiza na batalha de Monte Caseros. Apoiou a revolução do 11 de setembro de 1852 que separou o Estado de Buenos Aires da Confederação Argentina. Durante o cerco de Buenos Aires desse ano e o seguinte comandou alguns batalhões e brevemente foi comandante da ilha Martín García.[1]

Em 1856 foi encarregado de repelir a invasão federal de Jerónimo Costa, que tinha sido condenado à morte de antemão por um decreto do governador Pastor Obligado. Derrotou-o na batalha de Villamayor, e negou a rendição aos oficiais e soldados que se entregavam. Ao dia seguinte fuzilou aos poucos prisioneiros que tomou, entre eles ao próprio general Costa, herói da defesa da ilha Martín García anos atrás.[2]

Participou numa expedição às fronteiras do sul em 1857, e participou nas batalhas de Sol de Mayo, Cristiano Muerto e Pigüé.[1]

Foi o herói da batalha de Cepeda (1859), dado que conseguiu retirar-se com êxito à frente da infantaria e da artilharia após a derrota, salvando-lhe a vida e o prestígio a seu chefe, Bartolomé Mitre, o que lhe valeu a ascensão ao posto de coronel. Reuniu-se com Urquiza preparando o futuro Pacto de San José de Flores.[1]

Foi designado interventor na província de San Juan junto com o general Juan Saá, dedicando-se a entorpecer sua tarefa; mas não pôde impedir que este invadisse a província.[3] Ficou a cargo do exército na capital durante a campanha da batalha de Pavón e as campanhas seguintes contra o interior. Dedicou-se à guerra contra os índios por alguns meses, até que foi eleito deputado nacional no ano 1862.[1]

Foi promovido a general em 1863, e dirigiu a instalação de uma linha de fortins na região chaquenha, no norte do que atualmente é a província de Santa Fé. Ao iniciar-se a guerra do Paraguai, teve a seu cargo o embarque das tropas para território paraguaio. Teve um papel destacado ao negar-se a retirar suas tropas na batalha de Pehuajó, o que não impediu sua derrota, e em mudança causou um excessivo número de baixas entre suas próprias forças. De todos modos se lhe encarregou organizar a travessia do Exército a território paraguaio por Passo da Pátria, ação que conseguiu ter sucesso. Participou na Batalha do Boqueirão antes de solicitar sua dispensa e regressar a Buenos Aires por razões de saúde.[1]

Parcialmente recuperado de suas doenças, foi posto a cargo da fronteira sul da província de Buenos Aires. Estava no sul da província de Córdoba, reorganizando a fronteira contra os indígenas, quando estourou em Cujo a Revolução dos Colorados de fins de 1866; organizou a formação de exércitos no sul de Córdoba, reunindo sucessivos contingentes que lhe enviava Mitre desde o Paraguai, e seu segundo, o general José Miguel Arredondo, os derrotou na decisiva batalha de San Ignacio.[4] Algum tempo depois expulsou da cidade de Córdoba o caudilho Simón Luengo, que tinha derrubado o governador federal Mateo Luque e repôs este no governo.[1] Mas limitou sua ação política em todas as formas possíveis, lhe impediu tomar nenhuma decisão e prendeu a vários de seus colaboradores. Sua atuação causou a renúncia de Luque pouco depois, e pressionou para que fosse substituído por um governador liberal, Félix da Peña.[5]

Em 1868 mobilizou o Exército do interior para a província de Santa Fé, com a intenção de repor ao deposto governador mitrista Nicasio Oroño, mas fracassou na tentativa. Nesse mesmo ano foi eleito deputado nacional por Buenos Aires.[1]

Ao estourar em Entre Rios a revolução dirigida pelo caudilho federal Ricardo López Jordán foi o chefe de uma das grandes colunas mobilizadas na contramão deste, e conseguiu a primeira vitória importante contra os federais, na batalha de Pontas do Sauce. Mas cedo regressou a Buenos Aires, com sua saúde muito deteriorada e visivelmente envelhecido. Em 1870 voltou a ser eleito deputado nacional e ao ano seguinte presidiu o Comité Argentino, base do que gradualmente converter-se-ia no Partido Autonomista.[1]

Faleceu em Buenos Aires em 3 de setembro de 1873.[1]

Tem o curioso privilégio de ter três localidades com seu nome na Argentina: General Conesa (Buenos Aires) (Tordillo, Buenos Aires), General Conesa (Rio Negro), e Conesa (San Nicolás, Buenos Aires); um departamento da província de Rio Negro: Conesa; e uma rua na Cidade Autónoma de Buenos Aires, ao longo dos bairros de Saavedra, Núñez, Belgrano e Colegiales.[6] Também existem ruas com o nome de Conesa em outras localidades, como no partido de Lomas de Zamora, província de Buenos Aires, Córdoba e Rosario.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g h i j k Cutolo 1969, p. 315-316.
  2. Scobie, James (1965). La lucha por la Consolidación de la Nacionalidad Argentina. [S.l.]: Hachette 
  3. Juárez, Roberto (1969). «Sangre en San Juan». Todo es Historia (21) 
  4. Morales Gorleri, Claudio (2006). La batalla de San Ignacio. [S.l.]: Círculo Militar 
  5. Chávez, Fermín (1974). Vida del Chacho. [S.l.]: Theoría. pp. 125–127 
  6. Canido Borges, Jorge Oscar (2003). Buenos Aires, esa desconocida; sus calles, plazas y monumentos. [S.l.]: Corregidor. p. 123-124 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Categoría:Hombres Categoría:Nacidos en 1823 Categoría:Fallecidos en 1873