Função contínua: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Angeloleithold (discussão | contribs)
Exemplo: Aplicações Lipschitizianas
(Há uma edição intermédia do mesmo utilizador que não está a ser apresentada)
Linha 3: Linha 3:
{{matemática}}
{{matemática}}


Em [[matemática]], uma [[função (matemática)|função]] é '''contínua''' quando, intuitivamente, as pequenas variações nos objectos correspondem a pequenas variações nas imagens. Nos pontos onde a função não é contínua, diz-se que a função é '''descontínua''', ou que se trata de um '''ponto de descontinuidade'''.
Em [[matemática]], uma [[função (matemática)|função]] é '''contínua''' quando, intuitivamente, as pequenas variações nos objectos correspondem a pequenas variações nas imagens. Nos pontos onde a função não é contínua, diz-se que a função é '''descontínua''', ou que se trata de um '''ponto de descontinuidade'''.


==Definições de Continuidade==
==Definições de Continuidade==
===Em [[espaço topológico]] ===
===Em [[espaço topológico]] ===
Diz-se que uma [[função (matemática)|função]] <math>f:X\rightarrow Y</math> entre [[espaço topológico|espaços topológicos]] é contínua se a [[imagem recíproca]] de qualquer aberto de <math>Y</math> é um aberto de <math>X</math>.
Diz-se que uma [[função (matemática)|função]] <math>f:X\rightarrow Y</math> entre [[espaço topológico|espaços topológicos]] é contínua se a [[imagem recíproca]] de qualquer aberto de <math>Y</math> é um aberto de <math>X</math>. Em termos de bolas, Dados dois espaços topológicos <math>M,N</math> dizemos que a aplicação <math>f:M\longrightarrow N</math> é contínua em <math>a\in M</math> da seguinte forma: Tomando as bolas abertas <math>B'=B(f(a),\epsilon)</math> e <math>B=B(a,\delta)</math>, tem-se que <math>f(B)\subset B'</math>,com <math>\epsilon >0</math> e <math>\delta >0</math>.
[[Ficheiro:Função contínua em termos de bolas.png|miniaturadaimagem|269x269px]]


=== Exemplos ===
=== Exemplos ===
Linha 18: Linha 19:
* Sejam <math>f: X \rightarrow Y</math> e <math>g: Y \rightarrow Z</math> funções contínuas. Então <math> g \circ f: X \rightarrow Z</math> também é uma função contínua.
* Sejam <math>f: X \rightarrow Y</math> e <math>g: Y \rightarrow Z</math> funções contínuas. Então <math> g \circ f: X \rightarrow Z</math> também é uma função contínua.
Fato pois: qualquer que seja <math>A \subset Z</math> aberto, pela continuidade de <math>g</math>, temos que <math>g^{-1}(A)</math> é um aberto em <math>Y</math>. Portanto, pela continuidade de <math>f</math>, <math>f^{-1}(g^{-1}(A))</math> é um aberto em <math>X</math>. Mas <math>f^{-1}(g^{-1}(A)) = (g \circ f)^{-1}(A)</math>, o que prova a continuidade de <math>g \circ f</math>.
Fato pois: qualquer que seja <math>A \subset Z</math> aberto, pela continuidade de <math>g</math>, temos que <math>g^{-1}(A)</math> é um aberto em <math>Y</math>. Portanto, pela continuidade de <math>f</math>, <math>f^{-1}(g^{-1}(A))</math> é um aberto em <math>X</math>. Mas <math>f^{-1}(g^{-1}(A)) = (g \circ f)^{-1}(A)</math>, o que prova a continuidade de <math>g \circ f</math>.
* Seja <math>f:X \longrightarrow Y</math> , <math>X</math> e <math>Y</math> espaços métricos não vazios. Se <math>\forall x,y \in X </math> tivermos que <math>d(f(x),f(y))\leq c\cdot d(x,y)</math>, então a aplicação <math>f </math> é contínua e a constante <math>c </math> é chamada de constante de Lipschitz<ref>{{citar web|url=https://en.wikipedia.org/wiki/Lipschitz_continuity|titulo=|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>. Na reta Real toda aplicação Lipschitiziana é uniformemente contínua.


===Em [[espaço métrico]] ===
===Em [[espaço métrico]] ===

Revisão das 14h50min de 10 de julho de 2016

Em matemática, uma função é contínua quando, intuitivamente, as pequenas variações nos objectos correspondem a pequenas variações nas imagens. Nos pontos onde a função não é contínua, diz-se que a função é descontínua, ou que se trata de um ponto de descontinuidade.

Definições de Continuidade

Em espaço topológico

Diz-se que uma função entre espaços topológicos é contínua se a imagem recíproca de qualquer aberto de é um aberto de . Em termos de bolas, Dados dois espaços topológicos dizemos que a aplicação é contínua em da seguinte forma: Tomando as bolas abertas e , tem-se que ,com e .

Exemplos

Esta função é descontínua nos inteiros.

Estes exemplos usam propriedades da imagem recíproca, ou seja, dada uma função e um conjunto , o conjunto .

  • Seja um conjunto com a topologia discreta , com qualquer topologia, então qualquer função é contínua.

Basta ver que, aberto temos que, , e portanto é aberto, o que mostra que é uma função contínua.

  • Seja um conjunto com a topologia grosseira , com qualquer topologia, então qualquer função é contínua.

De fato, pois, como os dois únicos abertos de são e , basta verificar se suas imagens inversas são abertos. Mas e , e, por definição, e são abertos em qualquer topologia em .

  • Sejam e funções contínuas. Então também é uma função contínua.

Fato pois: qualquer que seja aberto, pela continuidade de , temos que é um aberto em . Portanto, pela continuidade de , é um aberto em . Mas , o que prova a continuidade de .

  • Seja , e espaços métricos não vazios. Se tivermos que , então a aplicação é contínua e a constante é chamada de constante de Lipschitz[1]. Na reta Real toda aplicação Lipschitiziana é uniformemente contínua.

Em espaço métrico

Diz-se que uma função é contínua no ponto se é um ponto isolado do domínio ou, caso seja ponto de acumulação de , se existir o limite de com tendendo a e esse limite for igual a .

OBS.:Não faz sentido calcular limites em pontos que não são de acumulação. Caso insistíssemos teríamos que qualquer valor seria limite de com tendendo a

Em análise real, essa definição é escrita na forma tradicional Epsilon-Delta, ou seja, diz-se que uma função é contínua num ponto do seu domínio se,

dado tal que então .

Esta definição, com uma pequena adaptação, pode ser usada para uma função de um espaço métrico em outro espaço métrico : a função é contínua em quando

dado tal que .

Diz-se que f é contínua em seu domínio, ou simplesmente contínua, se ela for contínua em todos os pontos desse domínio.

Equivalência das Definições

Se e são espaços métricos, e as topologias geradas pelas métricas em e , então uma função é contínua pela definição topológica se, e somente se, ela é contínua pela definição métrica.

Em termos de limites

Uma função é dita ser contínua em um ponto de seu domínio se:

Observa-se que esta definição exige que o limite à esquerda exista assim como o limite da direita e que a função esteja definida no ponto com o mesmo valor de limite para o ponto.

Função Sequencialmente Contínua

Uma função , em que e são espaços topológicos, é sequencialmente contínua em um ponto quanto ela comuta com o limite de sequências, ou seja, quando para toda sequência cujo limite (em ) seja , temos que o limite (em ) de é . Uma forma elegante de escrever isso é .

Propriedades