Função contínua: diferenças entre revisões
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Em [[matemática]], uma [[função (matemática)|função]] é '''contínua''' quando, intuitivamente, as pequenas variações nos objectos correspondem a pequenas variações nas imagens. Nos pontos onde a função não é contínua, diz-se que a função é '''descontínua''', ou que se trata de um '''ponto de descontinuidade'''. |
Em [[matemática]], uma [[função (matemática)|função]] é '''contínua''' quando, intuitivamente, as pequenas variações nos objectos correspondem a pequenas variações nas imagens. Nos pontos onde a função não é contínua, diz-se que a função é '''descontínua''', ou que se trata de um '''ponto de descontinuidade'''. |
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==Definições de Continuidade== |
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===Em [[espaço topológico]] === |
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Diz-se que uma [[função (matemática)|função]] <math>f:X\rightarrow Y</math> entre [[espaço topológico|espaços topológicos]] é contínua se a [[imagem recíproca]] de qualquer aberto de <math>Y</math> é um aberto de <math>X</math>. |
Diz-se que uma [[função (matemática)|função]] <math>f:X\rightarrow Y</math> entre [[espaço topológico|espaços topológicos]] é contínua se a [[imagem recíproca]] de qualquer aberto de <math>Y</math> é um aberto de <math>X</math>. Em termos de bolas, Dados dois espaços topológicos <math>M,N</math> dizemos que a aplicação <math>f:M\longrightarrow N</math> é contínua em <math>a\in M</math> da seguinte forma: Tomando as bolas abertas <math>B'=B(f(a),\epsilon)</math> e <math>B=B(a,\delta)</math>, tem-se que <math>f(B)\subset B'</math>,com <math>\epsilon >0</math> e <math>\delta >0</math>. |
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* Sejam <math>f: X \rightarrow Y</math> e <math>g: Y \rightarrow Z</math> funções contínuas. Então <math> g \circ f: X \rightarrow Z</math> também é uma função contínua. |
* Sejam <math>f: X \rightarrow Y</math> e <math>g: Y \rightarrow Z</math> funções contínuas. Então <math> g \circ f: X \rightarrow Z</math> também é uma função contínua. |
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Fato pois: qualquer que seja <math>A \subset Z</math> aberto, pela continuidade de <math>g</math>, temos que <math>g^{-1}(A)</math> é um aberto em <math>Y</math>. Portanto, pela continuidade de <math>f</math>, <math>f^{-1}(g^{-1}(A))</math> é um aberto em <math>X</math>. Mas <math>f^{-1}(g^{-1}(A)) = (g \circ f)^{-1}(A)</math>, o que prova a continuidade de <math>g \circ f</math>. |
Fato pois: qualquer que seja <math>A \subset Z</math> aberto, pela continuidade de <math>g</math>, temos que <math>g^{-1}(A)</math> é um aberto em <math>Y</math>. Portanto, pela continuidade de <math>f</math>, <math>f^{-1}(g^{-1}(A))</math> é um aberto em <math>X</math>. Mas <math>f^{-1}(g^{-1}(A)) = (g \circ f)^{-1}(A)</math>, o que prova a continuidade de <math>g \circ f</math>. |
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* Seja <math>f:X \longrightarrow Y</math> , <math>X</math> e <math>Y</math> espaços métricos não vazios. Se <math>\forall x,y \in X </math> tivermos que <math>d(f(x),f(y))\leq c\cdot d(x,y)</math>, então a aplicação <math>f </math> é contínua e a constante <math>c </math> é chamada de constante de Lipschitz<ref>{{citar web|url=https://en.wikipedia.org/wiki/Lipschitz_continuity|titulo=|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>. Na reta Real toda aplicação Lipschitiziana é uniformemente contínua. |
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===Em [[espaço métrico]] === |
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Revisão das 14h50min de 10 de julho de 2016
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2009) |
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Em matemática, uma função é contínua quando, intuitivamente, as pequenas variações nos objectos correspondem a pequenas variações nas imagens. Nos pontos onde a função não é contínua, diz-se que a função é descontínua, ou que se trata de um ponto de descontinuidade.
Definições de Continuidade
Em espaço topológico
Diz-se que uma função entre espaços topológicos é contínua se a imagem recíproca de qualquer aberto de é um aberto de . Em termos de bolas, Dados dois espaços topológicos dizemos que a aplicação é contínua em da seguinte forma: Tomando as bolas abertas e , tem-se que ,com e .
Exemplos
Estes exemplos usam propriedades da imagem recíproca, ou seja, dada uma função e um conjunto , o conjunto .
- Seja um conjunto com a topologia discreta , com qualquer topologia, então qualquer função é contínua.
Basta ver que, aberto temos que, , e portanto é aberto, o que mostra que é uma função contínua.
- Seja um conjunto com a topologia grosseira , com qualquer topologia, então qualquer função é contínua.
De fato, pois, como os dois únicos abertos de são e , basta verificar se suas imagens inversas são abertos. Mas e , e, por definição, e são abertos em qualquer topologia em .
- Sejam e funções contínuas. Então também é uma função contínua.
Fato pois: qualquer que seja aberto, pela continuidade de , temos que é um aberto em . Portanto, pela continuidade de , é um aberto em . Mas , o que prova a continuidade de .
- Seja , e espaços métricos não vazios. Se tivermos que , então a aplicação é contínua e a constante é chamada de constante de Lipschitz[1]. Na reta Real toda aplicação Lipschitiziana é uniformemente contínua.
Em espaço métrico
Diz-se que uma função é contínua no ponto se é um ponto isolado do domínio ou, caso seja ponto de acumulação de , se existir o limite de com tendendo a e esse limite for igual a .
OBS.:Não faz sentido calcular limites em pontos que não são de acumulação. Caso insistíssemos teríamos que qualquer valor seria limite de com tendendo a
Em análise real, essa definição é escrita na forma tradicional Epsilon-Delta, ou seja, diz-se que uma função é contínua num ponto do seu domínio se,
- dado tal que então .
Esta definição, com uma pequena adaptação, pode ser usada para uma função de um espaço métrico em outro espaço métrico : a função é contínua em quando
- dado tal que .
Diz-se que f é contínua em seu domínio, ou simplesmente contínua, se ela for contínua em todos os pontos desse domínio.
Equivalência das Definições
Se e são espaços métricos, e as topologias geradas pelas métricas em e , então uma função é contínua pela definição topológica se, e somente se, ela é contínua pela definição métrica.
Em termos de limites
Uma função é dita ser contínua em um ponto de seu domínio se:
Observa-se que esta definição exige que o limite à esquerda exista assim como o limite da direita e que a função esteja definida no ponto com o mesmo valor de limite para o ponto.
Função Sequencialmente Contínua
Uma função , em que e são espaços topológicos, é sequencialmente contínua em um ponto quanto ela comuta com o limite de sequências, ou seja, quando para toda sequência cujo limite (em ) seja , temos que o limite (em ) de é . Uma forma elegante de escrever isso é .
Propriedades
- Função Composta: Se e são funções contínuas, então é imediato (pela definição topológica) que a função composta é contínua.
- Se é uma bijeção contínua de um espaço topológico compacto em um espaço topológico de Hausdorff , então é um homeomorfismo.
- O conjunto dos zeros de uma aplicação contínua entre um espaço topológico e a reta real , com a topologia usual, é um conjunto fechado. Em particular, o conjunto das matrizes singulares é fechado em , pois o determinante define uma aplicação contínua nesse espaço.
- Sejam e dois espaços topológicos, e uma aplicação contínua. Então restrita a ainda é uma aplicação contínua.
Referências
- Munkres, J. (1966). Elementary Differential Topology, edição revisada. Col: Annals of Mathematics Studies 54. [S.l.]: Princeton University Press. ISBN 0-691-09093-9
- Lima, Elon Lages (2013). Análise Real - Funções de uma variável. Col: Coleção Matemática Universitária. 1 12ª ed. [S.l.]: IMPA. 198 páginas. ISBN 978-85-244-0048-3
- ↑ https://en.wikipedia.org/wiki/Lipschitz_continuity Em falta ou vazio
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