Saltar para o conteúdo

Antônio Bento (abolicionista): diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 32: Linha 32:
Com a morte de [[Luís Gama]] em [[24 de agosto]] de [[1882]], Antônio Bento assume a liderança do [[Abolicionismo no Brasil|movimento abolicionista]] [[São Paulo (estado)|paulista]].<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/17804271|título=Retrato em branco e negro : jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX|ultimo=Moritz.|primeiro=Schwarcz, Lilia|data=1987|editora=Cia. das Letras|local=[São Paulo]|isbn=8585095180|oclc=17804271}}</ref> Dentre os membros deste movimento podemos citar [[Macedo Pimentel]], [[Arcanjo Dias Baptista]], cônego [[Guimarães Barroso]], [[Hipólito da Silva]], [[Carlos Garcia]], [[Bueno de Andrada]] e [[Muniz de Sousa]] na Capital da província. No interior e na cidade litorânea de [[Santos]] tivemos o major Pinheiro, [[Santos Garrafão]] e o negro [[Quintino de Lacerda]].
Com a morte de [[Luís Gama]] em [[24 de agosto]] de [[1882]], Antônio Bento assume a liderança do [[Abolicionismo no Brasil|movimento abolicionista]] [[São Paulo (estado)|paulista]].<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/17804271|título=Retrato em branco e negro : jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX|ultimo=Moritz.|primeiro=Schwarcz, Lilia|data=1987|editora=Cia. das Letras|local=[São Paulo]|isbn=8585095180|oclc=17804271}}</ref> Dentre os membros deste movimento podemos citar [[Macedo Pimentel]], [[Arcanjo Dias Baptista]], cônego [[Guimarães Barroso]], [[Hipólito da Silva]], [[Carlos Garcia]], [[Bueno de Andrada]] e [[Muniz de Sousa]] na Capital da província. No interior e na cidade litorânea de [[Santos]] tivemos o major Pinheiro, [[Santos Garrafão]] e o negro [[Quintino de Lacerda]].


Trabalhavam até então no arbitramento das leis que garantiam a liberdade aos contrabandeados após a proibição [[Inglaterra|inglesa]] e na propaganda abolicionista, principalmente nas [[Loja maçônica|lojas maçônicas]]. Antonio Bento pertenceu a Loja Piratininga, ainda existente. Também foi o editor do jornal abolicionista ''[[A Redempção]]'', que circulou de 1887 a 1899.<ref>{{Citar web|url=http://www.saopauloglobal.sp.gov.br/noticias/detalhenoticia.aspx?id=2493|titulo=Jornal "A Redempção" ganha título de Patrimônio da Humanidade|acessodata=2017-10-27|obra=www.saopauloglobal.sp.gov.br}}</ref> Organizou o movimento dos Caifazes, que enviava emissários ao interior da Província de São Paulo para entrar em contato com os escravos das fazendas e lhe incentivavarem a fuga e lhes garantir recursos para as viagens e refúgios.
Trabalhavam até então no arbitramento das leis que garantiam a liberdade aos contrabandeados após a proibição [[Inglaterra|inglesa]] e na propaganda abolicionista, principalmente nas [[Loja maçônica|lojas maçônicas]]. Antonio Bento pertenceu a Loja Piratininga, ainda existente. Também foi o editor do jornal abolicionista ''[[A Redempção]]'', que circulou de 1887 a 1899.<ref>{{Citar web|url=http://www.saopauloglobal.sp.gov.br/noticias/detalhenoticia.aspx?id=2493|titulo=Jornal "A Redempção" ganha título de Patrimônio da Humanidade|acessodata=2017-10-27|obra=www.saopauloglobal.sp.gov.br}}</ref> Organizou o movimento dos Caifazes, que enviava emissários ao interior da Província de São Paulo para entrar em contato com os escravos das fazendas e lhe incentivarem a fuga e lhes garantir recursos para as viagens e refúgios.


Após a fuga os negros eram acomodados nas casas de Antonio Bento e seus irmãos de ideais. Eram enviados ao [[quilombo]] [[Jabaquara (Santos)|Jabaquara]] em Santos e de Santos enviados para a Província do [[Ceará]] (que já havia decretado a liberdade aos seres humanos da raça negra).
Após a fuga os negros eram acomodados nas casas de Antonio Bento e seus irmãos de ideais. Eram enviados ao [[quilombo]] [[Jabaquara (Santos)|Jabaquara]] em Santos e de Santos enviados para a Província do [[Ceará]] (que já havia decretado a liberdade aos seres humanos da raça negra).

Revisão das 21h44min de 20 de novembro de 2019

Antônio Bento
Antônio Bento (abolicionista)
Nascimento 17 de fevereiro de 1843
São Paulo
Morte 8 de dezembro de 1898 (55 anos)
Nacionalidade  Brasileiro

Antônio Bento de Souza e Castro (São Paulo, 17 de fevereiro de 18438 de dezembro de 1898) foi promotor público, juiz e abolicionista brasileiro.

Primeiros anos

Filho de Daniel Enrique de Souza e Castro e D. Henriqueta Viana, nasceu na residência do casal na rua São José, (hoje rua Libero Badaró, centro velho da cidade de São Paulo).

Matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1864, formando-se em 1868. Foi promotor público das cidades de Botucatu e Limeira. Juiz na cidade de Atibaia, foi o responsável pela libertação dos escravos negros contrabandeados depois de 1831 para esta cidade.

Voltou a São Paulo em 1877, onde reorganizou a Confraria de Nossa Senhora dos Remédios e em 1880 conhece Luís Gama, negro e líder do movimento emancipador dos escravos na então Província de São Paulo.

Abolicionista

Com a morte de Luís Gama em 24 de agosto de 1882, Antônio Bento assume a liderança do movimento abolicionista paulista.[1] Dentre os membros deste movimento podemos citar Macedo Pimentel, Arcanjo Dias Baptista, cônego Guimarães Barroso, Hipólito da Silva, Carlos Garcia, Bueno de Andrada e Muniz de Sousa na Capital da província. No interior e na cidade litorânea de Santos tivemos o major Pinheiro, Santos Garrafão e o negro Quintino de Lacerda.

Trabalhavam até então no arbitramento das leis que garantiam a liberdade aos contrabandeados após a proibição inglesa e na propaganda abolicionista, principalmente nas lojas maçônicas. Antonio Bento pertenceu a Loja Piratininga, ainda existente. Também foi o editor do jornal abolicionista A Redempção, que circulou de 1887 a 1899.[2] Organizou o movimento dos Caifazes, que enviava emissários ao interior da Província de São Paulo para entrar em contato com os escravos das fazendas e lhe incentivarem a fuga e lhes garantir recursos para as viagens e refúgios.

Após a fuga os negros eram acomodados nas casas de Antonio Bento e seus irmãos de ideais. Eram enviados ao quilombo Jabaquara em Santos e de Santos enviados para a Província do Ceará (que já havia decretado a liberdade aos seres humanos da raça negra).

Com o crescimento da consciência de igualdade racial, e cedendo às pressões populares a milícia passou a se recusar a perseguir os negros em fuga. Muitas cidades decretaram antes da Lei Áurea a libertação dos escravos negros. Com isto, Antônio Bento conseguiu que alguns senhores contratassem os negros fugitivos como trabalhadores livres e assalariados, dando início ao retorno destes de Santos.

A atividade dos Caifazes foi tão ativa que no livro da historiadora Maria Helena Petrillo Berardi ('Santo Amaro', 1969) encontramos a declaração de Afonso de Freitas de que em dez anos "não existiria mais escravos em São Paulo".

Referências

  1. Moritz., Schwarcz, Lilia (1987). Retrato em branco e negro : jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX. [São Paulo]: Cia. das Letras. ISBN 8585095180. OCLC 17804271 
  2. «Jornal "A Redempção" ganha título de Patrimônio da Humanidade». www.saopauloglobal.sp.gov.br. Consultado em 27 de outubro de 2017