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Argumentum ad hominem: diferenças entre revisões

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Um exemplo comum dessa falácia é a associação à figura de Hitler, apelidada de [[Reductio ad Hitlerum]].
Um exemplo comum dessa falácia é a associação à figura de Hitler, apelidada de [[Reductio ad Hitlerum]].


== Exemplos ==
===== Clássicos ataques aos cientistas da Evolução Biológica =====
Em 2015, um artigo intitulado ''Experiential Thinking in Creationism - A Textual Analysis,'' publicado na [[PLOS ONE|Plos One]], demostrou claramente um acervo de [[Criacionismo científico|textos criacionistas]] que apelam pela demonização de cientistas evolucionistas como [[Charles Darwin]] na tentativa de invalidar as suas proposições científicas<ref>{{Citar periódico|ultimo=Nieminen|primeiro=Petteri|ultimo2=Ryökäs|primeiro2=Esko|ultimo3=Mustonen|primeiro3=Anne-Mari|data=2015-03-03|titulo=Experiential Thinking in Creationism—A Textual Analysis|jornal=PLOS ONE|volume=10|numero=3|paginas=e0118314|issn=1932-6203|doi=10.1371/journal.pone.0118314|url=http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0118314}}</ref> :
{{cita|"A teoria evolutiva foi associada a questões morais ao demonizar cientistas e ligar a teoria evolutiva às atrocidades (63-93% dos textos amostrados). As reações evolutivas das reivindicações criacionistas também continham depoimentos (93% dos textos amostrados) e referiam-se a implicações morais (80% dos textos amostrados), mas apresentavam menor prevalência de pensamento estereotipado (47% dos textos amostrados), viés de confirmação (27% dos textos amostrados ) e pseudodiagnósticos (7% dos textos amostrados). Os aspectos do pensamento experiencial também podem ser interpretados como falácias argumentativas. Os depoimentos lideram, por exemplo, o ad hominem e apelo às autoridades." - '''Plos One, 2015'''.}}

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== Ver também ==
== Ver também ==



Revisão das 12h51min de 25 de abril de 2020

Argumentum ad hominem (latim, argumento contra a pessoa) é uma falácia identificada quando alguém procura negar uma proposição com uma crítica ao seu autor e não ao seu conteúdo.[1][2][3]

A falácia ocorre porque conclui sobre o valor da proposição sem examinar seu conteúdo. De acordo com Stephen Downes:

"Ataca-se pessoa que apresentou um argumento e não o argumento que apresentou. A falácia ad hominem assume muitas formas. Ataca, por exemplo, o carácter, a nacionalidade, a raça ou a religião da pessoa. Em outros casos, a falácia sugere que a pessoa, por ter algo tem algo a ganhar com o argumento, é movida pelo interesse. A pessoa pode ainda ser atacada por associação ou pelas suas companhias. [Todavia] o carácter ou as circunstâncias da pessoa nada tem a ver com a verdade ou falsidade da proposição defendida."[4]

O argumento contra a pessoa é uma das falácias caracterizadas pelo elemento da irrelevância, por concluir sobre o valor de uma proposição através da introdução, dentro do contexto da discussão, de um elemento que não tem relevância para isso, que neste caso é um juízo sobre o autor da proposição.

Pode ser agrupado também entre as falácias que usam o estratagema do desvio de atenção, ao levar o foco da discussão para um elemento externo a ela, que são as considerações pessoais sobre o autor da proposição.

Estrutura lógica

  • O autor X afirma a proposição P;
  • Há alguma característica considerada negativa em X;
  • Logo, a proposição P é falsa.

Tipos

Pode-se distinguir entre alguns tipos do argumento contra a pessoa, que lançam mão de estratégias ligeiramente diferentes:

  • Argumento ad hominem abusivo[5]: é o ataque direto à pessoa, colocando seu caráter em dúvida e, portanto, a validade de sua argumentação.
A preocupação é em sublinhar e chamar a atenção para as características pessoais do debatedor no lugar de se analisar seus argumentos.
Exemplo:
“As afirmações de Richard Nixon a respeito da política de relações externas em relação à China não são confiáveis pois ele foi forçado a abdicar durante o escândalo de Watergate.”
O mesmo vale para outros casos semelhantes em que se sublinham as características pessoais e as experiências subjetivas do debatedor no lugar de se tentar refutar seus argumentos e apresentar contraprovas às evidências que ele apresentou.
  • Argumento ad hominem circunstancial[5] (ad hominem circustantiae): coloca em foco a parcialidade do adversário, sugerindo que o último tem algo a ganhar com a defesa daquele ponto de vista.[carece de fontes?] Exemplo:
A: Fumar não causa nenhum tipo de mal.
B: É dono de uma grande empresa de cigarros, é claro que dirá isso.
Ver artigo principal: Bulverismo
  • Tu quoque (falácia do apelo à hipocrisia): o adversário é acusado de praticar algo muito semelhante ao que ele critica. Tu quoque significa em latim "você também". É um argumento muito comum e eficaz, pois tende a colocar o oponente na defensiva.[5] Exemplo:
A: As pessoas devem aprender a viver com o que ganham.
B: Mas você está completamente endividado e não faz qualquer esforço para mudar isso.
  • Falácia de associação (culpa por associação): Neste caso, a crítica não é dirigida diretamente ao autor da proposição, mas a uma terceira pessoa, que tem uma imagem negativa, à qual a tese que o autor original está defendendo é associada.

Um exemplo comum dessa falácia é a associação à figura de Hitler, apelidada de Reductio ad Hitlerum.

Exemplos

Clássicos ataques aos cientistas da Evolução Biológica

Em 2015, um artigo intitulado Experiential Thinking in Creationism - A Textual Analysis, publicado na Plos One, demostrou claramente um acervo de textos criacionistas que apelam pela demonização de cientistas evolucionistas como Charles Darwin na tentativa de invalidar as suas proposições científicas[6] :

"A teoria evolutiva foi associada a questões morais ao demonizar cientistas e ligar a teoria evolutiva às atrocidades (63-93% dos textos amostrados). As reações evolutivas das reivindicações criacionistas também continham depoimentos (93% dos textos amostrados) e referiam-se a implicações morais (80% dos textos amostrados), mas apresentavam menor prevalência de pensamento estereotipado (47% dos textos amostrados), viés de confirmação (27% dos textos amostrados ) e pseudodiagnósticos (7% dos textos amostrados). Os aspectos do pensamento experiencial também podem ser interpretados como falácias argumentativas. Os depoimentos lideram, por exemplo, o ad hominem e apelo às autoridades." - Plos One, 2015.


Ver também

Referências

  1. Leônidas Hegenberg; Flávio E. Novaes Hegenberg (2009). Argumentar. Editora E-papers. p. 376. ISBN 978-85-7650-224-1.
  2. «Britannica» (em inglês). Britannica.com. Consultado em 3 de maio de 2009 
  3. «Dicionário escolar de filosofia - falácia ad hominem». Defnarede.com. Consultado em 3 de maio de 2009. Arquivado do original em 13 de abril de 2009 
  4. DOWNES, Stephen. «Fugindo do Assunto». Crítica na Rede 
  5. a b c «Galilean library - Introducing Philosophy 16: A Guide to Fallacies» (em inglês). Galilean-library.org. Consultado em 3 de maio de 2009. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2009 
  6. Nieminen, Petteri; Ryökäs, Esko; Mustonen, Anne-Mari (3 de março de 2015). «Experiential Thinking in Creationism—A Textual Analysis». PLOS ONE. 10 (3): e0118314. ISSN 1932-6203. doi:10.1371/journal.pone.0118314 

Ligações externas

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