Galope de Gish

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O galope de Gish é uma estratégia retórica usada em debates que se concentra em soterrar o oponente com tantos argumentos quanto possível, sem levar em conta a qualidade ou a força dos argumentos. É considerado um tipo de falácia ou meta-falácia.[1][2] O termo foi cunhado por Eugenie Scott e a partir do nome do criacionista Duane Gish, que usava a técnica frequentemente em debates sobre a Teoria da Evolução.[3][4]

Técnica e contramedidas[editar | editar código-fonte]

Durante um galope de Gish, o debatedor profere uma série rápida de falácias, meias-verdades e deturpações em um curto espaço de tempo, o que torna impossível para o oponente refutar a todos dentro do formato de uma debate.[5][6] Na prática, leva-se muito mais tempo para refutar um mau argumento do que para declará-lo.[7] A técnica gasta todo o tempo do oponente e pode fazer parecer que ele é incapaz de refutar todos os pontos, especialmente para um público não familiarizado com a técnica, especialmente se nenhuma verificação independente estiver envolvida ou se o público não for familiarizado com o assunto sendo debatido.[8]

De modo geral, é mais difícil usar o galope de Gish em um debate estruturado do que em um em formato livre.[9] Se um debatedor sabe que estará diante de um oponente que é conhecido por usar o galope de Gish, ele pode se antecipar e refutar os argumentos conhecidos do oponente primeiro, antes que este possa iniciar o seu galope de Gish.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Gish Gallop: When People Try to Win Debates by Using Overwhelming Nonsense – Effectiviology» (em inglês). Consultado em 14 de outubro de 2020 
  2. «(Pseudo-)Science Blog » Gish Gallop (fallacy of the day)». Consultado em 14 de outubro de 2020 
  3. Scott, Eugenie (2004). «Confronting Creationism». National Center for Science Education. Consultado em 14 de outubro de 2020. Arquivado do original em 12 de junho de 2018 
  4. «Debates and the Globetrotters». www.talkorigins.org. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  5. «25 Feb 2000, 79 - Albuquerque Journal at Newspapers.com». Newspapers.com (em inglês). Consultado em 14 de outubro de 2020 
  6. «Winning the Creation Debate | National Center for Science Education». ncse.ngo (em inglês). Consultado em 14 de outubro de 2020 
  7. Hayward, C.J.S. (2018). The Seraphinians: "Blessed Seraphim Rose" and His Axe-Wielding Western Converts. San Francisco, CA, EUA: [s.n.] 
  8. Grant, John, 1949- (2011). Denying science : conspiracy theories, media distortions, and the war against reality. Amherst, N.Y.: Prometheus Books. OCLC 679931820 
  9. Johnson, Amy (2017). «The Multiple Harms of the Sea Lions» (PDF). Berkman Klein Center for Internet & Society. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  10. Grant, John, 1949-. Debunk it! : how to stay sane in a world of misinformation. San Francisco: [s.n.] OCLC 867078416