Etnografia da Guiné Equatorial

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Etnias de Guiné Equatorial: 1.
Fernandino;
2. Bubis;
3. Ibos;
4. Bakas;
5. Balengue (grupo étnico) ou Bisios; 6. Playeros (balengue) ou Bengas;  7. Gabonenses;
8. Crioulos anobonenses e
9. Fá d'Ambô ou outros crioulos portugueses; 10.
Fangs;
11. Etnias minoritárias.[1]

A maioria da população de Guiné Equatorial é da raça negra, mais propriamente de origem bantu. A etnia maioritária é a Fang, são originários da zona continental do país, ainda que a migração para a ilha Bioko tem produzido uma dominação dos Fang sobre o resto de habitantes. Aliás, os Fang constituem uns oitenta por cento da população, que se dividem em sessenta e sete clãs. Outro grupo étnico, os Bubi, originários da ilha Bioko, também de origem bantu mas instalados na insularidade desde ao menos faz 1500 anos, constituem um quinze por cento da população.

Outros grupos étnicos são os fernandinos (descendentes de refugiados e resgatados dos navios escravagistas no final do século XVIII e procedentes da costa ocidental africana, que vivem maioritariamente em Bioko); os ano-bonenses, descendentes de escravos de Angola, importados a ilha de Ano-Bom, e as etnias Bisio e Ndowe na região continental, junto a outras pequenas minorias de imigrantes nigerianos e camaroneses.

Existe também uma minoria de brancos europeus de ascendência espanhola e mestiços. Também vivem em Guiné Equatorial pequenos grupos de pigmeus Baká, na atualidade muito aculturados e em risco de desaparecimento total.

Diáspora de Guiné Equatorial[editar | editar código-fonte]

De acordo com a história da América, principalmente nos países hispanofalantes, alguns dos habitantes da Guiné Equatorial foram levados como escravos na época colonial ao Novo Mundo, ainda que hoje em dia, também devido principalmente ao exílio político, há um grupo numeroso na Europa, principalmente na Espanha, Gabão, Nigéria e Gana também contam com emigrados que inicialmente foram estudantes.

Referências de migrações guinéu-equatorianas[editar | editar código-fonte]

  • AIXELÀ, Yolanda (2011) Guinea Ecuatorial: Ciudadanías y migraciones transnacionales en un contexto dictatorial africano. Vic: Ceiba Edicions.
  • FONS, Virgínia, (2004) Entre dos aguas. Etnomedicina, proceación y salud entre los ndowé de Guinea Ecuatorial, Vic: CEIBA.
  • FONS, Virgínia ((2002) “Historia de un viaje sin retorno. Proceso migratorio de la población de Guinea Ecuatorial a España”, en L. Ondo, A. Bokesa, M. Liniger-Goumaz (dir.): Misceláneas Guineo Ecuatorianas I. Del Estado colonial al Estado dictatorial. Editorial Tiempos Próximos & Les Éditions du Temps, pp. 109-120.
  • SIPI, Remei (2004) Inmigración y género. El caso de Guinea Ecuatorial. Donostia: Gakoa.
  • UGARTE, Michael, (2009) Africans in Europe: The Culture of Exile and Emigration from Equatorial Guinea to Spain, Illinois: University of Illinois Press.
  • VI-KOME, Inongo, (2000) La emigración negroafricana: tragedia y esperanza. Culturas alternativas, Barcelona: Ed Carena.

Imigração à Guiné Equatorial[editar | editar código-fonte]

Em 13 de setembro de 1845, faz-se pública a Real Ordem pela qual a Rainha Isabel II autoriza o translado à região da Guiné Equatorial a todos os negros e mulatos livres de Cuba que voluntariamente o desejem.

Em 20 de junho de 1861, publica-se a Real Ordem pela que se converte a ilha de Bioko em presídio espanhol, que será ocupado principalmente por políticos perseguidos (refere-se como "represaliados") do governo espanhol. Em outubro do mesmo ano dita-se a Real Ordem pela que, ao não se oferecer voluntariamente negros emancipados de Cuba para imigrar a Guiné Equatorial, se dispõe que de não se apresentar voluntários se proceda ao embarque, sem seu consentimento, de um grupo de 260 pessoas negras cubanas, aos que unir-se-ão posteriormente no tempo aos numerosos políticos perseguidos, que usarão Guiné Equatorial como "exílio".

Além da população espanhola, desde o primeiro terço do século XX que vivem em Guiné Equatorial, principalmente na ilha de Bioko (então chamada Fernando Poo) destacaram-se minorias de liberianos e alguns libaneses. Com o tempo, foi crescente o número de nigerianos trabalhadores agrícolas, até sua saída em massa do país com o início da ditadura de Macías. A maioria dos espanhóis que residiam em época colonial fugiram apressadamente do país, impelidos pelas condições do novo governo independente. Na atualidade vivem na Guiné Equatorial minorias africanas de diversas procedência e outras asiáticas como os chineses e os libaneses. Em general considerou-se Guiné Equatorial como um país pouco receptivo à imigração do resto do continente africano, em parte por sua exclusividade linguística (junto ao Saara Ocidental - território ocupado por Marrocos - é o único país africano que tem o espanhol como língua oficial) e também pelas rígidas condições migratórias impostas pela ditadura.

Referências de espanhóis na Guiné Equatorial[editar | editar código-fonte]

  • DE CASTRO, Mariano L.; DA RUA, Mª Luisa (2007) A colonização espanhola em Guiné Equatorial. Vic: CEIBA.
  • DE UNZUETA YUSTE, Abelardo (1947) Geografia histórica da ilha de Fernando Poo. Madri: Instituto de Estudos Africanos.

Referências[editar | editar código-fonte]