Eupatorium cannabinum subsp. cannabinum

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Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Eupatorium
Espécie: Eupatorium cannabinum
L.
Subespécie: E. c. subsp. cannabinum
Nome trinomial
Eupatorium cannabinum subsp. cannabinum

Eupatorium cannabinum subsp. cannabinum, comummente conhecida como trevo-cervino[1], é uma espécie de planta com flor pertencente à família das Asteráceas e ao tipo fisionómicos dos caméfitos.[2]

Nomes comuns[editar | editar código-fonte]

Além do nome comum «trevo-cervino», dá ainda pelos seguintes nomes comuns: eupatória-de-avicena[3] ou simplesmente eupatório.[4]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Quanto ao nome científico desta espécie:

Quanto ao nome popular «trevo-cervino» provém da crença folclórica medieval de que os cervos se serviriam das folhas frescas desta planta para se tratarem de feridas e chagas.[7]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma planta herbácea vivaz, cujos caules eretos e algo lenhosos na base, que podem atingir até cerca de metro e meio de altura.[8] Encontra-se revestida de pêlos curtos, finos e macios enrolados.[8]

As folhas são palmatissectas, geralmente, compostas por três ou cinco segmentos lanceolados, acuminados, de margens denteadas, especialmente as inferiores e médias, são opostas entre si e contam com um pecíolo curto.[8]

Possui uma raiz branco-acinzentada, fibrosa, oblíqua, da grossura de um dedo.[7] A raiz destaca-se ainda pelo odor repugnante e, embora comestível, pelo travo muito amargo.[7]

O trevo-cervino floresce de Setembro a Junho, sendo que as flores são tubulares e pequenas.[8] As corolas das flores têm uma coloração avermelhada.[8]

As flores formam vários capítulos, os quais se encontram reunidos em corimbos ou panículas alargadas, ramosas e densas, contando com as brácteas involucrais de formatos que variam entre o oblongado ou oblongo-linear, escarioso-marginado ou obtuso.[8]

Os aquénios, por seu turno, têm papilho e são negros e glandulosos.[8]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Encontra-se presente nos continentes europeu, asiático e Norte de África.[9]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma subespécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, mais concretamente, em todas as zonas do Nordeste e do Noroeste; nas Terra Quente e na Terra Fria Transmontanas; no Centro-Norte; em todas as zonas do Centro-Oeste, salvo no Centro-oeste olissiponense; no Centro-leste montanhoso; nas zonas do Centro-sul miocénico e plistocénico; e em todas as zonas do Sudoeste, salvo no Sudoeste montanhoso.[10]

Em termos de naturalidade é nativa da região atrás referida.[11]

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma espécie ripícola, encontrando-se amiúde na orla de cursos de água, em valados, em pauis e nas cercanias de bosques.[12][13] Geralmente privilegia espaços húmidos, frescos e sombrios.[12]

Protecção[editar | editar código-fonte]

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Medicina popular[editar | editar código-fonte]

Foi usada historicamente na confecção de mezinhas para tratar de maleitas do fígado, da vesícula[14] e de obstipações.[15] Tendo sido também usado na preparação de unguentos para tratar a acne rosácea. [14]

Desta planta só se aproveitavam as folhas e as raízes, sendo que, do que toca às raízes, estas têm um cheiro e paladar muito desagradáveis, quando frescas.[15] Acreditava-se que se secassem perderiam as propriedades medicinais, pelo que se utilizavam o mais cedo possível, logo a seguir à colheita.[15]

Relativamente às folhas, também se tinham de usar frescas, colhidas idealmente antes da época da floração, reputando-lhes uma acção cicatrizante.[15] Também se lhes reputava um sabor bastante amargo.[15]

Ao trevo-cervino são ainda reconhecidas propriedades aperitivas, colagogas, depurativas, tónicas, laxantes, expectorantes, febrífugas e eméticas.[16]

Referências

  1. Infopédia. «trevo-cervino | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Porto Editora. Consultado em 3 de junho de 2022 
  2. «Jardim Botânico UTAD | Espécie Eupatorium cannabinum subesp cannabinum». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 3 de junho de 2022 
  3. Infopédia. «eupatório-de-avicena | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Porto Editora. Consultado em 3 de junho de 2022 
  4. «Eupatorium cannabinum L.». www.biorede.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  5. «eupătŏrĭa -ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 3 de junho de 2022 
  6. «Cannabium - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 3 de junho de 2022 
  7. a b c d Borralho da Graça, J. A. (1993). Segredos e virtudes das plantas medicinais. Lisboa: Reader's Digest. p. 340. 732 páginas. ISBN 9726090164 
  8. a b c d e f g «Eupatorium cannabinum L.». www.biorede.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  9. «Jardim Botânico UTAD | Espécie Eupatorium cannabinum». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 3 de junho de 2022 
  10. «Jardim Botânico UTAD | Espécie Eupatorium cannabinum». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 3 de junho de 2022 
  11. «Eupatorium cannabinum | Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  12. a b «Eupatorium cannabinum | Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  13. «Eupatorium cannabinum L.». www.biorede.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  14. a b Proença da Cunha, A. (2003). Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 701 páginas. ISBN 972-31-1010-5 
  15. a b c d e Borralho da Graça, J. A. (1993). Segredos e virtudes das plantas medicinais. Lisboa: Reader's Digest. p. 340. 732 páginas. ISBN 9726090164 
  16. «Jardim Botânico UTAD | Espécie Eupatorium cannabinum». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 3 de junho de 2022 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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