Exercício Alcora

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Exercício Alcora Alcora Exercise
Alcora Oefening
Tipo Aliança Militar
Fundação 14 de Outubro de 1970
Extinção 25 de abril de 1974
Propósito Defesa Interna e Externa
Sede África do Sul Pretória
Membros África do Sul África do Sul

Portugal Portugal
Rodésia Rodésia

Línguas oficiais Inglês, Português, Afrikaans
Filiação Alcora Top Level Commission (ATLC)
Diretor-Geral, PAPO Major-General Clifton
Fundador(a) África do Sul  África do Sul

Portugal Portugal

Exercício Alcora ou simplesmente Alcora[1] foi uma aliança militar secreta entre a África do Sul, Portugal e a Rodésia, formalmente em vigor, entre 1970 e 1974. O código "Alcora" é um acrônimo para "Aliança Contra como Rebeliões em África".[2]

A meta oficial de Exercício foi investigar os processos e os meios pelos quais a cooperação entre os três países poderia enfrentar a ameaça mútua para seus territórios na África Austral. O objectivo imediato era o de enfrentar os movimentos revolucionários que lutaram guerras de guerrilha contra as autoridades portuguesas em Angola e Moçambique, para limitar a propagação da ação desses movimentos no Sudoeste Áfricano e na Rodésia e para preparar a defesa territórios dos portugueses, sul-africanos e rodésianos  contra uma agressão por parte de governos hostis-africanos e dos países vizinhos.[3]

Alcora foi a formalização de acordos informais de cooperação militar entre os comandos militares portugueses, sul-africanos e rodésianos que haviam sido colocadas em prática a partir de meados da década de 1960. Alcora foi mantida em segredo e referido como um exercício (não de uma aliança ou tratado), principalmente devido à pressão do Governo português, que temia internos e externos de questões políticas e, em seguida, seriam levantadas se ele aparecesse associado com o Apartheid, regime da África do Sul e a minoria de governante na Rodésia, em uma contradição com  a doutrina portuguesa de existência de igualdade racial, em Angola e Moçambique.[4]

Respeitando o Alcora a África do Sul, Portugal e a Rodésia cooperaram na Guerra de Independência de Angola, a Guerra de Independência de Moçambique, na Guerra sul-africana na fronteira e na Rhodesian Bush War.[5]

A aliança entrou em colapso devido à Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974 e a subsequente independência de Angola e Moçambique que se seguiram.[6][7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Guardiola, Nicole (2009). A aliança secreta do apartheid, Rodésia e Portugal. [S.l.]: Vho.org 
  2. Barroso, Luís Fernando Machado (2013). «Da Desconfiança à Aliança: Portugal e a África do Sul na defesa do "Reduto Branco"». Bulletin for Spanish and Portuguese Historical Studies (em inglês). 38 (1). ISSN 0739-182X. doi:10.26431/0739-182X.1125 
  3. Meneses, Filipe Ribeiro de; McNamara, Robert (2013). «Exercício Alcora: O que sabemos, e não sabemos, sobre a Guerra Colonial». Relações Internacionais (R:I) (38): 125–133. ISSN 1645-9199 
  4. Correia, Milton (28 de dezembro de 2016). «Belicismo e desestabilização na África Austral: Exercício AlCORA e Operação Colt». Cadernos CERU. 27 (2): 67–78. ISSN 1413-4519 
  5. Aniceto, Afonso (2009). «Guerra colonial : uma aliança escondida». Nação e Defesa. ISSN 0870-757X 
  6. Afonso, Aniceto; Matos Gomes, Carlos de. Alcora. [S.l.: s.n.] ISBN 978-989-8633-01-9 
  7. Murtagh, Peter (25 de abril de 2014). «A military alliance between Portugal and African states that few knew about». Irish Times (em inglês). Consultado em 25 de abril de 2014