Express MD2

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Express MD2
Localização orbital 145 °E
Lançamento 06 de julho de 2012 (11 anos)
Veículo Proton-M/Briz-M
Operador RússiaRSCC
Vida útil 10 anos
Fabricante Khrunichev (bus)
Thales Alenia Space (payload)
Cobertura Europa
Ásia
Órbita Geoestacionária
Peso 1.140 kg
Designação COSPAR 2012-044B

O Express MD2 foi um satélite de comunicação geoestacionário de propriedade da Russian Satellite Communications Company (RSCC), com sede em Moscou. O satélite foi construído pelas empresas Khrunichev e Thales Alenia Space, e estava programado para ser colocado na posição orbital de 145 graus de longitude leste. O satélite foi baseado na plataforma Khrunichev bus e sua vida útil estimada era de 10 anos.[1][2] Devido a uma falha no veículo de lançamento, o satélite foi deixado em uma órbita intermediária e não pode ser utilizado para a sua finalidade pretendida.

História[editar | editar código-fonte]

A Russian Satellite Communications Company assinou em 2006 um contrato com a Alcatel Alenia Space e Khrunichev Khrunichev State Research and Production Space Centre para fornecer cargas de telecomunicações para os satélites Express MD1 e Express MD2.[1]

O Express MD2 ficou preso em uma órbita inutilizada após o lançamento devido a uma falha do estágio superior Briz-M.[1]

No caso de dois satélites com falha no lançamento ocorridos em 2006 e 2011 (o Arabsat 4A e Express AM4, respectivamente), que também ficaram presos em órbita baixa foram enviados em reentradas controladas e destrutivas sobre o Oceano Pacífico, eliminando assim o risco de uma colisão no futuro, bem como o risco de detritos produzir uma explosão.

No caso do fracasso de 2008, o satélite AMC-14 tinha reservas de propulsor suficiente para elevar-se e entrar em uma órbita geoestacionária útil. Apesar de não ser possível levar o Express MD2 à órbita geoestacionária por meio próprio, assim como o Telkom 3 ainda não foi tomada qualquer decisão sobre o futuro do satélite.[3]

A perda do Express MD2 é uma perda enorme para a RSCC, que planejava usar o satélite para fornecer fluxos de dados de 24 horas a vários usuários dentro do mercado russo de radiodifusão por satélite.[4]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

O satélite foi lançado ao espaço no dia 6 de agosto de 2012, às 19:31 UTC, por meio de um veículo Proton-M/Briz-M a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, juntamente com o satélite Telkom 3. Devido a uma falha do estágio superior Briz-M os satélites foram deixados em uma órbita intermediária. Ele tinha uma massa de lançamento de 1.140 kg.[1][2]

Capacidade[editar | editar código-fonte]

O Express MD2 era equipado com oito transponders em banda C e 3 em banda L[1] para fornecer serviços de radiodifusão e de comunicações em toda a Rússia e nos países da CEI, bem como comunicações móveis presidenciais e governamentais. Devido ao fracasso do estágio superior Briz-M, o satélite foi deixado em órbita intermediária.[2]

Cobertura[editar | editar código-fonte]

O satélite pode ser recepcionado na Europa e Ásia.

rota no solo do Express MD2.

Falha e fragilidade do programa espacial russo[editar | editar código-fonte]

O satélite não foi colocado na órbita pretendida devido o estágio superior Briz-M ter sofrido uma falha durante o processo do lançamento. Esta foi a segunda falha no lançamento causada por um Briz-M no prazo de doze meses, como o Express AM4 foi perdido em agosto de 2011, devido a um erro de computador.[5] Outras falhas de lançamento recentes incluiu três satélites GLONASS em 2010, a sonda Fobos-Grunt, que era destinada a Marte, em 2011 e mais três satélites GLONASS em 2013.[6] Após esta falha todos os lançamentos com foguete Proton-M foram suspensas e todas as fases Briz-M foram recolhidas. Esta discussão desencadeada sobre a crise na indústria espacial russa com o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, citado como dizendo "Estamos perdendo autoridade e milhares de milhões de rublos", devido às falhas de lançamento frequentes. Medvedev presidiu uma reunião sobre o assunto em 14 de agosto de 2012 e o presidente Vladimir Putin teve uma reunião sobre questões organizacionais. Uma das propostas é que a Roscosmos poderia ser transformada em uma corporação semelhante ao Rosatom.[7][8][9][10]

Uma investigação foi criado pelo cabeça da Roscosmos, Vladimir Popovkin, e foi chefiada pelo OP Skorobogatov de TsNIIMash. Foi noticiado no início de agosto pelo jornal russo Kommersant que o problema foi causado por uma falha no tubo de combustível no Briz-M.[5][11][12][13]

Em 16 de outubro de 2012, o Briz-M que apresentou problemas em 6 de agosto explodiu em oitenta peças aumentando a poluição na órbita terrestre.[14]

O diretor-geral da Khrunichev, Vladimir Nesterov, foi demitido de seu cargo pelo presidente Vladimir Putin.[15] O Proton-M voltou a voar em 14 de outubro, levando o satélite Intelsat 23. Este lançamento havia sido adiado em agosto, devido ao fracasso do lançamento dos satélites Express AM2 e Telkom 3.[5][16]

O programa espacial russo voltou a sofrer outra falha em 2 de julho de 2013 quando o foguete Proton-M explodiu 16 segundos após o seu lançamento. O veiculo desviou-se da trajetória programada vindo a colidir com o solo da própria base de lançamento. A investigação concluiu que a explosão se deveu a um erro na instalação de três girômetros. Foi o último acidente de uma série de fracassos no programa espacial russo. O acidente não causou vítimas, mas um prejuízo inicialmente estimado em US$ 200 milhões.

O foguete Proton-M transportava três satélites do sistema de navegação russo GLONASS e a explosão causada pela queda lançou para o ar 500 toneladas de combustível, com substâncias tóxicas, segundo a companhia de seguros responsável pelo foguete. Todo o cosmódromo teve que passar por um processo de limpeza e os moradores locais foram orientados a não deixarem suas casas. Os especialistas, porém, acreditam que a contaminação deve ser mínima, uma vez que todos os produtos devem ter sido queimados no momento da explosão.[6][17]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «Ekspress-MD 1, 2» (em inglês). Gunter's Space Page. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  2. a b c «Express MD2» (em inglês). SatBeams - Satellite Details. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  3. «Update: Breeze-M Explodes in Orbit Creating Debris Cloud» (em inglês). Space Safety Magazine. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  4. «Russia Takes Significant Loss with Telkom 3, Express MD2 Launch Failure» (em inglês). Satellite TODAY. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  5. a b c «Proton Launch Failure 2012 Aug 6» (em inglês). zarya.info. Consultado em 2 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 10 de outubro de 2012 
  6. a b «Foguete russo explode logo após lançamento no Cazaquistão». Rfi. Consultado em 2 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 20 de fevereiro de 2014 
  7. «Russian Satellite Launch Failure Leads to Proton Launch Suspension» (em inglês). Space Safety Magazine. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  8. «Working meeting with Deputy Prime Minister Dmitry Rogozin and Director of the Federal Space Agency Vladimir Popovkin» (em inglês). Kremlin.ru. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  9. «Medvedev to Name & Shame Failed Satellite Launch Officials» (em inglês). RIA Novosti. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  10. «Two satellites lost: Proton rocket launch fails to deliver» (em inglês). RT. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  11. «Fuel Pipe to Blame for Proton Launch Failure - Source» (em inglês). RIA Novosti. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  12. «Failure Review Oversight Board (FROB) Concludes Investigation on Russian Federal Telkom-3/ Express MD-2 Failure» (em inglês). Khrunichev. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  13. «Telkom-3/Ekspress-MD2 launch failure» (em inglês). Russian Space Web. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  14. «SpaceTrack Data Points to Briz-M Explosion Date/Time» (em inglês). zarya.info. Consultado em 2 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2013 
  15. «On Khrunichev CEO» (em inglês). Khrunichev. Consultado em 2 de fevereiro de 2014 
  16. «Intelsat 23 on its Way to Orbit after successful Proton Launch» (em inglês). spaceflight101. Consultado em 2 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2013 
  17. «Foguete russo explode em lançamento e deixa nuvem de fumaça tóxica». Jornal Terceira Via. Consultado em 3 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 1 de março de 2014