Fábrica do Arquinho

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Fábrica do Arquinho
Fábrica do Arquinho
Inauguração 1913
Restauro Conclusão prevista até 2027.[1]
Geografia
País Portugal
Cidade Guimarães
Localidade Urgezes
Coordenadas 41° 26' 19" N 8° 17' 51" O

A Fábrica do Arquinho foi uma fábrica têxtil localizada na freguesia de Urgezes em Guimarães, Portugal.[2] Foi uma das fábricas mais importantes da cidade e deu emprego a centenas de pessoas até ao seu encerramento no final do século XX.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Fundação[editar | editar código-fonte]

A Fábrica do Arquinho nos seus primórdios , década de 1920

A Fábrica do Arquinho foi fundada em 1913 por António José Pereira de Lima e o seu irmão Manuel José Pereira de Lima, dois importantes capitalistas de Guimarães da época, com o nome de Fábrica de Fiação e Tecidos do Arquinho, na rua da Caldeiroa, uma rua fortemente industrializada da cidade.[3] Esta foi uma época de industrialização para Guimarães, com muitas fábricas a serem criadas pela cidade, desde finais do século XIX até à década de 1920.

Desenvolvimento e expansão[editar | editar código-fonte]

A fábrica sobreviveu ao envolvimento de Portugal na Primeira Guerra Mundial, e enquanto que a Segunda Guerra Mundial devastava a Europa, a Fábrica do Arquinho contava com cerca de 160 trabalhadores.[3]

Passou por muitas expansões e modificações ao longo dos seus mais de 70 anos de existência ativa, abrangendo vários tipos de arquitetura e métodos de construção.[3]

O logotipo da fábrica

Encerramento e abandono[editar | editar código-fonte]

A Fábrica Arquinho entrou em falência e foi fechada e abandonada em abril de 1991.[3][4]

Em 2010 a fábrica foi assinalada pela PSP como um “mercado de drogas”, onde os toxicodependentes regularmente ocupavam o complexo para traficar e consumir todo o tipo de drogas.[5] Em Outubro desse mesmo ano, a PSP deteve alguns invasores na fábrica devido aos problemas acima mencionados.[6]

Em junho de 2011 os edifícios do Arquinho sofreu um grande incêndio, destruindo o telhado de 3 edifícios diferentes e aumentando o nível de degradação do complexo histórico.[3][7]

Reabilitação e renovação[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A fábrica é considerada um marco histórico pelos vimaranenses, que temem a perda do património industrial da cidade.[8]

O património histórico industrial de Guimarães diminuiu drasticamente nas últimas décadas.[9] Grande parte da Fábrica do Castanheiro foi demolida para a construção de um complexo de apartamentos,[10] a Fábrica da Avenida foi maioritariamente destruída e substituída por um grande edifício residencial, a Fábrica do Moinho do Buraco perdeu o seu estatuto de preservação e proteção[11] e a Fábrica do Cavalinho (parcialmente) e a Fábrica do Minhoto (totalmente) foram demolidas para construção de um Mercadona[12] e de algumas vias de acesso.[13] O status intocado da Fábrica do Arquinho entre as fábricas de Guimarães não duraria por muito, já que se encontra a meras centenas de metros das outras.

O arco na entrada do complexo industrial. Este deu nome à fábrica, pois arquinho significa pequeno arco.

A Câmara Municipal de Guimarães lançou um concurso de arquitetura para reabilitar a Fábrica do Arquinho, que foi adquirida pelo município em 2020.[14] O contrato assinado entre a autarquia e um promotor imobiliário prevê que o antigo edifício fabril, avaliado e obtido pela câmara por um valor de 1,5 milhões de euros,[15][16] permaneça na autarquia, “pago com taxas de urbanização”.[15]

Planos e futuro próximo[editar | editar código-fonte]

O primeiro concurso para o projeto de arquitetura foi lançado em 2022,[17] mas foi abandonado, sendo repetido no início de 2023 com uma proposta base de 280 mil euros. A proposta vencedora foi do atelier portuense AND-RÉ Architecture.[18]

O novo complexo de ensino e investigação de Guimarães chamar-se-á Tech-G e destina-se a albergar o Centro de Investigação Aeroespacial, a nova aposta curricular da Universidade do Minho, bem como a spin-off Fibrenamics, dedicada às fibras e seus derivados, que está atualmente sediada no Campus de Azurém.[18] “É uma zona promissora e a Fábrica do Arquinho poderá ser o local desta futura escola”, disse Domingos Bragança ao Guimarães Digital, acrescentando que a Plataforma Fibrenamics poderá também alargar a sua actividade de investigação na “área dos novos materiais” àquela propriedade.[19]

A obra da reabilitação do complexo do Arquinho foi lançada para concurso em Março de 2024.[20]

Estava prevista a conclusão dos trabalhos de reconstrução, restauração e reabilitação em 2025,[21] porém o prazo foi estendido até 2026/2027.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Resumo universitário de 2014 sobre a fábrica

Referências

  1. a b «Novas instalações da Fibrenamics na Fábrica do Arquinho». www.fibrenamics.com. Consultado em 26 de março de 2024 
  2. «António José Pereira Lima (Industrial e proprietário da Fábrica de Fiação e Tecidos do Arquinho, Guimarães)». www.arquivo.presidencia.pt. Consultado em 22 de novembro de 2023 
  3. a b c d e f https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/34519/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Maria%20Jo%c3%a3o%20Lima%20da%20Silva_2014.pdf
  4. User, Super. «Trabalhadores do Arquinho recebem créditos». GUIMARAESDIGITAL.COM. Consultado em 29 de novembro de 2023 
  5. User, Super. «Toxicodependentes ocuparam antiga fábrica do Arquinho». GUIMARAESDIGITAL.COM. Consultado em 29 de novembro de 2023 
  6. User, Super. «PSP fez detenções na antiga fábrica do Arquinho (COM VÍDEO)». GUIMARAESDIGITAL.COM. Consultado em 29 de novembro de 2023 
  7. https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/43153/1/Brito-Henriques_Oliveira_Labastida_Costa_Pereira_2019.pdf
  8. (PDF) https://www.muralha.org/uploads/6/2/8/5/6285999/posi%C3%87%C3%83o_muralha.pdf  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. https://www.passeio.pt/wp-content/uploads/2021/07/NoVOID-Livro-Catalogo-Versao-Digital-A.pdf
  10. Geral. «Antiga fábrica do Castanheiro dá lugar a projecto residencial em Urgezes de 18M€». GUIMARAESDIGITAL.COM. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  11. «Monumentos». www.monumentos.gov.pt. Consultado em 10 de março de 2024 
  12. Farias, Bruno (5 de abril de 2022). «Mercadona abre segunda loja em Guimarães». Grande Consumo. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  13. «Ruas da urbanização Cães de Pedra já têm nome. São inauguradas no sábado». jornaldeguimaraes.pt. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  14. «9M€ e um concurso de arquitectura para reabilitar Fábrica do Arquinho». Jornal CONSTRUIR. 10 de agosto de 2022. Consultado em 22 de novembro de 2023 
  15. a b https://www.comumonline.com/2020/09/fabrica-do-arquinho-pode-vir-a-acolher-curso-de-engenharia-aeroespacial-da-uminho/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  16. FPGuimarães (10 de dezembro de 2019). «Guimarães com nova zona urbana e um Mercadona incluído - FreePass Guimarães». Consultado em 27 de dezembro de 2023 
  17. diariodarepublica.pt https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/doc/11391-2022-200837607. Consultado em 22 de novembro de 2023  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  18. a b FPGuimarães (25 de maio de 2023). «Rua da Caldeiroa espreita o futuro com remodelação da antiga Fábrica do Arquinho - FreePass Guimarães». Consultado em 22 de novembro de 2023 
  19. Gualtieri, Autor: Fernando (10 de dezembro de 2019). «Fábrica do Arquinho, em Guimarães, pode ser 'base' da Engenharia Aeroespacial da UMinho». Press Minho. Consultado em 22 de novembro de 2023 
  20. «Fábrica do Arquinho: projeto de 10M€ para lançar obra a concurso este mês». jornaldeguimaraes.pt. Consultado em 7 de março de 2024 
  21. Studio, Gen Design. «RUM». RUM (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2023