Fernão Valarinho

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Fernão Valarinho
Nacionalidade português
Ocupação Navegador
Serviço militar
Patente Capitão

Fernão Valarinho, igualmente conhecido como Fernão Vilarinho foi um navegador português do século XV.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Serviu a casa do Infante D. Henrique como navegador, durante o século XV.[1] Foi capitão de uma das nove caravelas que realizaram uma expedição à costa africana, em 1446.[1] Em 1457, o Infante aforou-lhe as Azenhas de São Pedro, junto ao então Rio de Lagos.[1]

Numa carta assinada em 23 de Julho de 1462, o rei D. Afonso V concedia a Fernão Valarinho e aos seus sócios o direito de exportarem livremente para Castela os escravos que tinham adquirido em África, tendo o historiador João Paulo Oliveira e Costa interpretado pela decisão como uma prova da forma como os mercadores da vila de Lagos, ainda continuam a exercer importantes funções comerciais nas costas da Guiné Portuguesa.[2]

Segundo dados históricos coligidos pelo investigador José de Vasconcelos e Meneses, em 4 de Junho de 1463 o monarca ordenou que a feitoria de Lagos, que estava sedeada em edifícios do Infante D. Henrique, fosse transferida para a cidade de Lisboa.[3] Cerca de um ano depois, determinou que João Baldaia, recebedor dos direitos e do trato de Arguim, entregasse a Fernão Valarinho as casas que pertenceram ao Infante, e onde ele, que era recebedor, guardava os direitos e cousas referentes àquela colónia.[3] Deveria ser saldada a dívida do Infante a Fernão Valarinho, no valor de 44 750 reais brancos.[2]

Segundo a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel, de Damião de Góis, Fernão Valarinho foi um dos participantes na tentativa falhada de atacar a cidade de Calecute, na Índia, em Janeiro de 1510, como parte das forças de Afonso de Albuquerque, tendo ficado ferido ou mesmo sido morto durante a batalha.[4]

Placa toponímica da Rua Fernão Vilarinho, na cidade de Lagos.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

O nome de Fernão Vilarinho foi colocado numa rua do concelho de Lagos, em 3 de março de 2004.[1][5]

Referências

  1. a b c d FERRO, 2002:453
  2. a b COSTA, João Paulo Oliveira e (2000). «D. Afonso V e o Atlântico: a Base do Projecto Expansionista de D. João II» (PDF). III Simpósio de História Marítima: D. João II: O mar e o Universalismo lusíada. Lisboa: Academia de Marinha. p. 57-58. Consultado em 17 de Maio de 2023 
  3. a b MENEZES, José de Vasconcellos e (1987). «Tercenas de Lisboa» (PDF). Revista Municipal de Lisboa. Ano XLVIII (19). Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. p. 8. Consultado em 17 de Maio de 2023 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  4. GÓIS, Damião de (1567). Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel (PDF). Volume II. Lisboa: [s.n.] p. 89. Consultado em 18 de Maio de 2023 – via Bibliotecas do Agrupamento de Escolas nº2 de Serpa 
  5. «Freguesia de São Sebastião» (PDF). Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 1 de Abril de 2019. Arquivado do original (PDF) em 23 de Setembro de 2015 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FERRO, Silvestre Marchão (2007). Vultos na Toponímia de Lagos 2.ª ed. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 358 páginas. ISBN 972-8773-00-5 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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