Fernando de Castelo Branco

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Fernando de Castelo Branco, também conhecido como Fernando Pombeiro, D. (Lisboa, Anjos, 2 de Maio de 1852 - Figueira da Foz, 9 de Agosto de 1920) foi um político português.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filiação[editar | editar código-fonte]

Era filho segundo de D. José Inácio de Castelo Branco Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa, Representante do Título de Marquês de Belas, 8.° Conde de Pombeiro e Representante do Título de Visconde de Castelo Branco, e de sua mulher D. Maria Francisca Luísa de Sousa Coutinho.[1]

Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

Casou em Lisboa, Santa Isabel, a 25 de Janeiro de 1883 com sua prima Maria de Saldanha Ferreira Pinto Basto (Lisboa, Alcântara, 25 de Outubro de 1854 - Figueira da Foz, Quinta da Foja, 8 de Outubro de 1930), filha de Joaquim Ferreira Pinto Basto e de sua mulher D. Maria Ana de Saldanha da Gama, com geração.[2][1]

Emblema do Sporting Clube de Portugal[editar | editar código-fonte]

O emblema do Sporting Clube de Portugal, fundado oficialmente a 1 de Julho de 1906, teve origem no Verão de 1905, em Cascais e no Passeio D. Maria Pia, nas conversas entre os primos José Alfredo Holtreman Roquette (José Alvalade), José Viana Ferreira Roquette e António José Roquette Rebelo de Andrade e D. Fernando de Castelo Branco (Pombeiro).[3]

A inspiração para o emblema veio-lhes do anel com Brasão de família de D. Fernando de Castelo Branco (Brasão de Castelo Branco, Condes de Pombeiro): um leão rampante (ou rompante) de ouro em campo de azul; uma descrição heráldica do Inglês "lion rampant" - um leão de perfil, erecto, repousado na sua garra esquerda.[3]

A pedido do mesmo, o fundo azul não foi adoptado, pelo que os quatro acordaram que a melhor solução seria adoptar a cor verde, com o mesmo leão rampante de prata, mais tarde mudado para ouro, como símbolo.[3]

Embora o uso de emblemas não estivesse generalizado em Portugal, em 1907, a Casa Anjos de Lisboa apresentou o símbolo: um emblema circular com fundo verde e com um leão rampante de ouro sobre a inicial da palavra Club, com a inicial da palavra Sporting à esquerda e a de Portugal à direita, em prata. Prontamente, sócios e adeptos usaram-no na lapela do casaco.[3]

Administrador do Concelho de Cascais e a Implantação da República Portuguesa[editar | editar código-fonte]

Durante muitos anos foi Administrador do Concelho de Cascais.[1]

Esteve presente na Sessão da Câmara Municipal de Cascais de 17 de Março de 1897, na qual se registou em Acta a intenção de se nomear uma Representação ao Governo, a fim de se requerer a restauração do extinto Concelho de Oeiras, que havia sido anexado na sua quase totalidade ao de Cascais, por Decreto publicado no Diário do Governo de 30 de Setembro de 1895, e se tornara um encargo excessivo para este, e que, em caso de restauração do referido Concelho, a Freguesia de Carcavelos, que lhe pertencia, deveria permanecer como parte de Cascais, por ser do melhor interesse para todos. Ambas as coisas vieram a suceder.[4]

Exercia este cargo aquando da queda da Monarquia a 5 de Outubro de 1910 e da Implantação da República Portuguesa.[5]

Contam os jornais "O Século" de 7 de Outubro de 1910 e "Voz do Povo" de 17 de Outubro de 1910 que, desde o começo do tiroteio em Lisboa, na vila de Cascais vivia-se um clima de grande ansiedade por falta de notícias dos acontecimentos. Na noite de Segunda-Feira, dia 3 de Outubro, para Terça-Feira, dia 4 de Outubro, concentraram-se os populares revoltosos em Carcavelos, esperando a hora de entrarem em serviço revolucionário. À uma hora da madrugada, tomaram o cabo submarino e cortaram as comunicações terrestres. Na Quarta-Feira de manhã, dia 5 de Outubro, a notícia da vitória foi ali recebida e em todas as povoações, das nove às dez horas da manhã. Houve muitas manifestações em todas as localidades e foram içadas bandeiras republicanas no Campo Entrincheirado, em São Julião da Barra e no Forte Duque de Bragança. Aquando das novas da Revolução, D. Afonso de Bragança, Duque do Porto, encontra-se na região, instalando-se na Cidadela de Cascais, pois havia Guarda e a população de Cascais era, na sua maioria, afeiçoada ao Regime. Entretanto, o iate Amélia segue até à Baía de Cascais, recebendo, em breve, o Infante, que, no automóvel do 1.º Barão de Linhó, António Borges Coutinho de Medeiros de Sousa Dias da Câmara, percorre a vila, acompanhado pelo seu Ajudante-de-Campo, passando pelos grupos armados que não o hostilizam. A estação telegráfica transforma-se num posto de permanência onde, rodeado pelas autoridades locais, recebe as últimas notícias da capital. Francisco José da Rocha Martins refere-se mesmo duma linha de defesa de centenas de homens armados em volta da Cidadela de Cascais, que aguardavam ordens. Face à possibilidade dum bombardeamento da Cidadela, D. Afonso recolhe à residência do 1.º Conde de Arnoso, Bernardo Pinheiro Correia de Melo, até ser obrigado a abandonar a vila. O então Administrador do Concelho, D. Fernando de Castelo Branco, também conhecido por D. Fernando Pombeiro, e o Presidente em Exercício da Autarquia, José Cardoso de Meneses Martins, pedem a demissão, sendo substituídos, respectivamente, por João José Dinis, logo a 5 de Outubro, e por Abeilard Raul Fragoso de Vasconcelos, apenas a 13 de Outubro.[5]

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Tem uma Rua com o seu nome em Cascais.

Referências

  1. a b c d e Fernando de Castro da Silva Canedo (1993). A Descendência Portuguesa de El-Rei D. João II. [S.l.]: Fernando Santos e Rodrigo Faria de Castro. pp. Volume III. 110 
  2. a b Fernando de Castro da Silva Canedo (1993). A Descendência Portuguesa de El-Rei D. João II. [S.l.]: Fernando Santos e Rodrigo Faria de Castro. pp. Volume II. 221 
  3. a b c d «Sporting Clube de Portugal». Fórum S.C.P. Consultado em 21 de Outubro de 2015 
  4. «7- Supressão do concelho de Oeiras e retorno de Carcavelos ao concelho de Cascais». Junta de Freguesia de Carcavelos. Consultado em 21 de Outubro de 2015 [ligação inativa]
  5. a b Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Meneses (2007). Os Condes de Margaride e a sua Descendência. [S.l.]: Instituto D. João VI. 134