Filosofia latino-americana

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A filosofia latino-americana é uma categoria abrangente e de usos diversos que começou a ser elaborada enquanto um ramo distintivo da história da filosofia na segunda metade do século XX. Foi o filósofo peruano Augusto Salazar Bondy que lançou, em 1968, o notório questionamento “existe uma filosofia em nossa América?”.[1] Igualmente, pode significar uma filosofia na América Latina, como também uma filosofia por latino-americanos; o termo por vezes inclui, e outras vezes exclui, países de herança não-ibérica na América do Sul ou no Caribe.[2] A origem do ensino e exercício da filosofia na américa latina é comumente situada na fundação das primeiras instituições coloniais de educação, apesar da crítica descolonial recente que busca retomar e revalorizar os fragmentos de pensamento filosófico pré-Colombiano, como também o pensamento de sociedades indígenas contemporâneas.[2] A filosofia na América Latina é historicamente influenciada pelas correntes intelectuais europeias, principalmente continentais.[2]

A busca pela autenticidade é o motor do questionamento por um filosofia latino-americana, como iniciado em Bondy, que deu à sua própria pergunta uma reposta negativa, em razão do que considera uma persistência da relação colonial na cultura, o que, para o pensador, impede o desenvolvimento de uma filosofia propriamente latino-americana. O questionamento de Bondy, e sua resposta, despertou outras abordagens ao problema. Leopoldo Zea publica no ano seguinte, 1969, sua obra La filosofía latinoamericana como filosofía sin más (A filosofia latino-americana como filosofia sem poréns), onde afirma a capacidade atual dos latino-americanos de produzir uma filosofia que tome a experiência da colonização e os projetos de libertação como base. A continuidade da controvérsia entre os autores levou à definição de alguns dos temas centrais da filosofia latino-americana - a dominação, a alienação, e a libertação.[1]

Definição e Identidade[editar | editar código-fonte]

A menção à filosofia latino-americana despertou desde o início questionamentos sobre que tipo de demarcação se pretende fazer com essa categoria, com alguns críticos apontando a inconsistência de falar em filosofias nacionais ou regionais, enquanto outros duvidavam da existência de um corpo substâncial de pensamento filosófico na América Latina.[3] Em contrapartida, defensores da validade dessa categoria apontaram a naturalidade do uso de termos como filosofia alemã, ou inglesa, ou francesa, criticando as premisas tachadas de eurocêntricas que subestimam o desenvolvimento de um pensamento filosófico em outros contextos.[4] Quanto a esse debate, comentadores como Beorlegui distinguem três posições - universalistas, que negam qualquer demarcação da filosofia a uma cultura; nacionalistas, que defendem a existência de filosofia nacionais fundadas no caráter de um povo; e uma postura denominada perspectivista ou intermediária, que admitem uma dimensão universal na filosofia, mas também enfatizam o engajamento circunstâncial, com uma época e um lugar, de toda produção filosófica, rejeitando por outro lado o 'essencialismo' expresso pelos nacionalistas.[5]

Pensamento indígena pré-colonial[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Filosofia asteca e Filosofia indígena

Filosofia colonial espanhola e portuguesa[editar | editar código-fonte]

Primeiros filósofos hispanoamericanos[editar | editar código-fonte]

Século XIX[editar | editar código-fonte]

Primeira metade[editar | editar código-fonte]

Contexto socio-político[editar | editar código-fonte]

Segunda metade[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: krausismo e Positivismo

Século XX[editar | editar código-fonte]

Início do século[editar | editar código-fonte]

Décadas de 1950-60[editar | editar código-fonte]

Década de 1970[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Filosofia da libertação

Além da Filosofia da Libertação[editar | editar código-fonte]

Pós-colonialidade[editar | editar código-fonte]

Lista de pensadores[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Lima 2019, p. 23.
  2. a b c Gracia 2018.
  3. Beorlegui 2010, p. 33.
  4. Beorlegui 2010, p. 34.
  5. Beorlegui 2010, p. 35.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Beorlegui, Carlos (2010). Historia del pensamiento filosófico latinoamericano. [S.l.]: Publicaciones de la Universidad de Deusto. ISBN 9788498306781 
  • Lima, Bruno Reikdal (2019). Gênero, psicanálise, filosofia na América Latina, filosofia da libertação e pensamento descolonial. [S.l.]: ANPOF 
  • Gracia, Jorge (2018). «Latin American Philosophy». Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 18 de Julho de 2022 
  • Mendieta, Eduardo, ed. (2003). Latin American Philosophy Currents, Issues, Debates. [S.l.]: Indiana University Press. ISBN 0-253-21563-3 
  • Arévalo, Héctorduardo; Bolado, Gerardo, eds. (2015). Entre Europa y América: Estudios de la Filosofia Contemporánea en Lengua Española. [S.l.]: Universidad Técnica Particular de Loja. ISBN 978-9942-08-684-6