Formação Ponta Grossa

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Formação Ponta Grossa
Distribuição estratigráfica: Devoniano 411–359 Ma
Tipo Formação geológica
Unidade do(a) Bacia do Paraná (Supersequência Paraná)
Sub-unidades membros Jaguariaíva, Tibagi e São Domingos
Sucedida por Grupo Itararé
Precedida por Formação Furnas
Espessura máxima de 660m
Litologia
Primária Folhelhos
Outras Arenitos sílticos
Localização
Homenagem Ponta Grossa
Nomeada por Oliveira, E. P. (1912)
País  Brasil

A Formação Ponta Grossa é uma formação geológica da Bacia do Paraná, pertencente à Supersequência Paraná, e possui idade Devoniana. Ela é constituída principalmente por rochas argilosas denominadas folhelhos e, além de ser rica em fósseis, é uma das formações potenciais geradoras de petróleo da bacia. Secundariamente a Formação Ponta Grossa é formada por arenitos sílticos. As rochas desta formação afloram desde a divisa do estado do Paraná com o estado de São Paulo, a nordeste de Ponta Grossa, até próximo da cidade da Lapa, também no Paraná e a sudeste de Ponta Grossa.[1]

Denominação e subdivisão[editar | editar código-fonte]

O nome Ponta Grossa foi dado para esta formação em 1912 pelo geólogo Eusébio Paulo de Oliveira, ao estudá-la na cidade de Ponta Grossa, estado do Paraná, onde ocorrem afloramentos de camadas de folhelhos muito fossilíferos. Na época ele a chamou de Schistos de Ponta Grossa, sendo “schisto” uma antiga denominação para folhelho. Além disto ele também introduziu o termo grés de Tibagy, para uma camada de arenitos que ocorre na porção mediana da Formação Ponta Grossa, sendo “grés” uma antiga denominação para arenito.[2] Em 1947, o geólogo Reinhard Maack definiu uma outra unidade, a que denominou de “Folhelhos São Domingos”.[3] Em 1948, o geólogo Setembrino Petri propôs o nome Formação Ponta Grossa, como uma unidade litoestratigráfica, para estas rochas.[4] Atualmente a Formação Ponta Grossa é subdividida em três membros, da base para o topo, os folhelhos do Membro São Domingos, os arenitos do Membro Tibagi e, finalmente, os folhelhos do Membro Jaguariaíva, que recobrem o Membro Tibagi.[1]

Conteúdo fossilífero[editar | editar código-fonte]

A Formação Ponta Grossa é uma das formações geológicas mais ricas em fósseis marinhos devonianos. Entre os fósseis de animais encontrados nesta formação predominam os invertebrados como braquiópodos, trilobitas, anelídeos e equinodermos, além de moluscos biválvios e gastrópodes.[1]

Potencial gerador de petróleo[editar | editar código-fonte]

A Formação Ponta Grossa é uma das duas formações identificadas na Bacia do Paraná com potencial para gerar petróleo, sendo a outra a Formação Irati. Os folhelhos negros da Formação Ponta Grossa tem potencial de qualidade média a razoável, com teor de carbono orgânico total médio na faixa de um por cento e máximo de cerca de quatro por cento e potencial gerador de 6 kg HC/ton rocha.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Milani, E. J.; Melo, J. H. G., Souza, P. A.; Fernandes, L. A. E França, A. B., 2007 – Bacia do Paraná. In: Cartas Estratigráficas - Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, mai/Nov. 2007
  2. Oliveira, E. P. (1912) O Terreno Devoniano do Sul do Brasil. Annaes da Escola de Minas de Ouro Preto. Ouro Preto, MG, Brasil, Vol. 14: pp. 31-41.
  3. Maack, R. (1947) Breves notícias sobre a Geologia dos estados do Paraná e Santa Catarina. IN: Arquivos de Biologia e Tecnologia, Curitiba, vol. 2, pp. 63-154.
  4. Petri, S., 1948 - Contribuição ao estudo do Devoniano paranaense. Boletim da Divisão de Geologia e Mineralogia. Rio de Janeiro, Brasil, 125pg.
  5. Milani, E.J.; França, A. B.; Medeiros, R. Á. novembro de 2006 e maio de 2007. «Roteiros Geológicos, Rochas geradoras e rochas-reservatório da Bacia do Paraná». Rio de Janeiro: Petrobras. Boletim de Geociências da Petrobras. 15 (1): 135–162