Forte de Miranda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Forte de Miranda
Construção Maria I de Portugal (1797)
Conservação Desaparecido
Aberto ao público Não

O Forte de Miranda localizava-se no Presídio de Miranda, à margem direita do rio M'boteteí (atual rio Miranda), afluente da margem esquerda do rio Paraguai, hoje cidade de Miranda, no estado de Mato Grosso do Sul, no Brasil.

História[editar | editar código-fonte]

O forte remonta a um Presídio (colônia militar) fundado em 1797 pelo governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Caetano Pinto de Miranda Montenegro (17??-1804) (SOUZA, 1885:139), povoado com indígenas de várias etnias, principalmente Terena (SILVA, 2001). Para a sua defesa, foi erguido um reduto de planta poligonal quadrangular, com um redente ao centro de cada face. O seu plano mostra os edifícios de serviço distribuídos no interior terrapleno, ao abrigo das muralhas, erguidas com estacas de madeira e terra apiloada, com um fosso defendendo o perímetro externo. Este Presídio estava sob o comando do Tenente de Dragões Francisco Rodrigues do Prado, quando por determinação de Ricardo Franco de Almeida Serra, as suas forças contra-atacam o Fortim de San José de Apa, assegurando, na Guerra de 1801, em definitivo para Portugal a fronteira sul do Mato Grosso (MELLO, 1963:28).

Neste Presídio funcionou, de fevereiro de 1799 a fevereiro de 1801 pelo menos, um Armazém Real (Armazém Real do Presídio de Miranda), um depósito de armas, munições, fardamentos, ferramentas, alimentos, equipamentos náuticos e tudo o mais necessário ao uso das forças militares da Coroa Portuguesa ou mesmo das suas repartições civis.

SOUZA (1895), menciona que a exploração do major Luiz d'Allincourt em 1826 encontrou essa fortificação aberta e arruinada (op. cit., p. 139).

De acordo com TAUNAY (s.d.), existiu neste povoado "…sito a 210 quilômetros a NO de Nioac" (op. cit., p. 41) "(…) sobre o local de velha fortificação, outrora bem construído quartel, então muito deteriorado pelo fogo (…)" (op. cit., p. 33), incendiado, como a vila, pelas forças invasoras paraguaias no contexto da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870).

Não confundir o Presídio oitocentista que originou a vila de Miranda com a Colônia Militar de Miranda, erguida pelo Império também na região, à época da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) também envolvida no episódio da Retirada da Laguna, mas localizada 80 quilômetros SSO de Nioac (TAUNAY, s.d.:41).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368p.
  • FERRAZ, Antônio Leôncio Pereira. Memória sobre as Fortificações de Mato Grosso (Separata da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1930.
  • GALLO, José Roberto (Arq.). Fortificações de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: 8º DR/IPHAN/FNPM/MinC Escritório Técnico/MS, mar. 1986.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • LEVERGER, Augusto (Almte.). Apontamentos para o Diccionário Chorografico da Província do Mato Grosso. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVII, Partes I e II, 1884. p. 307-504.
  • SILVA, Jovam Vilela da. A lógica portuguesa na ocupação urbana do território mato-grossense. História & Perspectivas. Uberlândia: nº 24, jan.-jun. 2001.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
  • TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. A Retirada da Laguna. s.l.: Edições Melhoramentos, s.d..

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]