Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo (Espírito Santo)

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Luís dos Santos Vilhena, 1744-1814
Forte de N. S. do Monte do Carmo: Planta e prospecto por Luís dos Santos Vilhena. (1801)

O Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo localizava-se na ilha de Santo Antônio (hoje ilha de Vitória), entre o cais grande e a praia do Peixe, na marinha da vila de Nossa Senhora da Vitória (hoje cidade da Vitória), no litoral do atual estado brasileiro do Espírito Santo.

História[editar | editar código-fonte]

Entre 1674 e 1675, o baiano Francisco Gil de Araújo adquiriu a Capitania do Espírito Santo a seu capitão donatário Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, por 40 mil cruzados[1]. Durante a sua administração (1678 a 1682), entre as melhorias que promoveu no tocante à defesa, fez terminar as obras desta fortificação.

O vice-rei e capitão-general de mar-e-terra do Estado do Brasil, D. Vasco Fernandes César de Meneses (1720-1735), comissionou o engenheiro Nicolau de Abreu Carvalho para proceder aos reparos necessários às fortificações da baía do Espírito Santo, entre as quais esta[2]. Embora seja considerado 1730 como o ano da sua construção, considera-se o artilhado com dez peças[3]. A informação correta consta no título de uma planta colorida, no Arquivo Militar do Rio de Janeiro:

"Planta e prospeto do Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo, um dos que defendem a marinha e vila da Vitória. Nele se acham montadas sete peças de ferro e três pedreiros de bronze; sobre o portão está escrito: - Este forte mandou aperfeiçoar o Exmo. Sr. Conde Vice-Rei, ano de 1730. Levantada por José António Caldas em 1766."[4]

Este forte apresentava planta no formato de um polígono estrelado, tendo estado artilhado com quatro peças antecarga de alma lisa, e quatro morteiros (ou trabucos), sem precisar a época[5].

O general Antônio Eliziário (tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito), em 1841, dava-o como completamente arruinado[3].

Também foi conhecido como Forte da Vila.

Características[editar | editar código-fonte]

Um relatório de 1724, feito por Dionísio Carvalho de Abreu, descreve este forte da seguinte maneira:

Fortaleza de Nossa Senhora do Monte do Carmo: em forma de meia estrela regular, com cinco ângulos, situada na marinha da vila da Vitória, com oito peças de artilharia calibre seis e oito, todas montadas em carretas, mais quatro de bronze e duas de ferro desmontadas[6].

Já a planta do forte feita por Luís dos Santos Vilhena em 1801 é acompanhada do seguinte texto:

Planta e Prospecto do Forte de N. S. do Monte do Carmo, huma das que defendem a marinha e Villa da Victoria Capital da Capitania do Espirito Santo. Esta ella no Coração da Villa a margem do rio, pella maior parte he banhada das marés e se descobre na baxamar. A Fig.a 1ª mostra a sua Planta onde A,, he o seu tranzito onde esta o Corpo da guarda. B,, Quartel da guarnição C, Prizão,, D, Casa da Palamenta. E, Caza da Polvora. O outro lado mostra a caza da residencia do Capitão e tem por sima da sala huma a agoa furtada com a trapeira, que mostra o prospecto. As letras F F mostrão a Esplanada onde ha so pessoas, a saber 7 do genero de Cangão de ferro, e 3 canhoens pedreiros, de bronze. Sobre a sua Porta se le a seguinte e negligenda inscripção: Este Forte mandou aperfeiçoar o Ex.mo Senhor Conde Vice-Rey anno de 1730. A Fig.a 2ª mostra a faxada que faz p.a a parte da marinha, para onde tem o seu exercicio[6].

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. OLIVEIRA, José Teixeira de (1975). História do Estado do Espírito Santo 2ª ed. Vitória: Fundação Cultural do Espírito Santo. p. 175. 602 páginas 
  2. OLIVEIRA, José Teixeira de (1975). História do Estado do Espírito Santo 2ª ed. Vitória: Fundação Cultural do Espírito Santo. p. 188. 602 páginas 
  3. a b SOUSA, Augusto Fausto de (1885). «Fortificações no Brazil». Rio de Janeiro: IHGB. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Tomo XLVIII, Parte II): 5-140 
  4. MARQUES, César Augusto (1878). Diccionario Historico, Geographico e Estatistico da Província do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Typographia Naciona. p. 32. 248 páginas 
  5. BARRETO, Aníbal (Cel.) (1958). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora. p. 192. 368 páginas 
  6. a b fabiopaivareis (19 de setembro de 2016). «Planta, e prospecto do Forte de N. S. do Monte do Carmo (1801)». História Capixaba. Consultado em 24 de junho de 2022 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]