Forte de São Jorge (Cabo da Praia)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Forte de São Jorge (Francisco Xavier Machado, 1772, ANTT).
"Forte de S. Jorge" (autor desconhecido, s/d, Arquivo Histórico Militar).

O Forte de São Jorge localizava-se na freguesia do Cabo da Praia, concelho da Praia da Vitória, na costa oeste da ilha Terceira, nos Açores.

Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro (atual Porto Oceânico da Praia da Vitória) contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

História[editar | editar código-fonte]

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto de S. Jorge." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[1]

Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767:

"22º - Forte de São Jorge. Está reformado de novo. Tem tres canhoneiras, precisa abrir-se-lhe mais huma, tem duas peças de ferro capazes com seus reparos bons e precisa mais huma com o seu reparo e para se guarnecer quatro artilheiros e dezeseis auxiliares."[2]

Encontra-se referido como "Forte de S. Jorge" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772).

Encontra-se referido como "21. Forte de S. George" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários: "Este Forte perciza algú rachamento, goarniçáo, e reboquo, o seu tilhado composto, e hua porta na sua caza."[3]

A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 localiza-o na freguesia de Porto Martim e informa que dele "Apenas existem os vestígios".[4]

Esta estrutura não chegou até aos nossos dias.

Características[editar | editar código-fonte]

Do tipo abaluartado, de pequenas dimensões, em alvenaria de pedra, o desenho de aguarelado de 1772 representa-o com planta pentagonal com os muros rasgados por três canhoneiras pelos lados do mar, e dependências de serviço no terrapleno pelo lado de terra

Um alçado e planta de autor desconhecido, sem data, no Arquivo Histórico Militar, mostra-o com planta quadrada, com uma canhoneira em cada um dos lados e duas indicadas no alçado do muro pelos lados do mar. A edificação de serviço encontra-se ampliada com o adosso, pelo exterior da gola, de um novo compartimento.

Referências

  1. "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 178. Consultado em 8 dez 2011.
  2. JÚDICE, 1767.
  3. Revista aos Fortes que Defendem a costa da Ilha Terceira - 1776 Arquivado em 27 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. in IHIT.pt. Consultado em 3 dez 2011.
  4. BASTOS, 1997:267.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Anónimo. Colecção de todos os fortes da jurisdição da Villa da Praia e da jurisdição da cidade na Ilha Terceira, com a indicação da importância da despesa das obras necessárias em cada um deles (Arquivo Histórico Ultramarino). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LI-LII, 1993-1994.
  • Anónimo. "Revista aos Fortes que Defendem a Costa da Ilha Terceira – 1776 (Arquivo Histórico Ultramarino)". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LVI, 1998.
  • BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde ja desprezar." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 267-271.
  • CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
  • JÚDICE, João António. "Revista dos Fortes da Terceira". in Arquivo dos Açores, vol. V (ed. fac-similada de 1883). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 359-363.
  • MACHADO, Francisco Xavier. Revista dos fortes e redutos da Ilha Terceira - 1772. Angra do Heroísmo (Açores): Secretaria Regional da Educação e Assuntos Sociais; Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo, 1983. il.
  • MARTINS, José Salgado, "Património Edificado da Ilha Terceira: o Passado e o Presente". Separata da revista Atlântida, vol. LII, 2007. p. 44.
  • MOTA, Valdemar. Fortificação da Ilha Terceira. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LI-LII, 1993-1994.
  • NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Arthur Teodoro de (coord.). Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
  • PEGO, Damião; ALMEIDA JR., António de. Tombo dos Fortes da Ilha Terceira (Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército). Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LIV, 1996.
  • VIEIRA, Alberto. Da poliorcética à fortificação nos Açores: introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]