Francisco Alves Cavalcanti Camboim

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Francisco Alves Cavalcanti Camboim
Nascimento 1810
Morte 2 de fevereiro de 1896
Cidadania Brasil
Ocupação político

Francisco Alves Cavalcanti Camboim, primeiro e único Barão de Buíque (Flores[nota 1], c. 1808Brejo da Madre de Deus, 2 de fevereiro de 1896), foi um fazendeiro e político brasileiro.[1][2]  

Filho do Alferes Francisco Alves da Silva e de Leonarda Bezerra Cavalcanti de Albuquerque. Era trineto do capitão-mor Manuel Leite da Silva, fundador do município de Pedra. O capitão-mor foi escolhido vereador de Cimbres, em 1762, por ocasião da inauguração da vila.

Durante a juventude participou como voluntário de um dos batalhões armados para combater a Cabanada, revolta de caráter anti-regencial e claramente restauradora ocorrida no interior da província, no episódio ganhou o epíteto de "Camboim",  alcunha que carregou durante toda a vida.[3]

Foi Deputado da Assembleia Legislativa da Província de Pernambuco na 1ª legislatura (1835-1837).[4][5][6] Exerceu o cargo de Diretor Geral dos Índios da Província entre 1869 e 1879, ele assumiu o posto ainda como coronel, antes de receber o baronato, permanecendo anos na interinidade.

Agraciado com o título de barão por decreto de 17 de maio de 1871, e faz referência à cidade pernambucana de Buíque.[7] Era oficial da Imperial Ordem da Rosa.[8]

O Barão de Buíque, foi o primeiro prefeito republicano de Brejo da Madre de Deus  eleito em 1892, na mesma cidade foi Juiz de paz, comandante-superior da Guarda Nacional e vereador por várias legislaturas.[9][10] Foi ainda um dos chefes do partido Conservador no interior da província durante mais de meio século, membro prestigiado da agremiação, o Barão se correspondia e era conhecido por grandes figuras do partido como o Duque de Caxias e o Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira.[11]

Faleceu em 02 de Fevereiro de 1896, aos 88 anos, no Brejo da Madre de Deus, onde possuía a Fazenda Poço, na época muito visitada por barões, condes, viscondes e autoridades - e por isso o titular ficou conhecido popularmente como Barão do Poço. Outros o chamavam de Barão de Camboim.[12][13]

Casou-se com Ana Olímpia de Siqueira Cavalcanti, com quem teve cinco filhos: Dr. Cincinato Alves Cavalcanti Camboim, Ana de Siqueira Cavalcanti Camboim, Francisco Alves Cavalcanti Camboim, Clara de Siqueira Cavalcanti Camboim e André Alves Cavalcanti Camboim que foi senhor de engenho e primeiro sub-prefeito da cidade de Barreiros.[14]

Os barões de Buíque tiveram vários descendentes que se casaram com descendentes dos barões Palmeira dos Índios.

Seu neto Natalício Camboim de Vasconcelos foi deputado federal pelo estado de Alagoas entre 1909 e 1926. O bisneto do barão, Dr. Raul Camboim de Vasconcelos foi médico e prefeito do município pernambucano de Bom Conselho, entre 1963 e 1968; na mesma cidade foi presidente da Câmara Municipal e vereador por vários mandatos.[15][16]

O Barão de Buíque era tio paterno de Antônio Alves da Silva, barão de Amaragi, tio paterno de Lourenço Bezerra Alves da Silva, barão de Caxangá, primo de Paulo Jacinto Tenório, barão de Palmeira dos Índios e tio-avô de D. Maria José Araújo de Barros Correia, baronesa de Contendas e primeira-dama do estado de Pernambuco.[17][18]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

Notas

  1. A localidade de Brejo da Madre de Deus, onde algumas fontes afirmam ter nascido o biografado, era na época apenas um distrito, subordinado ao município de Flores, e só se emanciparia anos depois.

Referências

  1. «Archivo nobiliarchico brasileiro - Barão de Buíque». Consultado em 10 de outubro de 2014 
  2. «Archivo nobiliarchico brasileiro - José Smith de Vasconcelos e Rodolfo Smith de Vasconcelos (Barão de Buíque)». 9 de janeiro de 2011. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  3. «029033_01 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 8 de abril de 2018 
  4. «705110 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 8 de abril de 2018 
  5. «029033_01 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 8 de abril de 2018 
  6. «A primeira Legislatura da Assembléia da Província de Pernambuco (1835-1837)». ALEPE. Consultado em 9 de maio de 2015. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2015 
  7. «709506 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 9 de abril de 2018 
  8. Lázaro Cambuim. «BARÃO DE BUÍQUE - FRANCISCO ALVES CAVALCANTI CAMBUIM». Consultado em 10 de outubro de 2014 
  9. «Cavalcanti de Albuquerque e a nobreza». Consultado em 10 de outubro de 2014 
  10. «029033_02 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 8 de abril de 2018 
  11. «Carta enviada pelo Barão de Buique para o conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira» 
  12. «705110 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 9 de abril de 2018 
  13. «705110 - DocReader LIGHT». memoria.bn.br. Consultado em 9 de abril de 2018 
  14. Thaumaturgo, Newton (1993). O Barão de Buíque, "Barão do Poço" 1808 - 1896. [S.l.: s.n.] 
  15. «Annuário Genealógico Brasileiro (SP) - 1939 a 1948 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 30 de maio de 2022 
  16. FERRO, Celina Correia. De Capacaça à Bom Conselho. Uma visão pessoal. Recife: Comunicarte, 1992.
  17. Pires Ferreira, Edgardo (2015). «Árvore genealógica de Francisco Alves Cavalcanti Camboim». A mística do parentesco. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  18. Ferreira, Edgardo Pires. A mística do parentesco: uma genealogia inacabada: a teia do parentesco em Pernambuco. Guarulhos, SP: ABC Editorial, 2011.[1]