Francisco Azevedo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Francisco Azevedo
Francisco Azevedo
Francisco Azevedo em dezembro de 2018
Nascimento 23 de fevereiro de 1951
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Edvane do Carmo Cabral
Ocupação romancista
dramaturgo
roteirista
poeta
diplomata
Magnum opus O arroz de Palma

Francisco José Alonso Vellozo Azevedo, mais conhecido como Francisco Azevedo (Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1951), é um romancista, dramaturgo, roteirista, poeta e ex-diplomata brasileiro, autor do best-seller O arroz de Palma. Lançado em 2008 pela Editora Record, o romance atingiu, em 2015, a marca de 50 mil exemplares vendidos[1] e já foi traduzido em treze idiomas.

Mesmo sendo um nome conhecido no meio cultural desde os anos 1990, o autor surpreendeu sua editora, que não imaginava o sucesso que a obra iria alcançar, sem qualquer marketing[2]. O texto "Família é prato difícil de preparar"[3], extraído do primeiro capítulo do livro, começou a circular de forma espontânea pelas redes sociais, transformando o livro em um fenômeno do boca-a-boca a ponto de chamar a atenção da Rede Globo[4]. A trama está sendo adaptada por Edmara Barbosa e Bruno Luperi para a faixa de novelas das 18h, com estreia prevista para 2023[5].

Biografia[editar | editar código-fonte]

Francisco Azevedo nasceu em 23 de fevereiro de 1951, no Rio de Janeiro. Ele é o terceiro dos cinco filhos de Orlando da Silva Azevedo e Maria do Carmo Vellozo Azevedo. Por conta de um acerto familiar, foi criado por sua avó materna, Maria da Soledade Alonso, de fundamental importância na sua educação e formação.

Em 1973, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito Cândido Mendes do Rio de Janeiro. No mesmo ano, foi aprovado no concurso para o Instituto Rio Branco, uma das melhores academias diplomáticas do mundo. Em novembro de 1974, mudou-se para Brasília e começou a trabalhar no Ministério das Relações Exteriores como diplomata[6]. Serviu no Consulado-Geral do Brasil em Nova York e na Missão do Brasil junto à OEA, em Washington, onde exerceu funções nas áreas de política bilateral e multilateral. Como correio diplomático, esteve em países da América Latina, Europa e África.  

No início dos anos 1980, quando decidiu deixar a carreira diplomática[7], começou a escrever roteiros para documentários, vídeos institucionais, comerciais de televisão e multimídias.

Poesia[editar | editar código-fonte]

Em 1978, pela editora Escopo, Francisco Azevedo publicou seu livro de estreia, Contra os moinhos de vento[8], coletânea de poesias e prosas poéticas escritas entre 1975 e 1978, apresentada por prefácio[9], de Antônio Houaiss.

Em 1984, pela editora Paz & Terra, Francisco Azevedo lançou seu segundo livro, A Casa dos Arcos. Ainda que o título faça referência ao Palácio do Itamaraty, os poemas e prosas poéticas do livro percorrem uma casa imaginária que não tem vinculação direta com a conhecida sede do Ministério das Relações Exteriores. Segundo crítica[10] publicada na época pela revista Veja, os materiais de trabalho do escritor são a gíria, a política, o humor e a associação inesperada de imagens e palavras.

Embora nunca tenha abandonado a prosa poética, o retorno ao gênero, de forma mais sistemática, deu-se com o livro Eu sou eles (fragmentos)[11], de 2018, onde oferece ao leitor recortes de sua obra na Literatura, Teatro e Cinema, entremeados com poemas e textos inéditos. O livro foi dedicado[12] a Edvane do Carmo Cabral, companheira do autor desde 1981.

Teatro[editar | editar código-fonte]

Em 1994, “Casa de Anaïs Nin”, peça inspirada na vida e obra da escritora francesa Anaïs Nin, marcou sua estreia como dramaturgo. O espetáculo ficou nove meses em cartaz nos teatros João Caetano e Cândido Mendes, ambos no Rio de Janeiro. Em 1998, o espetáculo foi remontado no Teatro Hilton[13], em São Paulo, com Lucélia Santos[14] no papel principal.

Em 1997, “Coração na Boca”, comédia dramática que fala do amor surgido na adolescência entre um casal de japoneses e um brasileiro, estreou no Teatro Nelson Rodrigues[15], no Rio de Janeiro, e depois seguiu temporada no Teatro Hilton, em São Paulo. Traduzida para o inglês com o título "Three of Hearts", foi apresentada em 10 de novembro de 2000 na Yale University, tradicional universidade norte-americana, por atores da Yale School of Drama. Francisco Azevedo assistiu a encenação e participou, como conferencista convidado, do evento “Staging Brazilian and Portuguese Theater”[16], que discutiu a peça e o teatro produzido no Brasil.

Em 2002, assinou texto e direção de “Unha e Carne”, uma comédia romântica que aborda os sentimentos e contradições de duas amigas que estão brigadas e não se falam há um bom tempo. Interpretada pelas atrizes Lilia Cabral e Denise Del Vecchio, a peça estreou em agosto no Teatro dos Quatro[17], no Rio de Janeiro, seguindo para o Nordeste, Porto Alegre, São Paulo (interior do estado) e Brasília[18]. Nesta última cidade, Marcia Cabrita substituiu Lília Cabral.

Audiovisual[editar | editar código-fonte]

Em 1994, escreveu o roteiro do curta-metragem Ressurreição Brasil[19], com Esther Góes, e direção de Marcelo Taranto. O filme venceu o Margarida de Prata, prêmio cinematográfico oferecido pela CNBB, na categoria curta-metragem.

Em 1995, escreveu o roteiro do média-metragem O Espiritismo: de Kardec aos dias de hoje[20], com Ednei Giovenazzi e narração de Aracy Balabanian. Filmado no Palácio do Itamaraty, o vídeo foi traduzido para sete idiomas (francês, espanhol, inglês, alemão, sueco, italiano e esperanto).

Em 2009, escreveu o roteiro do longa-metragem Ponto Final[21], com Othon Bastos, Roberto Bomtempo e Hermila Guedes, também com direção de Marcelo Taranto.  

Romances[editar | editar código-fonte]

O arroz de Palma[editar | editar código-fonte]

Selecionado como um dos dez finalistas[22] do Prêmio São Paulo de Literatura 2009, e considerado o primeiro romance em literatura brasileira a abordar a chegada de imigrantes portugueses ao Brasil,[23] O arroz de Palma narra a saga de uma família humilde que veio para o país no início do século XX e que, aqui, aprofunda raízes, cresce e dá frutos.

A história começa em 2008 com Antônio, o narrador da história, preparando o almoço que será servido à família, finalmente reunida após muito tempo. Enquanto combina os ingredientes, vão se misturando em sua mente as histórias que tia Palma, irmã de seu pai, lhe contava. O ponto de partida das suas lembranças é o casamento de seus pais, José Custódio e Maria Romana, em 1908, em Viana do Castelo, norte de Portugal, quando os noivos deixam a cerimônia sob “torrencial” chuva de arroz. Enquanto o cortejo segue festivo, Palma resolve colher, grão por grão, o arroz que se espalhou pelo chão quando o irmão e a cunhada se casaram. Em casa, ao pesar a colheita, se alegra com os 12 quilos de arroz reunidos na balança. Está ali o presente de casamento que dará ao casal. Vem daí, portanto, o nome do livro.

José Custódio, pai de Antônio, sente-se ofendido com o presente. Já Maria Romana chora, comovida, e traz esse arroz para o Brasil na bagagem[24]. Assim, por quatro gerações o incompreendido presente torna-se fundamental na construção desta família, em seus dramas, conflitos e alegrias, sempre como um símbolo do amor que une as pessoas e da fertilidade, já que o arroz não estraga se for bem guardado ou bem distribuído entre todos[25]. As palavras escritas por Palma no cartão que entregou aos noivos após a cerimônia (“Este arroz - plantado na terra, caído do céu como o maná do deserto e colhido da pedra – é símbolo de fertilidade e eterno amor. Esta é a minha bênção”) são confirmadas com o desdobramento da história. O arroz se mostra abençoado, milagroso e sagrado[26].

TETRALOGIA[editar | editar código-fonte]

Os três romances seguintes lançados pelo autor compõem, juntamente com O arroz de Palma, uma tetralogia de narrativas centradas na família.

Doce Gabito[editar | editar código-fonte]

Em 6 de março de 2012, aniversário de Gabriel García Márquez, foi publicado[27] pela Editora Record o segundo romance da tetralogia. Doce Gabito conta a história de Gabriela Garcia Marques, uma menina que vai morar com o avô no Rio de Janeiro após a morte dos pais na guerrilha do Araguaia. Numa noite de tempestade, um senhor de fartos bigodes surge em seu sonho e a convence a sair do barraco, que logo desaba tirando a vida do avô. Aparecendo sem avisar e com valiosos conselhos, o misterioso senhor bigodudo torna-se seu mentor. Ao descobrir que seu nome é igual ao do consagrado escritor colombiano e se deparar com uma foto dele, Gabriela reconhece o amigo cujo apelido, para os íntimos, é Gabito. A partir daí, o amigo imaginário estará sempre ao lado dela, ajudando-a a enfrentar as reviravoltas do destino[28].

O poeta Ferreira Gullar também é fundamental na costura da obra, pois foi a partir do poema O duplo[29], publicado por Gullar no livro "Em alguma parte alguma", que Francisco Azevedo encontrou[30] os meios para trazer a figura de García Márquez para o romance, transformando-o numa espécie de alter ego da personagem Gabriela.

Os novos moradores[editar | editar código-fonte]

Publicado em junho de 2017, seu terceiro romance, Os novos moradores foi semifinalista[31] do Prêmio Oceanos, um dos mais renomados prêmios literários da língua portuguesa. Espécie de romance de geração, a obra tematiza a convivência e a compreensão do diverso por meio da escolha radical pelo diálogo e pela reflexão[32]. Ao tratar dos dramas de duas famílias típicas da classe média carioca, Francisco Azevedo aprofunda a investigação, iniciada em O arroz de Palma, sobre aspectos intrínsecos e universais dos grupos familiares[33]. Ao autor, interessa[34] abordar a luta travada nesses grupos. Isso inclui conflitos, rivalidades, e até mesmo questões espinhosas, como o incesto entre irmãos[35], um dos temas centrais da obra, que se passa nas casas geminadas da Rua dos Oitis, no bairro da Gávea, Rio de Janeiro. Numa casa vive uma família harmônica, na outra pessoas que quase não se falam. Ao longo de três décadas, essas vidas vão se entrelaçar e é nesse emaranhado de relações que o autor constrói a trama[36].

A roupa do corpo[editar | editar código-fonte]

Lançado em novembro de 2020 pela editora Record, A roupa do corpo[37] completa a tetralogia. A obra nasceu do desejo do autor de reencontrar os personagens dos romances anteriores, mas com a perspectiva de novos protagonistas[38]. Assim, o narrador-personagem Fiapo assume o papel de condutor da história, que começa no ano de 1957 e se encerra em 2020, já sob o impacto da pandemia do novo coronavírus. Como nos romances anteriores, dilemas de fragmentação e recomposição familiar permeiam a trama.

Obras[editar | editar código-fonte]

Romances[editar | editar código-fonte]

  • O arroz de Palma, Rio de Janeiro: Editora Record, 2008
  • Doce Gabito, Rio de Janeiro: Editora Record, 2012
  • Os novos moradores, Rio de Janeiro: Editora Record, 2017
  • A roupa do corpo, Rio de Janeiro: Editora Record, 2020

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Contra os moinhos de vento, Editora Escopo, 1978
  • A Casa dos Arcos, Editora Paz & Terra, 1984
  • Eu sou eles – fragmentos, Editora Record, 2018

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • Casa de Anaïs Nin, 1994
  • Coração na Boca, 1997
  • Unha e Carne, 2002

Referências

  1. Moreno, Mariana (23 de janeiro de 2016). «"O arroz de Palma", de Francisco Azevedo». Blog do Grupo Editorial Record. Consultado em 17 de novembro de 2020 
  2. «Livro "Arroz de Palma" vira sucesso de venda sem qualquer marketing». Globo News, site oficial. 18 de maio de 2012. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  3. Nery, Cecilia (24 de outubro de 2012). «Família é prato difícil de preparar, mas é bom!». Blog Sobre leituras e observações. Consultado em 19 de novembro de 2020 
  4. Marinho, Arthur (13 de setembro de 2018). «Capítulos de Arroz de Palma serão todos entregues a Globo e novela é adiada para 2021». Resumo das Novelas Online. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  5. Kogut, Patricia (11 de setembro de 2020). «Por causa de 'Pantanal', Globo adia 'O arroz de Palma'. Entenda». O Globo. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  6. «Linha do Tempo: 1974». Site oficial do autor. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  7. «Francisco Azevedo - Autores no SKOOB». Skoob. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  8. Site oficial do escritor. In: Linha do Tempo, 6 de janeiro de 2013. Disponível em <http://franciscoazevedo.com/linha-do-tempo-1978>. Acesso em: 13 de novembro de 2020.
  9. Houaiss, Antônio (18 de abril de 1978). «Prefácio do livro "Contra os Moinhos de Vento"» (PDF). Site oficial do escritor. Consultado em 15 de novembro de 2020 
  10. Costa, Mirian Paglia (23 de maio de 1984). «Palavra Rápida» (PDF). Revista Veja n° 820. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  11. Krapp, Juliana (7 de novembro de 2018). «"Eu sou eles", de Francisco Azevedo». Blog do Grupo Editorial Record. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  12. Azevedo, Francisco (23 de outubro de 2010). «Eu sou eles (trechos da obra)» (PDF). Site oficial do autor. Consultado em 20 de novembro de 2020 
  13. CASA de Anais Nin. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento568789/casa-de-anais-nin>. Acesso em: 15 de Nov. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
  14. Agência Folha (23 de julho de 1998). «Lucélia Santos volta aos palcos em São Paulo». UOL - Brasil Online. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  15. CORAÇÃO na Boca. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento395505/coracao-na-boca>. Acesso em: 11 de novembro de 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
  16. «Conference to Focus on Portuguese and Brazilian Theater». YaleNews. 24 de outubro de 2000. Consultado em 9 de novembro de 2020 
  17. «Maria Fernanda Cândido prestigia estréia teatral». Babado - Famosos e celebridades pertinho de você. 22 de agosto de 2002. Consultado em 15 de novembro de 2020 
  18. «Último dia de Unha e Carne». Jornal de Brasília. 24 de agosto de 2003. Consultado em 15 de novembro de 2020 
  19. «Ressureição Brasil (1993)». IMDb (Internet Movie Database). Consultado em 24 de novembro de 2020 
  20. «O Espiritismo, de Kardec aos Dias de Hoje (1995)». IMDb - Internet Movie Database. Consultado em 29 de novembro de 2020 
  21. «Ponto Final (2011) - IMDb». IMDb (Internet Movie Database). Consultado em 24 de novembro de 2020 
  22. «Finalistas - Prêmio São Paulo de Literatura - Edição 2009». Prêmio São Paulo de Literatura - site oficial. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  23. «O arroz de Palma - apresentado por Lilia». Sociedade Literária Livros e Raquetes. 16 de agosto de 2013. Consultado em 4 de dezembro de 2020 
  24. Simões, Ana Paula Piano (29 de janeiro de 2013). «O arroz de Palma». Fagulha de Ideias. Consultado em 20 de novembro de 2020 
  25. Bevilacqua, Miriam. «Resenha de O arroz de Palma». Miriam Bevilacqua Literatura, Comunicação, Educação. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  26. Viana, Aline (16 de fevereiro de 2016). «Resenha: O arroz de Palma (Francisco Azevedo)». Beleza Tem a Ver. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  27. «Lançamento de Doce Gabito». Site do Grupo Editorial Record. 29 de fevereiro de 2012. Consultado em 14 de novembro de 2020 
  28. «Doce Gabito - BookMarket». BookMarket. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  29. Gullar, Ferreira (3 de março de 2019). «Ferreira Gullar: "O duplo"». Acontecimentos - Blog de Antonio Cicero. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  30. Azevedo, Francisco. «Doce Gabito». Site oficial do autor. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  31. "Prêmio literário Oceanos divulga lista de autores em sua semifinal; veja". Folha de S.Paulo, 14 de Ago. 2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/08/premio-literario-oceanos-divulga-lista-de-autores-em-sua-semifinal-veja.shtml>. Acesso em: 11 de Nov. 2020.
  32. Maiochi, Renata (29 de março de 2018). «Resenha L: Os Novos Moradores, de Francisco Azevedo». Portal O Literário. Consultado em 25 de novembro de 2020 
  33. Araujo Pinho, Carolina (9 de agosto de 2017). «Os Novos Moradores - resenha». Cheiro de Livro. Consultado em 12 de novembro de 2020 
  34. Site oficial do escritor. In: Doce Gabito, 6 de janeiro de 2013. Disponível em <http://franciscoazevedo.com/doce-gabito>. Acesso em: 14 de novembro de 2020.
  35. De Chevalier, Christovam (22 de setembro de 2016). «Tempo da delicadeza». O Globo Zona Sul. Consultado em 20 de novembro de 2020 
  36. Pinho, Carolina Araujo (9 de agosto de 2017). «Os Novos Moradores - Cheiro de Livro». Consultado em 28 de novembro de 2020 
  37. «A roupa do corpo». Grupo Editorial Record. Consultado em 20 de novembro de 2020 
  38. Villas-Boas, Luciana (15 de setembro de 2020). «Aposta no lado luminoso do povo». Villas-Boas & Moss. Consultado em 28 de novembro de 2020