Frank Pantridge

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Frank Pantridge
Nascimento 3 de outubro de 1916
Royal Hillsborough
Morte 26 de dezembro de 2004 (88 anos)
Cidadania Reino Unido, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Alma mater
Ocupação médico militar, cardiologista, médico
Prêmios

James Francis "Frank" Pantridge, CBE, MC, OStJ, MD, (Hillsborough, Irlanda do Norte, 3 de outubro de 191626 de dezembro de 2004) foi um médico cardiologista norte-irlandês, inventor do desfibrilador, que transformou a medicina de urgência e os serviços paramédicos.

Formação[editar | editar código-fonte]

Frequentou a Friends' School, Lisburn e graduou-se em medicina em 1939 na Queen's University de Belfast.

Serviço militar[editar | editar código-fonte]

Durante a Segunda Guerra Mundial serviu no Exército Britânico. Foi comissionado no Corpo Médico do Exército Real como tenente em 12 de abril de 1940. Recebeu o service number 128673.[1] Recebeu a Cruz Militar durante a Batalha de Singapura, tornando-se prisioneiro de guerra. Serviu durante grande parte de seu cativeiro como trabalhador escravo na Ferrovia da Birmânia.[2] Quando foi libertado no final da guerra, Pantridge estava emaciado e contraíra beribéri; sofreu de problemas de saúde relacionados à doença pelo resto da vida.[3]

Carreira médica[editar | editar código-fonte]

Após a libertação trabalhou como lecturer no departamento de patologia da Queen's University e, em seguida, ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Michigan, onde estudou com o Dr. F.N. Wilson, cardiologista e autoridade em eletrocardiografia.

Retornou à Irlanda do Norte em 1950 e foi nomeado consultor cardíaco no Royal Victoria Hospital, Belfast, e professor da Queen's University, onde permaneceu até sua aposentadoria em 1982. Lá, estabeleceu uma unidade especializada em cardiologia cujo trabalho se tornou mundialmente conhecido.

Em 1957 Pantridge e seu colega, Dr. John Geddes, introduziram o moderno sistema de reanimação cardiorrespiratória para o tratamento da parada cardíaca. Um estudo mais aprofundado levou Frank Pantridge à conclusão de que muitas mortes resultaram de fibrilação ventricular, que precisava ser tratada antes que o paciente fosse internado no hospital. Isso levou à introdução da unidade móvel de atendimento coronariano, uma ambulância com equipamentos e funcionários especializados para prestar atendimento pré-hospitalar.

Para ampliar a utilidade do tratamento precoce, Pantridge desenvolveu o desfibrilador portátil e, em 1965, instalou sua primeira versão em uma ambulância de Belfast. O equipamento pesava 70 kg e operava com baterias de carro, mas em 1968 ele havia projetado um instrumento com apenas 3 kg, incorporando um capacitor em miniatura fabricado pela NASA.

Seu trabalho foi apoiado por investigações clínicas e estudos epidemiológicos em artigos científicos, incluindo um influente artigo de 1967 no The Lancet. Com esses desenvolvimentos, o sistema de tratamento de Belfast, conhecido como "Plano Pantridge", foi adotado em todo o mundo pelos serviços médicos de emergência. O desfibrilador portátil tornou-se reconhecido como uma ferramenta fundamental nos primeiros socorros, e o refinamento de Pantridge do desfibrilador automático externo permitiu que ele fosse usado com segurança por pessoas com pouca prática.

Embora ele fosse conhecido mundialmente como o "Pai da Medicina de Emergência",[4] Frank Pantridge foi pouco aclamado em seu próprio país, e ficou triste porque demorou até 1990 para que todas as ambulâncias da linha de frente no Reino Unido fossem equipadas com desfibriladores.

Referências

  1. «No. 34899». The London Gazette (Supplement). 16 de julho de 1940. pp. 4422–4423 
  2. «Defibrillator inventor honoured». BBC. 11 de junho de 2009. Consultado em 22 de fevereiro de 2020 
  3. Duff, Bill (6 de janeiro de 2005). «Obituary: Frank Pantridge». The Guardian. London 
  4. UK Daily Telegraph obituary 29 December 2004.
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