Frans Sammut

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Frans Sammut
Frans Sammut
Frans Sammut com a tradução da colecção de provérbios malteses da autoria de Vassalli. Dezembro de 2006.
Nascimento 19 de novembro de 1945
Ħaż-Żebbuġ Malta
Morte 04 de maio de 2011 (65 anos)
Malta
Ocupação Escritor, argumentista, dramaturgo, romancista, Consultor Cultural do Primeiro-Ministro de Malta
Principais trabalhos Il-Gagga, Samuraj, Il-Holma Maltija, Bonaparte à Malte
Página oficial
http://www.franssammut.org http://www.franssammut.com
Malta's Modern National Author, Frans Sammut, and the Maltese Flag - late 1960s/early 1970s

Frans Sammut (Ħaż-Żebbuġ, Malta 19 de Novembro de 1945 – 4 de Maio de 2011[1]) foi um romancista e escritor de não-ficção maltês."[2]

Vida[editar | editar código-fonte]

Frans Sammut, 2010

Sammut tornou-se famoso no final dos anos sessenta, enquanto co-fundador do Movimento Literário Revivalista (Moviment Qawmien Letterarju). Posteriormente, desempenhou funções de Secretário na Academia de Língua Maltesa (Akkademja tal-Malti).

Sammut terminou a sua carreira na área do ensino, na qualidade de Director de Escola, tendo ainda desempenhado funções de Consultor Cultural do Primeiro-Ministro de Malta entre 1996 e 1998.

Em 2010, tornou-se membro da Sociedade Internacional de Napoleão.[3]

O escritor foi casado com Catherine Cachia, de quem teve dois filhos, Mark e Jean-Pierre.

Obra[editar | editar código-fonte]

Frans Sammut publicou numerosas obras, incluindo os romances topo de vendas tais como: Il-Gaġġa (A Gaiola), que serviu de base ao filme de 1971 de Mario Philip Azzopardi,[4] Samuraj, vencedor do Prémio Rothmans,[5] Paceville, galardoado com a Medalha Literária do Governo[5] e Il-Ħolma Maltija (O Sonho Maltês), sobre o qual o crítico literário Norbert Ellul-Vincenti considerou não existir na literatura maltesa nada com a sua magnitude.[6] O antigo Primeiro-Ministro e dramaturgo Alfred Sant considera o referido romance a obra-prima de Sammut[7] e a autora e poetisa britânica Marjorie Boulton classifica o romance como sendo uma "obra colossal."[8]

Sammut publicou igualmente colectâneas de pequenos contos, nomeadamente Labirint (Labirinto), Newbiet (Estações) e Ħrejjef Żminijietna (Contos dos Nossos Tempos).

Entre as suas obras não ficcionais destacam-se Ir-Rivoluzzjoni Franċiża: il-Ġrajja u t-Tifsira (A Revolução Francesa: História e Significado), Bonaparti f'Malta (Bonaparte em Malta), cuja versão traduzida em francês, Bonaparte à Malte, foi publicada em 2008, e On The Da Vinci Code (2006), uma crítica bilingue (em inglês e maltês) ao sucesso de vendas internacional. Sammut editou igualmente a obra Lexicon de Mikiel Anton Vassalli. Vassalli (falecido em 1829) é considerado o Pai da Língua Maltesa. Em 2006, Sammut publica a tradução da obra Moedas, aforismos e provérbios Maltese (Motti, Aforismi e Proverbii Maltesi) de Vassalli com o título Għajdun il-Għaqal, Kliem il-Għerf u Qwiel Maltin. Em 2007, 'a tradução da sua obra Il-Ħolma Maltija (com o título La Malta Revo) representou Malta na colecção de obras literárias clássicas em Esperanto publicada pela Mondial Books de Nova Iorque. Em 2008, a sua obra Il-Gaġġa foi publicada pela quinta vez. Em 2009, Sammut apresentou uma reinterpretação revolucionária do poema de Pietru Caxaro, Xidew il-qada (igualmente conhecido por Il-Kantilena), o mais antigo documento escrito em maltês.[9]

Sammut traduziu obras importantes para o teatro: Phèdre de Racine (Fedra) (1978) and A Ralé de Maxim Gorky, ambos representados no Teatro Manoel, Valletta, sob a direção o poeta Mario Azzopardi.[10]

Peter Serracino Inglott, antigo Reitor da Universidade de Malta, Professor de Filosofia e um conceituado intelectual maltês afirmou:

O génio de Sammut residia na sua capacidade de, ao jeito de um bobo da corte voltairiano, transformar uma personagem histórica numa espécie de vector carnavalesco de uma máscara ironicamente maior que a vida. O leitor é levado a admirar o lado frontal das personalidades que são normalmente vistas com uma solenidade absoluta. O leitor ri com cumplicidade das dúvidas, deslizes e equívocos das personagens. A mudança estilística de uma narrativa histórica para uma narrativa ficcional é eventualmente o maior desafio com que qualquer tradutor se pode deparar.[11]

Últimas palavras[editar | editar código-fonte]

São famosas as palavras proferidas por Frans Sammut antes de falecer: “Eu e a minha mulher devíamos ir a Jerusalém, mas parece que os planos se alteraram. Agora vou para a Jerusalém Divina."[12]

Serracino Inglott reagiu deste modo a estas palavras: "Com isto, apercebi-me de que, por vezes, as lágrimas e os risos são permutáveis."[11]

Fedra, 1978.
Government of Malta Literary Prize given to Frans Sammut in 1991 for the novel Paceville
Government of Malta Literary Prize given to Frans Sammut in 1995 for Il-Ħolma Maltija

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Labirint u Stejjer Oħra [Labirinto e outros contos ] (contos) 1968
  • Il-Gaġġa [A Gaiola] 5 edições (romance) 1971 – adaptado ao cinema, Gaġġa [Gaiola], realizado por Mario Philip Azzopardi 1971
  • Logħba Bejn Erbgħa [Um jogo entre quatro] (conto longo) 1972
  • Samuraj [Samurai] 3 edições (romance) 1975
  • Kristu fil-Poeżija Maltija (1913-1973) [Cristo na poesia maltese] (dissertação não publicada, Universidade de Malta) 1977
  • Fedra [tradução de Phèdre de Racine] (peça de teatro) 1978
  • Il-Qtil fi-Sqaq il-Ħorr [Assassinatos no Beco da Honest] (conto longo) 1979
  • Il-Proċess Vassalli [O Julgamento Vassalli] (peça de teatro) 1980
  • Il-Mixja tal-Ħaddiem lejn-il-Ħelsien [De março do Trabalhador Para Liberdade] (análise política) 1982
  • Ir-Rivoluzzjoni Franċiża: il-Ġrajja u t-Tifsira [A Revolução Francesa: História e Significado] (tema histórico) 1989
  • Paceville (romance) 1991
  • Letteratura [Literatura] (crítica literária) 1992
  • Il-Ħolma Maltija [O Sonho Maltês ] (romance) 1994, 2012,[13] traduzido em Esperanto com o título La Malta Revo, publicado em Nova Iorque, 2007
  • Bonaparti f'Malta [Bonaparte em Malta] (tema histórico), 1997, traduzido em francês com o título Bonaparte à Malte, 2008
  • Newbiet [Estações] (contos) 1998 (Ilustrações: Giovanni Caselli)
  • Ħrejjef Żminijietna [Contos dos Nossos Tempos] (contos) 2000 (Ilustrações: Giovanni Caselli)
  • Dun Ġorġ: Il-Bniedem tal-Poplu [ Pai George: Um homem do povo] (tema histórico e religioso) 2001
Frans Sammut em 1970, aproximadamente
  • Ġrajjet Ħaż-Żebbuġ [ História da Żebbuġ] (tema histórico) (tradução do original de Dun Salv Ciappara) 2001
  • Lexicon (por Michelantonio Vassalli) 2002
  • Għala Le għall-UE [Por que não a UE] (análise política) 2003
  • Ħarsa mill-qrib lejn Ħajjet San Filep u l-Kult tiegħu [Um olhar mais atento sobre a vida de São Filipe e de culto] (tema histórico e religioso) 2004
  • On The Da Vinci Code / Dwar The Da Vinci Code [Em O Código Da Vinci] (crítica literária) 2006
  • Għajdun il-Għaqal, Kliem il-Għerf u Qwiel Maltin [Moedas, aforismos e provérbios Maltese] (tradução do original de Mikiel Anton Vassalli) 2006
  • I Giovanniti: La Storia dei Cavalieri di Malta [The History of the Knights of Malta] (history) 2006, published in 2015 (Bonfirraro Editore, Italy)[14]
  • Alfred Sant: Il-Viżjoni għall-Bidla [Alfred Sant: A visão da mudança[15]] (análise política) 2008
  • Introdução ao dicionário de Baron Vincenzo Azopardi na qual faz uma análise da Cantilena de Caxaro (crítica literária, linguística) 2009
Ficheiro:Review Labirint 1968 (Malta News).jpg
Review of the first work of Frans Sammut, Labirint, published in 1968, when he was 22 years old.

Referências

  1. name="obit"Attard, Elaine (5 de maio de 2011). «Frans Sammut passes away». The Malta Independent. Consultado em 5 de maio de 2011 
  2. Le Petit Futé, 9th Ed, 2009-2010, Paris, p. 70.
  3. http://www.napoleonicsociety.com/french/rapportmalte.htm
  4. Aquilina, Sandra (12 March 2007). "Portrait of the artist", The Malta Independent. |accessdate = 15-05-2011.
  5. a b name="obit"
  6. Ellul Vincenti, Norbert (11 May 1994): "Vassalli's Maltese Dream", The Sunday Times (Malta), p. 20.
  7. Sant, Alfred (4 de maio de 2011). "Frans Sammut: A Man of Courage" «Frans Sammut: A Man of Courage» Verifique valor |url= (ajuda). maltastar.com. Consultado em 5 de maio de 2011 
  8. Maltese works in Esperanto, The Malta Independent, 2 September 2007.| accessdate = 15-05-2011.
  9. New interpretation to oldest written document in Maltese, maltamediaonline.com. accessdate = 15-05-2011.
  10. Azzopardi, Mario: "In Memoriam: Frans tal-Gagga u Gerusalemm l-ohra" in In-Nazzjon 14 June 2011.
  11. a b Serracino Inglott, Peter (15 May 2011). "Inheritance of icons", The Sunday Times (Malta). accessdate = 25-05-2011.
  12. Sammut, Mark (15 May 2011). "Frans Sammut", The Sunday Times (Malta). accessdate = 25-05-2011.
  13. «Cópia arquivada». Consultado em 27 de maio de 2013. Arquivado do original em 6 de setembro de 2013 
  14. «Cópia arquivada». Consultado em 5 de novembro de 2015. Arquivado do original em 5 de novembro de 2015 
  15. «Cópia arquivada». Consultado em 6 de julho de 2011. Arquivado do original em 15 de março de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/"><img alt="Creative Commons License" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-sa/3.0/88x31.png" /></a>
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