Galopim de Carvalho

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Galopim de Carvalho
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Galopim de Carvalho
Galopim de Carvalho em 2020
Nome completo António Marcos Galopim de Carvalho
Outros nomes A. M. Galopim de Carvalho
Nascimento 11 de agosto de 1931 (92 anos)
Évora, Portugal
Nacionalidade português
Alma mater Universidade de Lisboa
Ocupação Professor jubilado, consultor científico, divulgador de Ciência
Prémios Prémio Bordalo (1994) Ciências

Grande Prémio Ciência Viva Montepio (2013)

António Marcos Galopim de Carvalho (Évora, 11 de agosto de 1931), Professor universitário português, Prémio Bordalo (1994) em Ciências, conhecido em Portugal como "o avô dos dinossauros", condecorado pelo Estado Português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Galopim de Carvalho nasceu em 1931, em Évora.[1][2][3]

Licenciou-se em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959), doutorou-se em Sedimentologia (3ème cycle) pela Universidade de Paris (1964) e em Geologia (1969) pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. [3] Viria a ensinar na sua alma mater no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências até 2001.[1][2][4]

Responsável pelo carinho do público pelos dinossauros, fez “lobby” da questão das esquecidas pegadas da pedreira de Carenque, no concelho de Sintra, descobertas pelos seus discípulos Carlos Coke e Paulo Branquinho na antiga pedreira de Pego Longo. [5] O local tratava-se de uma jazida paleontológica, com cerca de 200 pegadas, que incluía um trilho com 132 metros de comprimento no troço visível, contendo marcas subcirculares com 50 a 60 centímetros, pertencentes a um possível dinossauro bípede. O trilho é um dos trilhos mais longos do Cretáceo (Cenomaniano Médio Superior), datado de há cerca de 90 a 95 milhões de anos, e é o mais longo trilho contínuo da Europa de um dinossauro bípede. [6]

Galopim de Carvalho promoveu uma campanha pública junto de várias entidades e uma petição pública - o então presidente da República, Mário Soares, visitou o local em 1993, numa edição das suas presidências abertas - para evitar a destruição das pegadas, situadas no local onde o governo liderado por Aníbal Cavaco Silva pretendia construir a CREL (A9), que passou a seguir em túnel naquele troço, por baixo do local das pegadas.[7] Conseguiu então que as pegadas constituíssem o Monumento Natural de Carenque em 1997, por decisão do governo liderado por António Guterres.[4][8] É um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais marcantes da riquíssima evolução da história natural.

Dirigiu inúmeros projectos de investigação, de que são exemplo a "Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal" e "Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português". Dirigiu e integrou diversos organismos nacionais e internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO. Foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.

Foi consultor científico da RTP para as séries televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra. [9]

Participou e dirigiu várias exposições. Contudo, devido ao enorme impacto causado, sobressai a famosa "Dinossáurios regressam a Lisboa", que contou com 347 000 visitantes em apenas 11 semanas (de dezembro de 1992 a fevereiro de 1993).[4][10][11]

Publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação.

É responsável por livros didácticos e de divulgação, como Morfogénese e Sedimentogénese (1996), Petrogénese e Orogénese (1997) e Introdução à cristalografia e Mineralogia (1997). Publicou também alguns livros na área da literatura de ficção: O Cheiro da Madeira (1994), O Preço da Borrega (1995) e Os Homens Não Tapam as Orelhas (1997).

Foi diretor do Museu Nacional de História Natural durante vários anos. É Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. [12]

É irmão do cantor Francisco José e pai do jornalista Nuno Galopim.[13][14]

Distinções[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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Entre a sua bibliografia encontram-se: [18][19][20][21]

  • Dinossáurios (Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, 1989) Coleção natura. Nova serie, v.14[22]
  • Vida e Morte dos Dinossáurios (Gradiva, 1991)
  • O Cheiro da Madeira (Âncora Editora, 1993; Editorial Notícias, 1994) Ficção, Colecção Excelsior[23]
  • Dinossáurios e a Batalha de Carenque (Editorial Notícias, 1994) Ciência aberta[24]
  • O Preço da Borrega (Editorial Notícias, 1995)
  • Geologia - Morfogénese e Sedimentogénese (Universidade Aberta, 1996)
  • Os homens Não Tapam as Orelhas (Editorial Notícias, 1997) Colecção Excelsior[25]
  • Cristalografia e Mineralogia (Universidade Aberta, 1997)
  • Geologia Petrogénese e Orogénese (Universidade Aberta, 1997)
  • Sopas de Pedra I - De Mineralibus (Gradiva, 2000)
  • ...Com Poejos e outras ervas (Âncora Editora, 2001)
  • Introdução ao Estudo do Magmatismo e das Rochas Magmáticas (Âncora Editora, 2002)
  • Dinossáurios (Âncora Editora, 2002)
  • Geologia Sedimentar - Volume I (Âncora Editora, 2003) Sopas de pedra, 3[26]
  • Geologia Sedimentar- Volume II (Âncora Editora, 2003) Sopas de pedra, 4[27]
  • Geologia Sedimentar - Volume III (Âncora Editora, 2005)
  • Como Bola Colorida (Âncora Editora, 2007)
  • Fora de Portas (Âncora Editora, 2008) Biografia[28]
  • Introdução ao Estudo dos Minerais (Âncora Editora, 2008)
  • Cuontas de la Dona Tierra (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009)
  • O Preço da Borrega - 2.ª edição (Âncora Editora, 2010)
  • Dicionário de Geologia (Âncora Editora, 2011)
  • Era uma Vez… Com Ciência (Âncora Editora, 2012)
  • Conversas com os Reis de Portugal (Âncora Editora, 2013) Ficção[29]
  • Evolução do Pensamento Geológico (Âncora Editora, 2014)[30]
  • O macaco, os amigos e as bananas (Âncora Editora, 2015) Ficção, Público juvenil, Ilustrações de Francisco Bilou[31]
  • As Pedras e as Palavras(Âncora Editora, 2015)
  • O Avô e os Netos Falam de Geologia (Âncora Editora, 2017)
  • Açordas, Migas e Conversas (Âncora Editora, 2018)
  • Com Coentros e Conversas à Mistura (Âncora Editora, 2019)
  • As Pedras na Ciência e na Cultura (Âncora Editora, 2021)
  • Évora - Anos 30 e 40 (Âncora Editora, 2021)
  • Geologia e Geografia na Toponímia de Portugal (Âncora Editora, 2022)
  • Dinossáurios em Verso (Âncora Editora, 2023)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Teresa Firmino (4 de junho de 2001). «O Galopim dos dinossaur(i)os». Publico. Consultado em 24 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 24 de setembro de 2017 
  2. a b c d e Teresa Firmino (30 de junho de 2016). «Galopim de Carvalho homenageado em Lisboa». Publico. Consultado em 24 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 24 de setembro de 2017 
  3. a b «Galopim de Carvalho: o avô dos dinossáurios». Diário de Notícias. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  4. a b c António Araújo (14 de janeiro de 2024). «Galopim de Carvalho: o avô dos dinossáurios». Diário de Notícias 
  5. «Pegadas de dinossauro de Carenque "transformadas numa lixeira» 
  6. Firmino, Teresa (11 de agosto de 2021). «Galopim de Carvalho: "A jazida da Pedreira do Galinha está num estado de degradação lamentável"». PÚBLICO. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  7. Neves, Francisco (7 de fevereiro de 2006). «Pegadas de Carenque sem utilidade desde 1993». PÚBLICO. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  8. Portugal, Rádio e Televisão de (24 de outubro de 2016). «Galopim de Carvalho: uma luta pela preservação das pegadas de dinossauro». Galopim de Carvalho: uma luta pela preservação das pegadas de dinossauro. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  9. «Entrevistas e programas que contaram com a colaboração de António Galopim de Carvalho». Arquivos RTP. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  10. Autarquia 360. «Há Desertos e Desertos pelo Professor Galopim de Carvalho». cm-beja.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  11. Firmino, Teresa (3 de junho de 2001). «O Galopim dos dinossaur(i)os». PÚBLICO. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  12. a b «Presidente da República condecorou Galopim de Carvalho | Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa». ciencias.ulisboa.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  13. «Francisco José». Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  14. «Autor Nuno Galopim». Assírio e Alvim 
  15. a b «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Marcos Galopim de Carvalho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  16. «Prémios Bordalo». Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 24 de setembro de 2017 
  17. «Semana em revista : Segunda-feira, 24». Semanário Expresso. 29 de maio de 1999. Consultado em 24 de setembro de 2017. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2000 
  18. «Obras de Galopim de Carvalho presentes no catálogo da Biblioteca Nacional de Portugal». Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  19. Editora, Âncora. «Autores | Âncora Editora». www.ancora-editora.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  20. «Galopim de carvalho - Resultados de pesquisa». search.worldcat.org. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  21. «Researchgate: Galopim de Carvalho» 
  22. OCLC 940035792. Consultado em 24 de setembro de 2017
  23. OCLC 31936327. Consultado em 24 de setembro de 2017
  24. OCLC 499995500. Consultado em 24 de setembro de 2017
  25. OCLC 37695724. Consultado em 24 de setembro de 2017
  26. OCLC 63702043. Consultado em 24 de setembro de 2017
  27. OCLC 63702054. Consultado em 24 de setembro de 2017
  28. OCLC 427555056. Consultado em 24 de setembro de 2017
  29. OCLC 862058683. Consultado em 24 de setembro de 2017
  30. OCLC 933770663. Consultado em 24 de setembro de 2017
  31. OCLC 922602099. Consultado em 24 de setembro de 2017

Ligações externas[editar | editar código-fonte]