Ganhadeiras de Itapuã

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ganhadeiras de Itapuã
Ganhadeiras de Itapuã
As Ganhadeiras de Itapuã, 2019
Informação geral
Origem Salvador (Bahia)
País  Brasil
Gênero(s) samba de roda samba de mar aberto
Período em atividade 2004 - presente
Prêmios Prêmio Culturas Populares 2007 – Mestre Duda 100 Anos de Frevo (2007)

Troféu Semba (2007) Prêmio Caymmi de Música (2015) 1° Festival da Música Ilimitada (2015) Prêmio da Música Brasileira (2015)

Página oficial https://ganhadeirasdeitapua.org/

Ganhadeiras de Itapuã é um grupo sociocultural nascido no bairro de Itapuã, em Salvador, Bahia[1]. Com apresentações cênico-musicais, o grupo reúne um repertório de cantigas, sambas de roda e performances teatrais que contam as histórias e memórias das antigas lavadeiras de roupas da Lagoa do Abaeté. As lavadeiras - antigamente chamadas de "ganhadeiras", por realizarem a "lavagem de ganho" - se tornaram, com o passar dos anos, principal fonte de preservação das tradições orais de Itapuã.

Formalmente criado no ano de 2004 nos terreiros de Mariinha e Dona Cabocla, o grupo é formado por um coro de mulheres de diferentes faixas etárias, de crianças a senhoras, e já se apresentou em várias partes do Brasil.[2]

Histórico[editar | editar código-fonte]

As tradições e cantos eram passadas pelas primeiras lavadeiras do Abaeté, mulheres escravas e libertas, de geração a geração, desde o século XIX.[3][2]

Foi durante a "lavagem de ganho" que muitas ganhadeiras se tornaram compositoras, pois a música fazia do trabalho um momento de partilha e, ao mesmo tempo, um gesto de apoio mútuo entre aquelas mulheres durante a lida diária.

Tais canções, provenientes das tradições orais, também são conhecidas como cantos de trabalho, conjunto de expressões musicais relacionadas ao exercício de uma atividade laboral e que estão presentes em várias partes do Brasil e do mundo. Nos centros urbanos ou em regiões mais periféricas, são canções que nascem de práticas coletivas e geralmente entendidas como um meio de aliviar o desgaste físico dos trabalhos manuais.

Em depoimento Maria de Xindó, uma das Ganhadeiras de Itapuã, lembra como as cantorias se davam: "Era um dia maravilhoso que a gente passava, as companheiras cantavam de lá (de um lado da lagoa), a gente respondia de cá".[3]

Com raízes no candomblé, das conversas nos terreiros de Cabocla e Mariinha surgiu a ideia de criar o grupo que veio a musicalizar as tradições orais mantidas pelas lavadeiras do bairro, até que em 2004 finalmente o grupo foi criado.[2]

Do nome ganhadeiras[editar | editar código-fonte]

O nome de ganhadeira se tornou popular no Brasil ainda no século XVIII, em referência às mulheres escravizadas ou libertas que realizavam "trabalho de ganho", ou seja, desenvolviam atividades comerciais, mediante acordos com seus senhores, para vender peixes, frutas e tecidos, nas ruas da cidade ou ainda prestando serviço como lavadeiras, quituteiras, costureiras. Tais atividades, em sua maioria, eram realizadas por mulheres, mas também havia os ganhadores, homens que prestavam serviços como sapateiros, barbeiros e carregadores.[4]

Embora no acordo, os senhores ficassem com uma parte do dinheiro arrecadado, muitas dessas mulheres aproveitaram o excedente do valor combinado para custear suas próprias despesas e, em alguns casos, até comprar sua liberdade ou de outras pessoas.

Tamanha era a movimentação comercial gerada por essa atividade, que serviu de inspiração para obras de artistas europeus que estiveram de passagem pelo Brasil, como Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e Johann Moritz Rugendas (1802-1858). Suas pinturas deixaram notório o empreendedorismo exercido por essas mulheres na paisagem da cidade.

Mais ou menos no mesmo período, o trabalho de ganho também chamou a atenção de fotógrafos estrangeiros como Christiano Junior (1832-1902) e Alberto Henschel (1827-1882) que, através das cartes de visite - fotografias de dimensão reduzida (6 x 9,5cm) - registravam seus modelos em estúdio identificando seu trabalho pelo uso de acessórios. A  despeito das críticas que podem ser feitas acerca desses registros, são eles que atestam a importância das ganhadeiras para a sociedade daquela época.

Histórias em canções[editar | editar código-fonte]

O repertório musical do grupo As Ganhadeiras de Itapuã é inspirado na história oral que as moradoras e moradores do bairro de Itapuã ouviam de seus pais e seus avós, da época em que o bairro ainda era uma antiga vila de pescadores. Uma vila que reuniu, ao longo da sua história, a herança de culturas africanas e ameríndias, esta última inscrita no seu próprio nome: Itapuã, vocábulo em tupi usado para indicar “pedra inclinada ou de ponta”, uma referência às formações rochosas que beiram a praia.[5]

Trazem situações e trabalhos do cotidiano, desde a ida à Lagoa do Abaeté para lavar roupa ou colocar os lençóis para “quarar” (alvejar roupa) ou a compra de ingredientes para fazer os quitutes do dia. Também são através das canções que conhecemos o lado misterioso das lendas que cercam as águas escuras da Lagoa do Abaeté e também antigas tradições do bairro como: os festejos a Iemanjá, a Festa da Baleia, a Lavagem de Itapuã, Festa de São Tomé entre outras celebrações que arregimentam e temperam a musicalidade popular das Ganhadeiras

Entendo que o encantamento que causava no público vinha da combinação da atuação e da força das vozes que traduziam o sofrimento, a experiência de vida, a religiosidade e as crenças, frutos de uma ancestralidade que estava arraigada à vida daquelas mulheres. (SORRENTINO, 2012, p. 25)[4]

Essas mesmas histórias são contadas e cantadas nas apresentações feitas pelas Ganhadeiras em shows, festivais de música, teatros, mas também em festas de ruas e escolas, transmitindo o legado deixado pelas ganhadeiras para outras gerações. Uma das percussoras e grande fonte de inspiração para as Ganhadeiras de Itapuã foi Dona Francisquinha, antiga moradora de Itapuã e organizadora do grupo cultural Mantendo a Tradição.

Mercações e Pregões[editar | editar código-fonte]

Como forma de vender ou mercar seus produtos, as ganhadeiras acabaram se tornando conhecidas por anunciarem em alta voz a sua chegada na rua, as mercações e pregões[4]. Atualmente nas ruas de Salvador, na Bahia, ainda é possível ouvir vendedoras e vendedores usando a voz como instrumento de divulgação de seus produtos, com rimas e repetições, marcando presença não apenas pelo que dizem, mas pela sonoridade que dá ritmo às palavras.

Samba de Mar Aberto[editar | editar código-fonte]

A maior parte das músicas que compõem o repertório das Ganhadeiras de Itapuã é embalada ao ritmo de samba, gênero musical trazido para o Brasil pelos africanos, sobretudo, de Angola – de onde vem o termo semba em referência a um tipo de dança, a umbigada - mas que acabou por se misturar com traços culturais dos portugueses, seja pela presença de instrumentos como viola e pandeiro, seja pela própria língua portuguesa na construção poética.

Um ritmo presente em todo no Brasil, mas que na Bahia ganhou fama com o samba de roda, principalmente na região do Recôncavo Baiano, gerando variantes como o samba chula, o samba corrido e a umbigada. Variantes que, apesar das diferenças, trazem pontos em comum como a presença de um grupo de músicos que toca em forma de roda e a própria dinâmica durante a música, em que cada pessoa se dirige ao centro da roda para dançar, enquanto as demais acompanham o ritmo cantando e batendo palmas.

Durante muito tempo, o samba das Ganhadeiras foi associado com o samba de roda do Recôncavo, mas é preciso lembrar que a região de Itapuã, onde o grupo nasceu, está situada na região litorânea da cidade. Foi então que surgiu a denominação “samba de mar aberto”. Criada pelo diretor musical Amadeu Alves, a expressão era uma forma de resumir a mistura de ritmos presentes no repertório musical das Ganhadeiras de Itapuã.

Dança de Umbigada[editar | editar código-fonte]

Tal como o Samba de Mar Aberto, a dança das Ganhadeiras traz coreografias que reencenam a práticas de trabalho, fazendo movimentos inspirados no gesto de equilibrar cestas e gamelas sobre a cabeça, e também a dança de umbigada em que uma pessoa da roda de samba convida outra para dançar batendo ventre com ventre.

Indumentária[editar | editar código-fonte]

As roupas usadas pelas Ganhadeiras de Itapuã também são inspiradas nas históricas ganhadeiras, mulheres que coloriam a cidade com suas saias multicoloridas e, por vezes, traziam como parte de sua indumentária faixas em pano da costa como forma de amarrar seus filhos ao corpo e assim seguir a jornada de trabalho. O colorido único de suas saias e turbantes vem da simplicidade do pano de chita e os colares de conta que trazem ao peito é símbolo da própria união na diversidade vivenciada pelo grupo.

Culinária

As canções das Ganhadeiras também dão prova da diversidade culinária disseminada através das ganhadeiras com a venda de suas iguarias e de como ela influenciou a gastronomia baiana. A ganhadeira Anamaria das Virgens, certa vez, contou: “Minha mãe fazia e vendia cocada, mungunzá, cuscuz, arroz doce, bolo e moqueca de folha (peixe enrolado na folha da bananeira) aqui por Itapuã e meus irmãos andavam pela orla para vender as comidas”.[4]

Religiosidade[editar | editar código-fonte]

O bairro de Itapuã é um local sagrado para as religiões afro-brasileiras, pois desde a chegada dos africanos na região, as divindades Iemanjá (rainha do mar) e Oxum (divindade feminina das águas doces) passaram a integrar o patrimônio de valores que dinamizam a vida dos “itapuanzeiros.” Embora a constituição religiosa dos membros do grupo seja diversificada, esse legado ancestral é frequentemente lembrado nas letras das músicas. Uma religiosidade que também se expressa pela devoção à Nossa Senhora de Santana, padroeira do grupo.

Marcos importantes[editar | editar código-fonte]

  • Após oito anos de estrada, o grupo gravou o seu primeiro CD: As Ganhadeiras de Itapuã no estúdio Coaxo de Sapo (Bahia), lançado em setembro de 2014.
  • Depois de passarem por diversos palcos em toda a cidade, em 2015, o grupo realizou seu próprio show no maior teatro do estado da Bahia: o Teatro Castro Alves.
  • No ano seguinte (2016), as Ganhadeiras de Itapuã foram convidadas para participar da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Rio de Janeiro, cantando a música “Mulher rendeira”. Foi a primeira vez que o grupo participou de um evento com visibilidade internacional.
  • Na comemoração dos 15 anos do grupo (2019), foi feita a gravação do primeiro DVD do grupo As Ganhadeiras de Itapuã 15 anos - Uma História Cantada, no Teatro Castro Alves (Salvador, BA). Um marco importante na história do grupo, pois registra não apenas as canções, mas as performances cênicas realizadas durante as apresentações.
  • Em 2020 foi o tempo de contar a história do grupo para todo o Brasil. A escola de samba carioca Unidos da Viradouro escolheu homenagear a história das Ganhadeiras de Itapuã para tema do Carnaval com o desfile “Viradouro de Alma Lavada”, título inspirado na música "Com a Alma Lavada" (Jenner Salgado).
  • 2021 marca o ano de inauguração do Museu Virtual Casa de Ganho (Solisluna Editora, 2021)[5], espaço virtual dedicado a contar a história das Ganhadeiras de Itapuã, mas também de resgatar e preservar a memória das ganhadeiras e ganhadores de todo o Brasil.

Premiações[editar | editar código-fonte]

2007

  • O grupo recebeu o Prêmio Culturas Populares 2007 – Mestre Duda 100 Anos de Frevo, concedido pelo Ministério da Cultura;
  • O grupo é homenageado pelo Bloco Afro Olodum com o Troféu Semba, durante participação no FEMADUM – Festival de Música do Olodum.

2015

  • No Prêmio Caymmi de Música 2015, o grupo é indicado em quatro categorias (Melhor Show, Direção Artística, Direção Musical e Produção) e contemplado com o prêmio de Melhor Produção (Jenner Salgado);
  • O grupo vence o 1° Festival da Música Ilimitada, realizado no Solar Boa Vista (Salvador – BA);
  • Com três indicações no 26º Prêmio da Música Brasileira (Revelação, Melhor Álbum e Melhor Grupo), foi o único grupo no país a receber dois prêmios na Categoria Regional: Melhor Álbum e Melhor Grupo.

Discografia[editar | editar código-fonte]

As Ganhadeiras de Itapuã (CD, Coaxo do Sapo, 2014)[6]

O álbum reúne 13 músicas interpretadas pelo grupo durante seus 10 anos de existência e conta com a produção musical de Alê Siqueira e participação especial de Margareth Menezes, Mariene de Castro e Guilherme Arantes. No CD estão presentes canções de domínio popular, músicas de grande sucesso da MPB, além das faixas inéditas que retratam em suas letras a forte tradição desse grupo cultural. A gravação foi feita durante 12 dias, nos estúdios da produtora Coaxo do Sapo, contando com mais de 25 cantoras e uma banda com 10 integrantes.

Álbum (CD) Músicas
As Ganhadeiras de Itapuã (2014)
  1. Canto da Lavadeira (Domínio Público)/ Yalodê Ya (Domínio Público)/ Prelúdio das Águas (Amadeu Alves) - 2:56
  2. Bando das Ganhadeiras (Reginaldo Souza)/ Com a Alma Lavada (Jenner Salgado) - 4:14
  3. As Ganhadeiras (Lídio Brandão) - 3:36
  4. Conto de Areia (Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento) - 4:00
  5. Passado e Presente (Eunice Jorge) - 5:39
  6. Mercação - 1:51
  7. Histórias das Ganhadeiras (Amadeu Alves) - 4:39
  8. Festa na Aldeia (Amadeu Alves e Reginaldo Souza) feat. Margareth Menezes - 4:57
  9. Maré Mansa (Jenner Salgado) - 6:32
  10. Rainha do Mar (Dorival Caymmi) feat. Mariene de Castro - 4:00
  11. O Mar (Dorival Caymmi) - 4:47
  12. Lição de Vida (Reginaldo Souza) - 3:44
  13. Tira de Sambas de Roda (Domínio Público)/ Memória Afetiva (Domínio Público)/ Senhora Santana (Domínio Público) feat. Guilherme Arantes – Sintetizador - 14:08
* Prêmio de Melhor Álbum na Categoria Regional do 26º Prêmio da Música Brasileira (2015).

* A gravação contou com financiamento do Fundo de Cultura (Governo do Estado da Bahia).

Videografia[editar | editar código-fonte]

As Ganhadeiras de Itapuã 15 anos - Uma História Cantada (DVD, Maré Produções Artísticas, 2019) [6]

O DVD foi gravado, ao vivo, no espetáculo que aconteceu no dia 31 de julho de 2019, no palco principal do Teatro Castro Alves (Salvador- BA), com participações especiais de Mariene de Castro, Saulo, Margareth Menezes, Larissa Luz, Seu Regi, Bateria do Bloco Afro Malê Debalê, além de Julinho e Rute Alves - primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do G.R.E.S. Unidos do Viradouro.

Show (DVD) Músicas
As Ganhadeiras de Itapuã 15 anos - Uma História Cantada (2019)
  1. Música Baiana (Amadeu Alves) - 2:00
  2. (Pout pourrit) Canto das Lavadeiras (Maria de Xindó)/ Prelúdio das Águas (Amadeu Alves)/ Yalodê (Domínio Público) - 2:00
  3. (Pout pourrit) Bando das Ganhadeiras (Reginaldo Souza)/ Com a Alma Lavada (Jenner Salgado) - 3:50
  4. Mercações (Maria de Xindó, Anamaria das Virgens, Rachel das Virgens e Amadeu Alves) - 3:45
  5. História das Ganhadeiras (Amadeu Alves) - 4:58
  6. Passado e Presente (Eunice Jorge) - 5:31
  7. Lição de Vida (Reginaldo Souza) - 3:18
  8. Marisqueira (Tom Barreto) - 4:08
  9. Vendedor de Caranguejo (Gordurinha) - 4:08
  10. Levada da Baleia (Jenner Salgado) - 3:24
  11. Vai Chover na Aldeia (Margareth Menezes) - 1:27
  12. Festa na Aldeia (Amadeu Alves e Reginaldo Souza) - 4:37
  13. Vila Velha dos Caboclos (Amadeu Alves) - 4:32
  14. Maré Mansa (Jenner Salgado) - 6:12
  15. Ladainha – “Ê filho meu” (Veronica Raquel) - 2:54
  16. Promessa de Pescador (Dorival Caymmi) - 5:46
  17. (Pout pourrit) Dona Maria você fez a boa e Cia: Areia de Itapuã (Domínio Público)/ Dona Maria (Domínio Público)/ Galha do Cajueiro (Tião Motorista)/ Música Baiana (Amadeu Alves)/ Vou Ver Juliana (Dorival Caymmi) - 5:10
  18. Mulher Rendeira (Zé do Norte) - 2:51
  19. Tem pra Vender (Edvaldo Borges, Fabrício Rios e Jenner Salgado) - 4:01
  20. Samba de Mar Aberto (Edvaldo Borges, Amadeu Alves e Fabrício Rios) - 3:14
* A gravação contou com financiamento do edital Natura Musical, Governo do Estado da Bahia (FazCultura), apoio da empresa Bahiagás e da emissora TVE Bahia.

Referências

  1. «As Ganhadeiras de Itapuã» 
  2. a b c Kauê Vieira. «As Ganhadeiras de Itapuã e a poesia negra do Brasil». Afreaka. Consultado em 27 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 27 de fevereiro de 2021 
  3. a b Luiza Franco (29 de fevereiro de 2020). «Quem eram as ganhadeiras, mulheres escravizadas e libertas homenageadas por vencedora do Carnaval do Rio». BBC News Brasil. Consultado em 27 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 27 de fevereiro de 2021 
  4. a b c d Sorrentino, Harue Tanaka (16 de agosto de 2013). «Articulações pedagógicas no coro das ganhadeiras de Itapuã: um estudo de caso etnográfico». Consultado em 24 de julho de 2021 
  5. a b «As Ganhadeiras de Itapuã (site oficial)». As Ganhadeiras de Itapuã. 24 de julho de 2021. Consultado em 24 de julho de 2021 
  6. «As Ganhadeiras de Itapuã - discografia». Dicionário Cravo Albin de MPB. Cópia arquivada em 27 de fevereiro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]