Geraldo Antônio Horta

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Geraldo Antônio Horta (Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1834 — Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1913), foi um compositor, pianista e professor de piano brasileiro.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Geraldo Antônio Horta, filho de Jezuino Antonio Horta e Vitalina Maria [Horta], conforme certidão de batismo, de 1º jan. 1835, na Igreja do Santíssimo Sacramento, no Rio de Janeiro. Casado com Sophia Adelaide [Adelina] Horta em 1870, teve sete filhos: Alice Adelaide (1872), Agliberto (187?), Letizia (1883), Margarida (1886), Jacyna (1888), Olga (1890) e Floriano (1896). Faleceu em 30 de dezembro de 1913, aos 78 anos de idade.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Como compositor, é conhecido pela redowa [redova] para piano intitulada Boa Viagem, integrante da coleção RIO de Janeiro: álbum pitoresco-musical, de 1856 (Laforge). A coletânea, com litografias de Martinet recebeu reimpressão Fac-símile em 1957,[3] acompanhada por gravação de LP por Friedrich Egger. Em 1978, a peça foi contemplada por gravação de Clara Sverner[4]. Em 2014, o Álbum pitoresco musical recebeu nova edição, acompanhada por CD, onde Boa Viagem é interpretada por Maria Tereza Madeira.[5]

Outras peças no álbum incluem: Botafogo (quadrilha), de Demétrio Rivero (1822-1889); Glória (polca), de Eduardo Ribas (ca.1825 - ca.1890); Jardim Botânico (valsa), de Salvador Fabregas (ca.1820 - ca.1880); São Cristóvão (schottisch), de A. Quintino dos Santos (18--); Tijuca (polca mazurca), de José Joaquim Goyano (ca.1800-1867); Petrópolis (quadrilha), de A. Campos (18--). Entre os participantes do álbum, Horta foi quem mais compôs no período. Em um catálogo com 36 obras, sua peça mais conhecida foi a grande valsa para pianoforte, A violeta, com várias edições.[6]

Suas peças para piano, principalmente valsas, começam a aparecer em 1851, editadas por Paula Brito e distribuídas aos assinantes do periódico A Marmota.[7] A última peça do seu catálogo é uma elegia, dedicada e executada por Louis Moreau Gottschalk, em concerto do dia 7 de outubro de 1869.[8]

Como pianista, Geraldo Antonio Horta é mencionado por Vincenzo Cernicchiaro no seu livro de 1926, Storia della musica nel Brasile: Dai tempi colonial sino ai nostri giorni (1549-1925).[9] O virtuosismo de Horta é exemplificado por um estudo para a mão esquerda, com variações da ária Casta Diva, da ópera Norma de Bellini, considerado difícil pela crítica.[10] A peça foi apresentada várias vezes, inclusive com a presença de Suas Majestades Imperiais, como aconteceu no concerto em benefício do flautista Achille de Malavasi no Teatro Provisório.[11]

Como professor de piano, lecionou por mais de quatro décadas (entre 1856 e 1902), como indicado em anúncios, podendo ser procurado em vários endereços no Rio de Janeiro e em Niterói.[12]

Catálogo de obras[editar | editar código-fonte]

  • Alegria do coração (valsa para piano), 1851
  • A Moreninha (valsa para piano), 1851
  • Delícias de S. Cristóvão (valsa para piano), 1851
  • O ingá (valsa para piano), 1851
  • O Jovem Encantador (valsa para piano), 1851
  • A infeliz (valsa para piano), 1851
  • Cabana de Carolina (valsa para piano), 1851
  • O Anjo de meus sonhos (valsa para piano), 1851
  • A Viuvinha (valsa para piano), 1851
  • Frondosa mangueira (valsa para piano), 1851
  • Novo cupidinho das meninas (valsa para piano), 1851
  • Cândida (valsa para piano), 1852
  • Cupidinho das meninas (Valsa para piano), 1852
  • A violeta (valsa para piano), 1852
  • A Sultana (Quadrilha para piano), 1853
  • O fandango (Valsa para piano), 1853
  • Amizade Fraternal (Valsa para piano), 1853
  • A engraçadinha (Valsa para piano), 1854
  • Suspiros d’alma (Improviso para piano), 1854
  • Sonho das fadas (Quadrilha para piano), 1854
  • Gentil mangueira (Valsa para piano), 1854
  • Desespero de Judas (Valsa para piano), 1854
  • A fonte dos amores (Valsa para piano), 1854
  • Boa viagem (Redowa para piano), 1856
  • Bamboulá (Quadrilha para piano), 1859
  • Imprevista (Valsa para piano), 1863
  • Impromptu (Valsa para piano), 1863
  • Retiro saudoso (Valsa para piano), 1863
  • Romance sem palavras (Romance para piano), 1863
  • Uma lágrima: pensamento fugitivo (Fantasia para piano), 1863
  • Olhos chorosos (Romance para piano), 1864
  • Melancolia (Mazurca para piano), 1864
  • Escuta, oh, Virgem (Romance para canto e piano), 1867
  • Sem esperanças no mundo (Romance para canto e piano), 1867
  • Noturno (Noturno para piano), 1867
  • Sob os ciprestes (Elegia para piano), 1869

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. ULHÔA, M. T. Geraldo Horta: um compositor de valsas no mundo da música de entretenimento no Rio de Janeiro oitocentista. In: SOUZA, A. G. R.; ROSA, R. L.; CLIMACO, M. M.; CRANMER, D. (Org.). Musicologias em interpelações contemporâneas. 1ed. São Paulo: Appris, 2023, v. 1, p. 178-198.
  2. «FALLECIMENTOS». A Época (RJ) (521): p. 4. 1 de janeiro de 1914. Consultado em 26 de julho de 2023 
  3. «Album pitoresco-musical (Various) - IMSLP». imslp.org. Consultado em 27 de julho de 2023 
  4. «LP Rio de Janeiro (EMI-Odeon, n. 064 422707)» 
  5. ALZUGUIR, Rodrigo (2014). Rio de Janeiro: álbum pitoresco-musical 1856-2014. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro. 160 páginas. ISBN 978-85-67854-35-9 
  6. Idem, p. 29.
  7. «PROGRESSOS da Marmota.». Tipografia 02 de dezembro (RJ). A Marmota na Corte (155): 2. 6 de março de 1851. Consultado em 26 de julho de 2023 
  8. «PUBLICAÇÕES a pedido». Diário do Commercio (RJ) (281): p. 5. 10 de outubro de 1869. Consultado em 26 de julho de 2023 
  9. CERNICCHIARO, Vincenzo (1926). Storia della Musica nel Brasile: dai tempi coloniali sino ai nostril giorni. Milano: Fratelli Riccioni 
  10. «NOTÍCIAS diversas». Correio Mercantil (RJ) (120): 1. 2 de maio de 1855. Consultado em 20 de agosto de 2023 
  11. «ESPETÁCULOS». Diário do Rio de Janeiro (231): p. 4. 24 de agosto de 1854. Consultado em 26 de julho de 2023 
  12. Alzuguir 2014, p. 29
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