Gerda Hasselfeldt

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Gerda Hasselfeldt
Gerda Hasselfeldt
Nascimento Gerda Rainer
7 de julho de 1950 (73 anos)
Straubing
Cidadania Alemanha
Progenitores
  • Alois Rainer
Cônjuge Wolfgang Zeitlmann
Irmão(ã)(s) Alois Rainer
Alma mater
Ocupação política
Prêmios
  • Ordem do Mérito da Baviera
  • Bayerische Verfassungsmedaille em Ouro
Religião Igreja Católica
Página oficial
http://www.hasselfeldt.de/

Gerda Hasselfeldt (Straubing, 7 de julho de 1950 [1]) é uma política alemã da União Social Cristã (CSU) que atuou como vice-presidente do grupo parlamentar CDU/CSU e presidente do grupo de parlamentares da CSU no Bundestag. Após sua saída da política, ela se tornou presidente da Cruz Vermelha Alemã, em 2018.[2]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Gerda Hasselfeldt ao lado de Volker Kauder, Michael Grosse-Brömer e Max Straubinger no Bundestag, 2014

Economista de formação,[3] Hasselfeldt tornou-se membra do Bundestag alemão após as eleições federais de 1987. Ela foi nomeada Ministra do Planejamento Regional, Construção e Desenvolvimento Urbano pelo então chanceler Helmut Kohl em uma remodelação do gabinete[3] dois anos depois.[4]

A partir de 1991, Hasselfeldt atuou como Ministra da Saúde. Ela anunciou sua renúncia em 27 de abril de 1992, dizendo que a prisão de seu assessor Reinhard Hoppe por supostamente espionar para a Polônia havia prejudicado sua saúde.[5][6] Ela foi sucedida por Horst Seehofer.[7]

Hasselfeldt foi porta-voz de política financeira do grupo parlamentar CDU/CSU por sete anos. Em 2002, tornou-se a primeira vice-presidente do grupo parlamentar, sob a liderança da presidente Angela Merkel.[4]

Durante a campanha eleitoral de 2005, assumiu o comando da agricultura, proteção ao consumidor e meio ambiente, no gabinete paralelo de nove membros de Merkel.[8]

Após as eleições federais de 2005 e 2009, Hasselfeldt foi eleita vice-presidente do Bundestag alemão. Ela ocupou esse cargo até ser eleita chefe do grupo de parlamentares CSU em 2011, sucedendo Hans-Peter Friedrich. De 2011 a 2017, ela liderou o grupo com seu copresidente, Volker Kauder.[4]

Em abril de 2016, Hasselfeldt anunciou que não concorreria às eleições federais de 2017 e, em vez disso, renunciaria à política até o final do mandato parlamentar.[9]

Depois da política[editar | editar código-fonte]

De 2018 a 2019, Hasselfeldt atuou na chamada comissão de carvão do governo alemão, encarregada de desenvolver um plano sobre como eliminar o carvão e criar uma nova perspectiva econômica para as regiões de mineração de carvão do país.[10] Em 2019, ela foi nomeada pelo Ministro de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Gerd Müller, como copresidente (ao lado de Bärbel Dieckmann) de uma comissão encarregada de elaborar recomendações sobre como lidar com as causas do deslocamento e da migração.[11]

Ideologia política[editar | editar código-fonte]

Política social[editar | editar código-fonte]

Quando os membros dos democratas-cristãos de Merkel em 2012 pediram ao parlamento que concedesse aos casais gays os mesmos benefícios fiscais que os heterossexuais casados, Hasselfeldt protestou contra a ideia. "O casamento entre um homem e uma mulher deve ser especialmente protegido porque é fundamentalmente orientado para a propagação da vida – o que não é o caso das relações homossexuais”, disse Hasselfeldt.[12][13] Em junho de 2017, ela votou contra a introdução do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Alemanha.[14]

Em uma carta de 2012 ao CEO da Amazon.com, Jeff Bezos, Hasselfeldt pediu ao varejista online que suspendesse as vendas de um quebra-cabeça infantil com a imagem do crematório no campo de concentração de Dachau, chamando o produto de 'um tapa na cara' para as vítimas do Holocausto.[15]

Em 2014, Hasselfeldt rejeitou publicamente as queixas contra seu partido por causa de seu slogan "aqueles que cometerem fraude serão [expulsos]" - interpretado como uma insinuação de que trabalhadores imigrados poderiam estar fraudando a previdência social.[16]

Políticas europeias[editar | editar código-fonte]

Proponente de políticas rígidas durante a crise da Zona Euro, Hasselfeldt ajudou a articular a maioria dos legisladores alemães para aprovar uma série de medidas destinadas a ajudar a Grécia a se recuperar da crise da dívida soberana.[17] Em 2011, ela exigiu que a Itália fizesse mais para convencer os mercados financeiros de sua qualidade de crédito após um rebaixamento de rating pela Standard & Poor's.[18] Em 2013, disse que a Alemanha estava observando a França "com um grau de preocupação" e criticou o presidente francês François Hollande por não implementar cortes de gastos e reformas estruturais com "vigor suficiente".[19] Em reação à decisão da Comissão Europeia de dar à França mais dois anos para cortar seu déficit no início de 2015, Hasselfeldt escreveu ao presidente do órgão, Jean-Claude Juncker, para dizer que a decisão – coincidindo com o pedido de que a Grécia seguisse as regras estabelecidas pelo bloco, apesar da resistência interna significativa – "não deve criar a impressão perigosa de que queremos aplicar padrões duplos", ou seja, as mesmas regras deveriam ser aplicadas a todos os países, independentemente do seu tamanho.[20]

Criticando o roteiro para a definição de uma política fiscal para a Zona Euro, proposto em dezembro de 2012, pelo então presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, Hasselfeldt rejeitou propostas sobre a capacidade fiscal da Zona.[21] Van Rompuy, no documento em "Towards a Genuine Economic and Monetary Union", havia proposto a criação de um orçamento para a Zona. A princípio, a capacidade fiscal fora concebida como um apoio financeiro aos países que concordassem em implementar as reformas estruturais recomendadas pela Comissão Europeia. Posteriormente, a capacidade fiscal assumiu diferentes entendimentos, seja como um verdadeiro mecanismo de estabilização contra grandes choques assimétricos, seja como um apoio fiscal à união bancária.[22] Segundo Hasselfeldt, então líder da bancada parlamentar da CSU, a "capacidade fiscal da Zona do Euro" lhe parecia uma "união de transferências", algo com que a maioria dos membros do parlamento não aceitaria.

No contexto da tentativa fracassada da Turquia de banir o serviço de microblog Twitter em 2014, Hasselfeldt reafirmou que "[sua] posição sempre foi a de que a Turquia não deveria ser admitida na UE".[23] Em 2016, Hasselfeldt mandou um recado duro ao Reino Unido, após o Brexit: "Para mim, está claro: saída significa saída. Os cidadãos precisam saber que, com essa decisão, não haverá tratamento especial para o Reino Unido."[24]

Vigilância e Edward Snowden[editar | editar código-fonte]

Em 2014, Hasselfeldt bloqueou uma tentativa, feita pela oposição, de trazer Edward Snowden à Alemanha para testemunhar, dizendo que isso prejudicaria as relações com os EUA e provavelmente forçaria o governo alemão a extraditá-lo para enfrentar acusações dos EUA de espionagem e de revelar dados da Agência de Segurança Nacional sobre vigilância.[25]

Outras atividades[editar | editar código-fonte]

  • Fundação Alemã para a Cidadania Ativa e Voluntariado (DSEE), integrante do Conselho de Curadores (desde 2020)[26]
  • Academia Federal de Políticas de Segurança (BAKS), integrante do Conselho Consultivo (2015-2018)[27]

Referências

  1. Sleeman, Elizabeth (2001). The International Who's Who of Women 2002 (em inglês). [S.l.]: Psychology Press 
  2. Hasselfeldt kandidiert als Präsidentin des DRK Frankfurter Allgemeine Zeitung, 8 September 2017.
  3. a b William Tuohy (14 April 1989), Kohl Shuffles Cabinet to Aid Image Before Election Los Angeles Times.
  4. a b c Gerda Hasselfeldt Arquivado em 26 abril 2014 no Wayback Machine CDU/CSU.
  5. German Health Minister Resigns; Alleged Spy In Ministry Uncovered Associated Press, 27 April 1992.
  6. Tamara Jones (29 April 1992), German Reversal Leaves Official Out in the Cold Los Angeles Times.
  7. Markets and medicine: the politics of health care reform in Britain, Germany ... by Susan Giaimo, pgs 111-112
  8. Judy Dempsey (18 August 2005), Merkel puts small team forward International Herald Tribune.
  9. Eva Quadbeck (5 April 2016), "Ich werde nicht wieder für den Bundestag kandidieren" Rheinische Post.
  10. Andreas Franke (6 June 2018), Germany launches commission tasked to develop coal exit masterplan S&P Global Platts.
  11. 2019 bereits mehr als 1000 Tote im Mittelmeer Frankfurter Allgemeine Zeitung, 1 October 2019.
  12. Madeline Chambers (8 August 2012), Merkel's CDU breaks taboo with call for gay couple tax equality Reuters.
  13. Mary M. Lane (10 August 2012), German Coalition Split on Gay Rights Wall Street Journal.
  14. Diese Unionsabgeordneten stimmten für die Ehe für alle Die Welt, 30 June 2017.
  15. Kristen Allen (1 October 2012), 'A Slap in the Face for Victims': Amazon Criticized for Selling Dachau Puzzle Spiegel Online.
  16. Caritas charity slams CSU anti-migrant slogan Deutsche Welle, 7 January 2014.
  17. Patrick Donahue (27 November 2012), German Lawmakers Set to Approve Greek Aid Plan This Week Businessweek.
  18. Brian Parkin (20 September 2011), Italy ‘Needs to Exert Itself,’ German CSU’s Hasselfeldt Says Bloomberg.
  19. Andrew Trotman (23 April 2013), Angela Merkel: 'Austerity makes it sound evil, I call it balancing the budget' Daily Telegraph.
  20. Michelle Martin (1 March 2015), Merkel's Bavarian allies criticize EU's exception for French deficit Reuters.
  21. Andreas Rinke (11 de dezembro de 2012), Merkel lowers expectations for EU summit to MPs Reuters.
  22. [1]
  23. Kay-Alexander Scholz (2 April 2014), Stop Turkey's EU accession, say German parties Deutsche Welle.
  24. Andreas Rinke (26 April 2016), "Out means out", German lawmakers warn Britain on Brexit Reuters.
  25. Patrick Donahue and Arne Delfs (9 May 2014), Merkel Ally Says Snowden Would Face U.S. Extradition by Germany Bloomberg.
  26. Board of Trusteees German Foundation for Active Citizenship and Volunteering (DSEE).
  27. Advisory Board, Federal Academy for Security Policy (BAKS).

Ligações externos[editar | editar código-fonte]