Goebel Weyne

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Goebel Weyne
Nome completo Gustavo Goebel Weyne Rodrigues
Nascimento 12 de novembro de 1933 (90 anos)
Fortaleza
Morte 7 de dezembro de 2012
Rio de Janeiro
Residência Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação designer gráfico

Gustavo Goebel Weyne Rodrigues (Fortaleza, 12 de novembro de 1933 - Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2012) [1] foi um designer gráfico e professor fundador da Escola Superior de Desenho Industrial.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Iniciou seus trabalhos gráficos e de pintura em Fortaleza, onde nasceu. Transferiu-se para São Paulo em 1951, com bolsa de estudos do MAM/SP. De 1955 a 1958 foi editor gráfico dos Diários Associados no Ceará, tendo participado do grupo Os Independentes ao lado de Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Floriano Teixeira, Lívio Abramo, Mário Cravo, Milton Dacosta e Zenon Barreto, realizando uma das primeiras exposições de arte moderna e contemporânea em Fortaleza.[3] Em 1959 participa do curso de Comunicação Visual dado por Tomás Maldonado e Otl Aicher no MAM na cidade do Rio de Janeiro, onde passa a viver.

Weyne foi um dos 1500 intelectuais brasileiros a assinar o manifesto Intelectuais pela Liberdade, publicado em fins de maio de 1965 e que pedia a libertação do jornalista Ênio Silveira.[4] Alguns dos seus trabalhos mais populares foram as capas dos discos Show Opinião de Nara Leão, João do Vale e Zé Keti (1965)[5][6] e Os Afro-sambas (1966), de Baden Powell e Vinicius de Moraes.[7] Em 1967 venceu o concurso de criação do cartaz da 9ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo.[8][9] Durante a elaboração do projeto do Metrô do Rio de Janeiro, participou do concurso de escolha da marca da nova empresa, ficando em segundo lugar (tendo o concurso sido vencido pelo publicitário Ronald Galvão Lins).[10]

Juntamente com Karl Heinz Bergmiller, estruturou e coordenou o Instituto de Desenho Industrial do MAM-Rio (IDI-MAM),[11] onde realizaram três Bienais Internacionais de Desenho Industrial (1968, 1970 e 1972),[12] entre outras exposições, projetos e consultorias. Foi também com Bergmiller que atuou na empresa de móveis de escritório Escriba, na qual tanto os programas de mobiliário como sua contraparte no design visual caracterizaram um projeto exemplarmente moderno.

Sua importante parceria com Oscar Niemeyer foi da Novacap, empresa construtora de Brasília, por cuja programação visual era responsável, à revista “Módulo” de arquitetura, que ambos coordenavam e onde Goebel pôde aplicar seus princípios racionais de design editorial.

Em 1998, foi um dos nomes presentes na mostra internacional “Método e industrialismo”, no CCBB-RJ, juntamente com designers como Alexandre Wollner, Aloisio Magalhães, Dieter Rams, Kenji Ekuan, Sergio Rodrigues e Wim Crouwel, entre outros. Wollner foi um amigo desde a juventude, tendo eles se encontrado quando Goebel mudou-se para São Paulo, em 1951, e realizado, ao longo de seis décadas, diversos projetos em parceria, agregando às vezes outros colegas, como Décio Pignatari, com quem desenvolveram o programa de identidade visual do grupo Hansen.[13]

Principais Obras[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. polissigno.blogspot.com.br/2013/12/saudade.html
  2. UERJ, ESDI |. «Goebel Weyne». Esdi. Consultado em 7 de janeiro de 2018 
  3. Fernandes do Nascimento (12 de setembro de 1954). «Salão dos Independentes». Diário de Pernambuco, ano 129, edição 201, página 19/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  4. «Intelectuais pela Liberdade». Jornal do Brasil, Ano LXXV, Edição 124, página 5/ republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 30 de maio de 2018. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  5. Flávio Eduardo (7 de novembro de 1965). «novos LP's na praça». O Jornal, Ano XLVII, edição 13534, 3 caderno, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 8 de janeiro de 2017 
  6. «Capa do Disco Show Opinião (LP P632 775L)». Folha Online. 19 de maio de 2013. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  7. Luiz Américo. «Baden e Vinicius Os Afro Sambas 1966». A história da MPB. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  8. «Cartaz 9ª Bienal». Bienal de São Paulo. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  9. «9ª Bienal-De 22/9/1967 a 8/1/1968 - Ditadura, arte pop e vandalismo marcam a nona edição». Folha Online. 2011. Consultado em 8 de janeiro de 2017 
  10. «A Primeira Imagem». Joranl do Brasil, Ano LXXIX, edição 153, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 3 de outubro de 1969. Consultado em 8 de janeiro de 2017 
  11. «Diretor do MAM exporá ao IAB planos dos cursos sobre desenho industrial». Jornal do Brasil, Ano LXXVIII, edição 296, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 26 de março de 1969. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  12. Cultural, Instituto Itaú. «Goebel Weyne | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural 
  13. «AGITPROP - Revista Brasileira de Design». www.agitprop.com.br. Consultado em 7 de janeiro de 2018 
  14. «Fortuna crítica». Instituto Sergio Rodrigues. 2016. Consultado em 8 de janeiro de 2017 
  15. Ana Luiza Nobre (novembro–dezembro de 2010). «"Ulm-Rio: questões de projeto"» (PDF). Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  16. filateliaphilos.wordpress.com/2012/06/14/philos-primeira-postagem/
  17. «Contra-capa do disco». DiscoGS. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  18. Bruno Ribeiro (10 de fevereiro de 2015). «10+ Maria Bethânia (Parte 1)». Feitio de Bamba. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  19. «Contra-capa do disco». DiscoGS. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  20. Felix de Athaíde (26 de dezembro de 1981). «Poetas na Praça». Jornal do brasil, Ano XCI,edição 261, Caderno B, página 10. Consultado em 8 de janeiro de 2018