Graham Griffiths

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Graham Griffiths (Escócia, 1954) é um maestro, pianista, clarinetista, musicólogo e professor britânico, atuante por mais de dez anos no Brasil.

Estudou musicologia na Universidade de Edinburgo e educação musical em Cambridge, onde juntou-se a um grupo de música erudita contemporânea, e em 1986 emigrou para o Brasil. Deu aulas particulares, deu palestras no Mozarteum Brasileiro, lecionou na Universidade Estadual Paulista, foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Musicologia entre 1993 e 1998, e membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura de 1995 a 1997.[1] Desde 2010 é pesquisador associado da Universidade de Londres. Tem desenvolvido trabalho musicológico especializado na obra de Stravinsky, escreveu o livro Stravinsky's Piano: Genesis of a Musical Language, editou o volume de ensaios Stravinsky in Context, e escreveu mais de 20 artigos para The Cambridge Stravinsky Encyclopedia. Também editou as obras de Leokadiya Kashperova, e tem sido convidado para palestrar e pesquisar em muitas universidades brasileiras e europeias.[2]

Como regente se destacou no campo da música erudita contemporânea dirigindo o Grupo Novo Horizonte, fundado por ele em 1989 e ativo até 1999, que segundo os pesquisadores Tatiana Catanzaro e Maurício Carneiro deu grande impulso à produção dos compositores brasileiros ao encomendar, executar e gravar obras dos mais diversos estilos,[3][4] e cujo legado, segundo o pesquisador Christopher Dromey, ainda repercute na música erudita brasileira.[1]

Também deu grande atenção à música colonial brasileira. Foi conselheiro do Festival de Música Antiga Colonial,[5] realizou uma gravação do Réquiem de 1816 do padre José Maurício que é considerada referencial,[6] foi um dos fundadores e regente do grupo Canto Colonial de Curitiba, que representou o Brasil no II Festival Internacional de Música Renascentista e Barroca Americana, na Bolívia,[7] e entre 1999 e 2001 regeu os concertos de abertura do Simpósio Latino-Americano de Musicologia, onde foram apresentadas em primeira audição mundial muitas obras de compositores coloniais.[8]

Referências

  1. a b Dromey, Christopher. "New Horizons in Brazilian Contemporary Music: Grupo Novo Horizonte de São Paulo, 1988-99". In: Tempo, 2018; 72 (284): 52-67
  2. University of London. "Graham Griffiths: Honorary Visiting Research Fellow in the Department of Music".
  3. Catanzaro, Tatiana. "A composição brasileira em 2012". In: Coelho, João Marcos (org.). Cem anos de música no Brasil: 1912-2012. Andreato, 2015, p. 218
  4. Carneiro, Maurício Soares. Música Brasileira para Clarone Solo: catalogação de repertório e uma abordagem interpretativa da obra Danzas Híbridas, op. 132 de Jaime Zenamon. Mestrado. Universidade Federal da Bahia, 2008, p. 26
  5. "Em nome de Deus (e do Rei)". SESC-SP, 01/02/1999
  6. Sergl, Marcos Júlio & Vicente, Eduardo. "A Música Católica no País: A Atuação da Gravadora Paulus". In: XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Natal, 02-06/09/2008
  7. "Música renascentista". Folha de Londrina, 29/03/2000
  8. Prosser, Elisabeth Seraphim. "Oficinas de Música de Curitiba (fase I: 1983-2001)". In: Souza Neto, M. de (org.). A [des]construção da música na cultura paranaense. Aos Quatro Ventos, 2004, pp.561-574