Greyfriars Kirkyard

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Greyfriars Kirkyard
País
Localização
Estatuto patrimonial
category A listed building (d) ()Visualizar e editar dados no Wikidata
Find a Grave
Coordenadas
Mapa
Cemitério Greyfriars, Edimburgo, Escócia, Reino Unido

Greyfriars Kirkyard é o cemitério em torno da Greyfriars Kirk em Edimburgo, na Escócia. Fica localizado na ponta sul da Old Town, junto à George Heriot's School. São lá sepultadas pessoas desde o final do século XVI, incluindo várias personalidades famosas de Edimburgo. O Kirkyard é gerido pela Câmara Municipal de Edimburgo em parceria com um fundo de caráter solidário associado, mas separado da igreja. O Kirkyard e os seus monumentos são Listed buildings na categoria A e, consequentemente, protegidos.[1]

História[editar | editar código-fonte]

O nome Greyfriars vem de um mosteiro de franciscanos que ficava naquele local (os frades usavam vestes cinzentas) e cuja ordem foi dissolvida em 1559. O cemitério foi inaugurado em 1561.

"Non Omnis Moriar" (Nem Tudo de Mim Morrerá), Greyfriars Kirkyard, Edimburgo

O cemitério esteve envolvido na história dos Covenanters. O movimento dos Covenanters começou com a assinatura do National Convenant (Pacto Nacional) na Greyfriars Kirk em 28 de fevereiro de 1638. Após a derrota do exército dos Covenanters em Bothwell Brig em 1679, cerca de 1200 Covenanters foram presos num campo a sul do cemitério de Greyfriars. Uma placa assinala o local onde os prisioneiros foram mantidos durante quatro meses em condições precárias, sem abrigo e quase sem comida. Muitos deles morreram, alguns fugiram e outros foram executados por traição. Os restantes só foram libertados após jurarem lealdade à Coroa britânica.[2] No século XVIII, parte deste campo foi amalgamada ao cemitério e a zona ficou conhecida como "Prisão dos Covenanters".

Nos primórdios da fotografia, na década de 1840, o cemitério foi usado por David Octavius Hill e Robert Adamson como cenário para vários retratos tais como o The Artist and the Gravedigger.

Greyfriars Bobby[editar | editar código-fonte]

O cemitério está associado ao Greyfriars Bobby, o cão leal que fazia vigília à campa do seu dono. A campa de Bobby, na entrada do cemitério, colocada pela Dog Aid Society em 1981, marca o local onde este foi enterrado num local não consagrado do cemitério. A estátua do cão encontra-se do outro lado do portão do cemitério, no entroncamento da ponte George VI e da Candlemaker Row. A campa do polícia John Gray (o dono de Bobby), onde o cão dormiu durante 13 anos, fica no caminho este, a cerca de 30 metros a norte da entrada. A pedra com o seu nome é recente visto que a sua campa não tinha qualquer sinalização.

Inspiração para Harry Potter[editar | editar código-fonte]

O cemitério de Greyfriars serviu de inspiração para parte da história de Harry Potter. Não muito longe dali encontra-se o café Elephant House, onde a escritora trabalhava frequentemente e acredita-se que o nome real do vilão Voldemort, Tom Riddle, foi inspirado pela campa de Thomas Riddel, um general que morreu em 1806 e que se encontra sepultado no cemitério.[3]

Monumentos[editar | editar código-fonte]

Exemplo de um "mortsafe" no cemitério Greyfriars

Os jazigos fechados encontram-se sobretudo na zona sul do cemitério e na "Prisão dos Covenants". Estes têm paredes em pedra sólida ou grades em ferro e foram criados para impedir roubos de cadáveres, algo que se tornou problemático no século XVIII. O cemitério de Greyfriars tem ainda duas jaulas em ferro denominadas "mortsafes". Estas jaulas eram alugadas e protegiam cadáveres durante o tempo necessário para retirar o interesse de ladrões que forneciam cadáveres à Faculdade de Medicina de Edimburgo para serem dissecados.[4]

Alguns monumentos notáveis incluem o Monumento dos Mártires que serve como memorial para os Covenanters executados. O monumento de estilo italiano que serve de memorial a Sir George Mackenzie foi concebido pelo arquiteto James Smith e inspirou-se no Tempietto di San Pietro, criado por Donato Bramante. O memorial de Duncan Ban MacIntrye foi renovado em 2005 por 3000 libras após uma campanha de angariação de fundos que durou um ano.[5] O monumento de John Bryes of Coates, 1629, foi um dos últimos trabalhos do mestre de obra William Wallace.

Sepultamentos notáveis[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Greyfriars Churchyard». Historic Scotland. Consultado em 18 de fevereiro de 2010 
  2. «Greyfriars' Prison». www.covenanter.org.uk (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  3. «Voldemort draws Harry Potter fans to Greyfriars». www.edinburghnews.scotsman.com (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  4. «Greyfriars Cemetery Mortsafes». Atlas Obscura (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  5. «The Scottish Poetry Library». 3 de outubro de 2006. Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  6. Brown, James (1867). The epitaphs and monumental inscriptions in Greyfriars Churchyard, Edinburgh. Collected by James Brown ... with an introd. and notes. [S.l.]: Edinburgh: J. M. Miller. p. 5. Consultado em 15 de março de 2019 
  7. Brown, James (1867). The epitaphs and monumental inscriptions in Greyfriars Churchyard, Edinburgh. Collected by James Brown ... with an introd. and notes. [S.l.]: Edinburgh: J. M. Miller. p. 170. Consultado em 15 de março de 2019