Guerra do Imposto sobre Cabanas de 1898

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Bai Bureh, chefe do grupo étnico Temne, feito prisioneiro em Serra Leoa(1898), após liderar manifestações contrárias aos colonos britânicos.

A Guerra do Imposto sobre Cabanas de 1898 foi uma resistência do recém-anexado Protetorado de Serra Leoa a um novo imposto imposto fixado pelo governador colonial. Os britânicos estabeleceram o Protetorado para demonstrar seu domínio sobre o território a outras potências europeias após a Conferência de Berlim, realizada entre 1884 e 1885.[1] O imposto se revelou um grande fardo para os residentes do Protetorado, culminando na elaboração de uma petição contra o imposto, cujo conteúdo foi assinado por 24 chefes tribais das principais comunidades da colônia. A petição, endereçada à Coroa britânica, narrava os efeitos adversos do referido imposto em suas sociedades, mas não surtiu o efeito esperado, de modo que as hostilidades entre colonos e a Inglaterra se agravaram. O uso da força por oficiais britânicos passou a ser usado, sobretudo para a prisão do chefe Temne Bai Bureh, um general e estrategista de guerra, apontado como um dos líderes das manifestações contrárias aos britânicos. Embora muitas vezes retratado como o chefe que iniciou uma resistência armada no Norte em 1898, há relatos que sugerem que Bai Bureh foi injustamente identificado pelo governo colonial como o principal instigador, com as ações hostis do governo provocando uma guerra entre a colônia e a Inglaterra. Mais tarde, naquele mesmo ano, outra resistência surgiu no sul, liderada pelos líderes Mendés.[2]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Para os britânicos, essa foi uma das maiores resistências coloniais em África Ocidental no século XIX. Além de unidades de apoio e uma forte brigada naval, as forças lideradas pelos britânicos consistiam no Regimento das Índias Ocidentais e tropas africanas lideradas por oficiais britânicos, incluindo o Regimento da África Ocidental, a Polícia de Serra Leoa e tropas locais.[3] Essas forças juntas sofreram 67 mortos e 184 feridos, além da morte de 90 transportadores não combatentes e perdas entre os levantes locais que não foram registradas.[4]

A derrota na Guerra do Imposto pôs fim à oposição armada, organizada em grande escala contra o colonialismo em Serra Leoa. Mas a resistência e a oposição assumiram outras formas, especialmente em distúrbios intermitentes em grande escala e distúrbios caóticos do trabalho. Os motins em 1955 e 1956 envolveram muitas dezenas de milhares de nativos no protetorado.[5]

Referências

  1. David Harris, Civil War and Democracy in West Africa: Conflict Resolution, Elections and Justice in Sierra Leone and Liberia, I.B. Tauris, 2012, p. 40
  2. Abraham, Arthur (1974). «Bai Bureh, The British, and the Hut Tax War». The International Journal of African Historical Studies. 7. Boston University African Studies Center. pp. 99–106 
  3. Joslin, Litherland and Simpkin. British Battles and Medals. [S.l.: s.n.] p. 170. Published Spink, Londres. 1988 
  4. London Gazette, edição 27149, página=8653. Publicado em 29 de dezembro de 1899
  5. Martin Killson, Political Change in a West African State: A Study of the Modernization Process in Sierra Leone, Cambridge, Massachusetts, USA, 1966, p. 60. Also pp. 106, 107, 110, 111, 186–88 on other riots and strikes.

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]