Guilherme Guinle

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Guilherme Guinle
Guilherme Guinle
Nascimento 27 de janeiro de 1882
Rio de Janeiro, RJ Império do Brasil
Morte 20 de maio de 1960 (78 anos)
Roma, Itália
Cidadania Brasil
Progenitores
Ocupação empresário

Guilherme Guinle (Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 1882Roma, 20 de maio de 1960[1]) foi um empresário brasileiro e membro da família Guinle.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Segundo filho de Eduardo Palassin Guinle, fundador da Companhia Docas de Santos, Guilherme Guinle graduou-se em engenharia civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1905.

Fixou-se então na Bahia, onde se envolveu na construção de usinas hidrelétricas. De volta ao Rio de Janeiro, fundou o Banco Boavista.[2]

Guilherme Guinle inicia sua participação no processo de industrialização ao lado de seu pai que, na década de 1880, havia recebido a concessão do Governo Federal para operar o Porto de Santos.[3]

Em 1918, seis anos após a morte de seu pai, Guilherme Guinle torna-se presidente da Companhia Docas de Santos.[1] Com o porto de Santos já consolidado e a economia em ascensão, impulsionado pela pulsante exportação do café, Guilherme buscava ampliar o Porto de Santos a partir de 1926, porém, já no fim de seu plano, a economia mundial afunda na crise de 1929.

Dedicado à filantropia, Guilherme Guinle fundou, em 1923, a Fundação Gaffrée Guinle, a fim de prestar assistência médica à população carente carioca.

Em 1929, ele cofundou o Hospital Gaffrée e Guinle, hoje o hospital universitário da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Governo Vargas[editar | editar código-fonte]

Em 1941
Portrait de Guilherme Guinle par Serge Ivanoff. Rio de Janeiro, 1953

Durante a década de 1930, ele realizou investimentos na exploração de petróleo, cuja existência era, até então, discutida. Contudo, após a descoberta de petróleo no perímetro de Salvador, o presidente Getúlio Vargas estatizou o petróleo brasileiro, fundando a Petrobrás anos mais tarde.

Nacionalista, Guilherme Guinle apoiou financeiramente a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que visava ao combate ao Fascismo e ao Imperialismo.

Durante o Estado Novo, Guilherme Guinle ocupou o cargo de vice-presidente do Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, em que se manifestou contrário à participação de capital estrangeiro na exploração de minérios brasileiros e defendeu a criação de uma empresa estatal do setor siderúrgico.

Plano Siderúrgico[editar | editar código-fonte]

Em 1940, Getúlio Vargas nomeou-o presidente da Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional. Ele participou então das negociações do governo para obter empréstimos para a concretização de tal plano.

Obtido o financiamento do Ex-Im Bank, no ano seguinte, criou-se a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), construída em Volta Redonda. Guinle foi presidente da CSN até 1945.[1]

Posteriormente, em 1942, estatiza as reservas de ferro de Itabira, até então pertencentes a Percival Farquhar, criando no mesmo ano a Companhia Vale do Rio Doce.

Pós Vargas[editar | editar código-fonte]

Após a queda de Vargas, ele ocupou por alguns dias a presidência do Banco do Brasil.

Representações na cultura[editar | editar código-fonte]

Foi interpretado por Ricardo Monastero na microssérie Gigantes do Brasil, do canal pago History, em 2016.[4]

Referências

  1. a b c «Morre o empresário Guilherme Ginle». History. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  2. Guilherme Guinle - Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC) de História Contemporânea do Brasil - Fundação Getulio Vargas
  3. HONORATO, Cezar Teixeira (1996). O polvo e o porto. Santos: HUCITEC. pp. 107–111. ISBN 978-8527103817 
  4. Folha de S.Paulo (13 de setembro de 2015). «Série 'Gigantes do Brasil' narra vida de Martinelli e Matarazzo». Consultado em 5 de novembro de 2017 

Precedido por
Carlos Guinle
Presidente do Fluminense
23 de dezembro de 1912 — 29 de julho de 1913
Sucedido por
Félix Frias
Precedido por
Cargo criado
Presidente da CSN
1 de março de 1940 — 30 de outubro de 1945
Sucedido por
Sylvio Raulino de Oliveira