Harpia (sistema de espionagem)

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Harpia é sistema de espionagem (também spyware ou programa espião) desenvolvido pela empresa Harpia Tecnologia Eireli. [1]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro comprou o sistema em 2021 por 5,5 milhões de dólares (cerca de 1 milhão de dólares na época), mas foi proibido em novembro de 2021 pelo TCU (Tribunal de Contas da União) de fazer“ a assinatura de qualquer ordem de serviço ou a realização de qualquer pagamento, até que o Tribunal delibere sobre o mérito da matéria em apreço”. Em janeiro de 2022, o TCU manteve sua decisão. [1] [2] [3]

Segundo a ONG Conectas de direitos humanos, "o caso foi parar na Corte de contas após Ministério Público, senador Randolfe Rodrigues e entidades da sociedade civil apresentarem pedidos para a paralisação do Pregão Eletrônico 3/2021, do Ministério da Justiça, voltado para a contratação de serviços de espionagem. [2]

A compra do Harpia foi feita após negociações para a compra do Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group, não avançar devido a graves irregularidades na licitação. A NSO desistiu do contrato, no valor de 60,9 milhões de reaias (cerca de 15 milhões de dólares na época), após o assunto repercutir negativamente na imprensa. Entre as irregularidades, o UOL apontou com exclusividade o envolvimento do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro. [2] [4]

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) reportou em seu portal que "trinta e cinco [35] organizações da sociedade civil lançaram uma campanha para tentar impedir que o Ministério da Justiça compre um programa de espionagem digital usado por governos para monitorar e invadir o celular de opositores. Para especialistas ouvidos pela Abraji, tanto o software Pegasus quanto o Harpia Tecnologia podem violar o direito à privacidade e impactar o exercício do jornalismo no Brasil. [5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Empresa fornecedora do software espião Pegasus abandona licitação». Monitor do Oriente. 1 de janeiro de 1970. Consultado em 23 de janeiro de 2022 
  2. a b c «TCU mantém veto à compra de sistema espião pelo governo Bolsonaro». Conectas. Consultado em 23 de janeiro de 2022 
  3. «TCU suspende licitação de sistema espião pelo Ministério da Justiça». Poder360. 10 de novembro de 2021. Consultado em 23 de janeiro de 2022 
  4. «Empresa de software espião Pegasus abandona licitação do governo». noticias.uol.com.br. Consultado em 23 de janeiro de 2022 
  5. «Organizações da sociedade civil se mobilizam contra programa de espionagem». www.abraji.org.br. Consultado em 23 de janeiro de 2022