Haveli de Nau Nihal Singh

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A fachada noroeste do haveli

O haveli de Nau Nihal Singh (em urdu/em panjabi: نو نہال سنگھ حویلی) é uma mansão haveli localizada em Lahore, Paquistão. Datado da era sique de meados do século XIX, o haveli é considerado um dos melhores exemplos da arquitetura sique na cidade,[1] e o único da era que preserva sua ornamentação e arquitetura originais.[2]

História[editar | editar código-fonte]

O haveli foi construído por volta de 1830 ou 1840 para Nau Nihal Singh,[3] por seu avô e fundador do império Sique, o marajá Ranjit Singh.[2] A mansão foi projetada para ser uma residência pessoal para Nau Nihal Singh.[3] O haveli tem sido usado, desde a era colonial britânica, para abrigar o Colégio Victoria Girls.[4]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

A base do haveli é retangular, com sua entrada situada no lado oeste. A fachada é dividida em duas seções, com a parte que abriga a entrada profusamente decorada com afrescos pintados no estilo vívido kangra,[1] e a outra perfurada por inúmeras janelas.[5]

Uma grande varanda jharoka com alvenaria esculpida e uma pequena cúpula bulbosa está acima da entrada do haveli,[2] que agia como uma Jharoka-e-Darshan, do qual os marajás podiam ver seus súditos reunidos abaixo.[2] A jharoka apresenta cinco pequenos arcos e é uma imagem embelezada de humanos alados, papagaios e peixes vistos de frente, esculpidos em um estilo que exibe influências do leste asiático.[2] Os humanos alados se assemelham às descrições islâmicas dos anjos, mas também refletem influências da mítica garuda hindu.[2] A base da cúpula é decorada com uma figura semelhante a uma serpente que ecoa o deus hindu Naga.[2] A Jharoka-e-Darshan é ladeada por duas menores. Cada um das jharokas do haveli é decorado com um pedestal floral.[1]

O edifício tem quatro andares e um nível no porão.[5] O quarto nível é composto por uma pequena sala conhecida como Rang Mahal ("Palácio das cores"),[5] ou, alternativamente, como Sheesh Mahal ("Palácio dos espelhos"),[6] com telas grandes que formam um espaço para captar a brisa.[1] Os demais andares foram construídos com tetos altos, para exagerar a altura da estrutura, a fim de dar a aparência de uma cidadela, em vez de uma residência particular.[4]

Os tetos dos havelis são feitos de madeira decorada com vidro e espelho, além de temas solares na parte central do telhado.[5] As paredes são decoradas com arcos falsos, cada um contendo uma pequena pintura de 18x18 polegadas,[5] com azuis, dourados, vermelhos e laranjas dominando a paleta de cores do haveli.[5] O interior também é decorado com madeira esculpida, alvenaria e afrescos florais.[5]

O haveli possui um grande pátio interno de dois andares que também foi profusamente decorado - cujo nível inferior foi caiado de branco.[6] Em frente da mansão há uma pequena praça conhecida como Maydan ka Bhaiyan que já foi usada como jardim do haveli.[1][3]

Geleria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Hashid. «Haveli Nau Nihal Singh: Searching for Vernacular in Lahore» (em inglês). UNESCO. Consultado em 8 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 30 de abril de 2019 
  2. a b c d e f g «Hindu symbolism in sikh art brickwork in Haveli Naunihal Singh..» (em inglês). The Free Library. Consultado em 8 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 13 de novembro de 2019 
  3. a b c Shujrah, Mahnaz (20 de junho de 2016). «In the Heart of Lahore: Nau Nihal Singh Haveli» (em inglês). Youlin Magazine. Consultado em 8 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 29 de maio de 2019 
  4. a b Latif, SM (1892). Lahore: Its History, Architectural Remains and Antiquities: With an Account of Its Modern Institutions, Inhabitants, Their Trade, Customs, &c. [S.l.]: Printed at the New Imperial Press 
  5. a b c d e f g «Haveli of Nau Nihal Singh» (em inglês). Universidade de Alberta. Consultado em 8 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 30 de abril de 2019 
  6. a b Bansal, Bobby Singh (2015). Remnants of the Sikh Empire: Historical Sikh Monuments in India & Pakistan. [S.l.]: Hay House. ISBN 9789384544935. Consultado em 8 de outubro de 2017