Henrique N'zita Tiago

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Henrique N'zita Tiago
Henrique N'zita Tiago
N'zita em 2011
Comandante das Forças Armadas de Cabinda
Período 1969
3 de junho de 2016
Sucessor(a) Emmanuel N'zita
Dados pessoais
Nascimento 14 de julho de 1927
Cabinda, Congo Português
Morte 3 de junho de 2016 (88 anos)
Paris, França
Nacionalidade angolano
Filhos(as) Emmanuel N'zita, Antoine N'zita, Jean-Claude N'zita
Partido Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda
Serviço militar
Conflitos Conflito de Cabinda

Henrique N'zita Tiago (14 de julho de 1927 - 3 de junho de 2016) foi comandante das Forças Armadas de Cabinda, grupo guerrilheiro paramilitar que luta pela independência de Cabinda, em Angola.[1] Ele morreu em Paris em 3 de junho de 2016.[2][3] Foi avisado que Tiago foi enterrado em França.[4][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

N'zita em Cabinda, 1978

Nasceu a 14 de julho de 1927,[5] na missão de São Jose de Luali na região de Cacongo, na localidade de Dinge[6] ou em Mboma Lubinda,[7] Cabinda, no seio de uma família modesta.[6]

Em 1963, foi cofundador da Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), uma organização política que lutava, à atura, contra o domínio colonial português.[2] Por fazer parte da FLEC, foi preso em 1970 pela PIDE.[8] Cumpriu pena na Cadeia de São Nicolau, em Bentiaba. Foi libertado em 1974, abriu um escritório da FLEC na cidade de Cabinda,[9] e um ano mais tarde, foi nomeado presidente da FLEC.[10] Ao saber que o governo português estava planejando incluir Cabinda como parte de Angola, N'zita iniciou um conflito armado contra grupos armados pró-independência de Angola.[7] A sua posição intransigente nas negociações sobre a condição de Cabinda, optando unicamente por meios militares, fez com que a FLEC se fragmentasse em diferentes facções.[9]

Foi para o exílio na França.[3] N'zita morreu em Paris em 3 de junho de 2016.[2][7] Seu funeral foi em 10 de junho.[4] Após a sua morte, o seu filho, Emmanuel N'zita, sucedeu-o alguns dias depois como comandante das Forças Armadas de Cabinda.[11][2]

Referências

  1. Taylor & Francis Group (2003). Murison, Katherine, ed. Africa South of the Sahara 2004 (em inglês). Londres: Europa Publications. p. 40. ISBN 978-1-857-43183-4 
  2. a b c d «Nzita Tiago, leader historique du mouvement séparatiste de Cabinda, est mort à Paris» (em francês). VOA Afrique. 3 de junho de 2016. Consultado em 11 de abril de 2021 
  3. a b c «Africa highlights: Tuesday 7 June 2016, as it happened» (em inglês). BBC News. 7 de junho de 2016. Consultado em 7 de junho de 2016. The leader of a rebel movement seeking independence for Angola's oil-rich region of Cabinda has died in exile in France, Reuters quotes a statement from the group as saying. FLEC said Nzita Henriques Tiago, 88, would be buried in France on Friday as he only wanted his body taken back to Cabinda if it was an independent state, Reuters reported. It did not say exactly when Mr Tiago, who was president and co-founder of FLEC, died. The group – in one form or another – has been fighting a low-level insurgency since the 1960s. It first took up arms against the colonial power Portugal. Then when Angola gained independence in 1975 and Cabinda was absorbed into Angola, Flec rebels continued to fight against the Luanda government. 
  4. a b «Funeral de Nzita Tiago em Paris, mas trasladação para Cabinda só com a independência». Angola 24 Horas. 8 de junho de 2016. Consultado em 11 de abril de 2021 
  5. «Vers un Congo Cabinda indépendant: Le Cabinda serait-il une colonie Angolaise après avoir été une colonie portugaise ? L'appel de Monsieur NZITA TIAGO Henrique, Président du FLEC» (em francês). cabinda.skyrock.com. Consultado em 11 de abril de 2021 
  6. a b «È morto Nzita Henriques Tiago, una vita per l'indipendenza di Cabinda» (em italiano). Africa Rivista. 3 de janeiro de 2016. Consultado em 11 de abril de 2021 
  7. a b c «Morreu Nzita Tiago». VOA Português. 3 de junho de 2016. Consultado em 11 de abril de 2021 
  8. «Nzita Tiago é uma lenda política e tradicional». VOA Português. 3 de junho de 2016. Consultado em 11 de abril de 2021 
  9. a b Da Rocha Alves Sampaio; Madalena, Maria (8 de fevereiro de 2013). «FLEC: 50 anos a afirmar "Cabinda não é Angola"». DW. Consultado em 11 de abril de 2021 
  10. «Um enclave entre os dois Congos». Público. 1 de agosto de 2006. Consultado em 9 de setembro de 2021 
  11. «Emmanuel Nzita assume liderança da FLEC/FAC». VOA Português. 7 de junho de 2016. Consultado em 11 de abril de 2021