Hilde Weber

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Hilde Weber
Conhecido(a) por Primeira mulher chargista do Brasil
Nascimento 09 de setembro de 1913
Waldau, Alemanha
Morte 13 de dezembro de 1994 (81 anos)
São Paulo
Nacionalidade Alemã
Brasileira

Hildegard Wilhelmine Weber, conhecida como Hilde Weber (Waldau bei Kassel, Alemanha, 09 de setembro de 1913São Paulo, 13 de dezembro de 1994) foi uma artista plástica, chargista e ilustradora brasileira de origem alemã. Foi a primeira mulher chargista da imprensa brasileira; ilustrou para publicações como A Cigarra, O Cruzeiro e Manchete e jornais como Tribuna da Imprensa e O Estado de S. Paulo, onde ficou conhecida pelas suas charges políticas.[1][2]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Hilde nasceu em Waldau, um distrito de Kassel no estado de Hessen, Alemanha, filha de Edmund Mar Weber (militar) e Hildegard Lilly Elizabeth Otter. A família de Edmund Weber é oriunda da baixa aristocracia civil de Bamberg na Francônia. Militar da cavalaria, Edi (como era conhecido) cursava a escola de aviação de Kassel. Hilde foi criada por amigos da família e por sua tia paterna Cläre "Claire" Henrika Franziska Emma Weber-Hohagen, artista e jornalista baseada em Hamburgo; seus pais se separaram quando pequena. Cursou belas-artes na Escola de Artes Gráficas de Hamburgo. Trabalhou nos jornais Hamburger Anzeiger e Hamburger Fremdenblatt como ilustradora.[3]

Vinda ao Brasil[editar | editar código-fonte]

Em 1933 Hilde vai para o Brasil em busca do pai, o oficial aviador Edmund Weber, que se mudara para o país após a I Guerra Mundial. No Rio de Janeiro, começa a desenhar para os Diários Associados, ilustrando reportagens escritas por Rubem Braga. Ilustrou também para as revistas "O Cruzeiro" e "A Cigarra", da qual foi capista entre 1933 e 1934.

Viveu em São Paulo entre 1943 e 1950, desenhando para os jornais Folha da Manhã, Noite Ilustrada. Participou dos santelenistas, grupo de artistas que se reunia no Palacete Santa Helena. Trabalhou com pintura e cerâmica no ateliê Osirarte, junto com artistas como Alfredo Volpi e Mário Zanini.[1]

Em 1950 voltou ao Rio, convidada a ser chargista do jornal Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda. Lá, desenhou caricaturas satíricas do noticiário da época, retratando com frequência o presidente Getúlio Vargas. No jornal, também criou a tira de quadrinhos Tribulino[4] Hilde trabalhou para a Tribuna até a venda do jornal, em 1962. Volta a morar em São Paulo daí em diante. Foi contratada pelo jornal O Estado de S. Paulo, para o qual colaborava desde 1956.

Expôs no Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos e em cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo (1ª-4ª;6ª) na Exposição de Arte Moderna em Belo Horizonte, e nos Salões Oficial e Nacional de Arte Moderna no Rio de Janeiro.

Aposentou-se em 1989. Teve suas charges reunidas no livro O Brasil em Charges (1950 – 1985), publicado pela Circo Editorial[4]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Hilde casou-se três vezes. A primeira com o industrial de origem alemã Heinz Franz Ernst Müller-Carioba. A segunda com o jornalista Claudio Abramo (1923-1987), com quem teve um filho, Claudio Weber Abramo, matemático e jornalista (conhecido como o pioneiro do jornalismo de dados no Brasil). A terceira com o renomado fotógrafo Luigi Mamprin.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

1960 - Concurso de Caricaturas do World Newspaper Forum - Melhores charges internacionais- Seção América Latina.

Referências

  1. a b «A alemã que desenhava a política do Brasil | Lady\'s Comics». ladyscomics.com.br. Consultado em 15 de agosto de 2018 
  2. Santos, Rodolpho Gauthier Cardoso dos. «Artigo: "As charges antiperonistas de Tribuna da Imprensa" (2016)» (em inglês) 
  3. «Hilde Weber: a presença feminina na charge política do Brasil». História Hoje. 15 de agosto de 2014 
  4. a b «"Seu Tribulino": a incursão de Hilde Weber aos quadrinhos – Colecionadores de HQs». colecionadoresdehqs.com.br. Consultado em 15 de agosto de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]