História Geral do Brasil

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"História Geral do Brasil", edição de 1907, comentada e editada por Capistrano de Abreu.

História Geral do Brasil é um trabalho historiográfico produzido por Francisco Adolfo de Varnhagen, visconde de Porto Seguro, entre 1854 e 1857.

A obra foi inicialmente encomendada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o qual Dom Pedro II era patrono. Por já ter trabalhado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal, Varnhagen era conhecido por sua atuação como historiador.

Obra[editar | editar código-fonte]

"História Geral do Brasil" é originalmente dividido em dois volumes, nos quais Varnhagen trata dos povos indígenas, da escravidão africana, do início da colonização, do primeiro governo geral da colônia, das sucessivas administrações, das invasões sofridas pelo território, incluindo a Nova Holanda, também conhecida como Brasil Holandês.[1]

Em seguida vai tratar principalmente do fim da dominação holandesa e dos diversos tratados posteriores, assim como das mudanças institucionais da colônia, da administração do Marquês de Pombal, do governo de D. Maria I e das conspirações em Minas Gerais.

Métodos[editar | editar código-fonte]

Produzida em uma época em que a história ganhava status de ciência, a obra tem uma escrita bastante cartesiana, tendo como principal base a documentação oficial, prezando não só pela narrativa histórica, mas também pela biológica, etnológica e linguística.

O trabalho de Varnhagen busca confirmar uma visão preconcebida pelo autor, justificando a subjugação dos nativos, e uma superioridade do europeu sobre outros povos, baseado em determinismos raciais, sociais e geográficos. Buscava assim legitimar também o Brasil independente e seu Estado monárquico governado por um ramo da Casa de Bragança. Apesar disso, o autor critica a adoção da escravidão africana concebida com base em sentimentos pseudo-filantrópicos para com os índios do Brasil e defende, em sua época, a sua abolição.[2]

Legado[editar | editar código-fonte]

Apesar de há muito ultrapassada em relação a seus métodos e conceitos, "História Geral do Brasil" é considerada por muitos como a maior obra historiográfica sobre o Brasil Colonial já produzida, tendo sido reeditada várias vezes e sendo muito presente nos cursos de história das universidades brasileiras até os dias de hoje.

A obra também gerou discussões a respeito de qual deveria ser o ponto de origem da narrativa da História do Brasil, o território habitado pelas populações nativas ou a chegada dos portuguesas a partir das Grandes Navegações.[3]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Edições Melhoramentos, 1907.

Referências

  1. Júnior, Batalhone; Claret, Vitor (2014-Jan-Jun). «A "história pátria" entre dois monumentos: o passado colonial nas notas de rodapé da História geral do Brasil e da História da colonização portuguesa no Brasil». Revista de História (São Paulo): 317–342. ISSN 0034-8309. doi:10.11606/issn.2316-9141.v0i170p317-342. Consultado em 4 de abril de 2024  Verifique data em: |data= (ajuda)
  2. VARNHAGEN, Francisco Adolfo de (1907). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Edições Melhoramentos. pp. 341–2 
  3. Santos, Pedro Afonso Cristovão dos; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Nicodemo, Thiago Lima (abril de 2022). «"Por onde deve começar-se a história do Brasil?": eurocentrismo, historiografia e o Antropoceno». Topoi (Rio de Janeiro) (49): 70–93. ISSN 2237-101X. doi:10.1590/2237-101x02304903. Consultado em 15 de fevereiro de 2024 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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