Hoje em Dia (jornal)

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Hoje em Dia
Hoje em Dia (jornal)
Periodicidade Diária
Formato Berlinense
Sede Belo Horizonte
País Brasil
Preço R$ 1,00
Slogan Viva a Informação.
Fundação 1988
Fundador(es) Newton Cardoso
Presidente Júnior Lopes
Idioma Português
Circulação Estadual

Hoje em Dia é um jornal diário mantido pela Ediminas, com circulação no Estado de Minas Gerais.

História[editar | editar código-fonte]

O jornal foi fundado em 1988 pelo então governador Newton Cardoso em resposta aos Diários Associados, em que ele considerava ser perseguido pelo Estado de Minas, jornal do grupo. O Hoje em Dia permaneceu sob seu controle até 1991, quando Newton deixou o governo do Estado e vendeu o jornal ao Grupo Record, que gerou e expandiu o negócio por mais de duas décadas.[1] Em declínio, a Ediminas foi vendida ao Grupo Bel em 2013.[2][3]

Com média de 7.700 exemplares impressos vendidos, o Hoje em Dia perdeu espaço em Minas Gerais e em 2016, foi colocado a venda novamente. Em março, o empresário Ruy Muniz assumiu o controle da Ediminas e do jornal.[1]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Pesquisa sobre Aécio Neves[editar | editar código-fonte]

Paulo Vasconcelos, que era responsável pela propaganda da campanha do candidato a presidência Aécio Neves de 2014, pediu ao instituto de pesquisa Veritá que fornecesse apenas a pesquisa sobre intenção de voto para Minas Gerais. Portanto, as pesquisas haviam sido feitas para mapear os dados de todo o país e não apenas de um estado. Minas tinha resultados insuficientes para uma confiabilidade, contando apenas com 561 entrevistados. Em 14 de outubro de 2014 o jornal Hoje em Dia publicou em seu site oficial que Aécio estaria com 54,8% de votos à frente de Dilma Rousseff com 45,2%, fazendo com que Aécio tivesse a frente com 9,6 pontos. Depois, a informação foi utilizada para material informativo distribuído pelo candidato do PSDB e logo depois a informação foi utilizada por ele à Dilma em um debate na Band. No dia seguinte, a informação foi apresentada em propagandas na TV com citação ao jornal e não ao instituto de pesquisa.[4][5] Com isso, o jornalista Aloísio Morais Martins, que trabalhou 28 anos no jornal foi demitido por justa causa de suas funções pois o Hoje em Dia alegou que havia sido denegrido por suas postagens no Facebook, que disse "não há como associar uma crítica direcionada a certos institutos de pesquisa com a honra e a imagem da empresa para a qual trabalha". Meses depois, o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais alegou que o jornalista não cometeu algo para sofresse uma punição ou demissão e determinou a volta do profissional ao trabalho.[6]

Caso do "predinho"[editar | editar código-fonte]

Segundo delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da empresa J&F Investimentos que faz parte da JBS, o senador Aécio Neves teria pedido sua irmã Andrea Neves em 2015 para recomendar à Batista a pagar dois milhões de reais em espécie e mais quarenta milhões de reais em um apartamento da família situado no Rio de Janeiro, RJ, que estaria sendo avaliado no dobro do valor.[7] Ainda, afirma que próximos de Aécio ligavam para ele de hora em hora dizendo que precisava do dinheiro para pagar suas dívidas de campanhas e que tinha dificuldade em se desfazer delas.[7] O senador então, teria recomendo a compra do prédio do jornal Hoje em Dia e um terreno ao lado localizado na região centro-sul da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. O imóvel superfaturado foi comprado pela J&F da Ediminas, proprietária do jornal, por cerca de dezessete milhões de reais. Mesmo com o imóvel tendo várias penhoras e dívidas trabalhistas para serem pagas, a J&F prosseguiu com a negociação. Batista afirma que não estava interessado em um imóvel no local. Segundo Flávio Jacques Carneiro, na época dono do jornal, "o imóvel foi vendido para pagar bancos, fornecedores e funcionários."[8][9]

Em 2016 ele pediu a Flávio Carneiro, para falar com Aécio para que não lhe pedisse mais dinheiro.[10] Ainda o terreno não estaria sendo usado pela J&F e estaria a venda pela metade do preço.[7]

Demissões em massa[editar | editar código-fonte]

Em dezembro de 2015 o jornal fechou sua gráfica demitindo cerca de 78 funcionários deixando de pagar o salário do mês e rescisões.[11] Depois que protestarem na empresa, eles acabaram recebendo apenas o pagamento, com os acertos tramitando na justiça.[12]

Em 29 de fevereiro de 2016, dias após a compra do jornal pelo empresário Ruy Muniz, o jornal demitiu 38 jornalistas que não receberão também o salário do mês e rescisões.[12] Para garantir que a dívida trabalhista fosse paga, os jornalistas tentaram adicionar o edifício sede como garantia, portanto descobriram que ele havia sido comprado pela empresa J&F, vendido pelo Grupo Bel, que administrava o jornal anteriormente. Eles tentaram conter as parcelas do pagamento do prédio, porém o grupo disse que o pagamento havia sido feito antecipado.[12]

Disseminação de desinformação sobre a pandemia[editar | editar código-fonte]

Segundo o balanço do Radar Aos Fatos de 26 de fevereiro de 2021, o jornal Hoje em Dia e outros veículos de comunicação ajudaram a impulsionar desinformação sobre a pandemia de Covid-19 ao publicar entrevistas com médicos no YouTube defendendo drogas sem eficiência comprovada ou com críticas ao uso de máscaras.[13]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Prêmio ExxonMobil de Jornalismo (Esso)
Esso Regional Centro-Oeste
Ano Autor Obra Resultado
1997 Luciene Takahashi e Beto Magalhães "GRITOS DO MASSACRE DE CARAJÁS"[14] Venceu

Referências

  1. a b «Ruy Muniz assume 'Hoje em Dia'». O Tempo. 24 de fevereiro de 2016. Consultado em 1 de março de 2016 
  2. «COMUNICADO». Hoje em Dia. 11 de setembro de 2013. Consultado em 11 de setembro de 2013 
  3. «Rede Record vende jornal Hoje em Dia para Grupo Bel». Exame. 12 de setembro de 2013. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  4. Mendonça, Ricardo (15 de outubro de 2014). «Campanha de Aécio usou pesquisa com dados enganosos». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  5. «Campanha de Aécio divulgou pesquisa com números enganosos, diz jornal». Portal Fórum. 30 de outubro de 2014. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  6. «"Hoje em Dia" terá que reintegrar jornalista afastado por publicação em rede social». Portal IMPRENSA - Notícias, Jornalismo, Comunicação. 21 de outubro de 2015. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  7. a b c «Em delação, Joesley Batista diz que Aécio pediu para ele comprar imóveis no Rio e em BH para pagar dívidas». G1. 29 de maio de 2017. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  8. Bramatti, Daniel; Godoy, Marcelo; Augusto, Leonardo (22 de maio de 2017). «Delação cita publicidade como propina a Aécio». O Estado de S. Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  9. Peron, Isadora; Pires, Breno; Vassallo, Luiz (5 de junho de 2017). «Aécio usou seu mandato para beneficiar JBS, diz Janot». O Estado de S. Paulo. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  10. «Joesley disse 'pelo amor de Deus' para Aécio Neves não pedir mais dinheiro - Brasil». O Dia. 20 de maio de 2017. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  11. «Gráficos demitidos do Hoje em Dia voltam a protestar». Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. 12 de janeiro de 2016. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  12. a b c «Trabalhadores do Hoje em Dia ocupam 'predinho' que JBS diz ter comprado para pagar Aécio Neves». Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. 1 de maio de 2017. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  13. «Impulsionados pela imprensa, médicos que desinformam sobre Covid-19 somam 30 mi de visualizações no YouTube». Aos Fatos. 26 de fevereiro de 2021. Consultado em 25 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2021 
  14. «Prêmio Esso de Jornalismo 1997». Prêmio Esso. Consultado em 26 de março de 2020. Arquivado do original em 26 de julho de 2010 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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