Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho (Almagreira)

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Igreja de N. Sra. do Bom Despacho: fachada.
Igreja de N. Sra. do Bom Despacho: alçado direito.
Igreja de N. Sra. do Bom Despacho: alçado esquerdo.
Igreja de N. Sra. do Bom Despacho: altar.
Igreja de N. Sra. do Bom Despacho: detalhe lateral.

A Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho localiza-se na freguesia da Almagreira, concelho da Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores.

História[editar | editar código-fonte]

O atual templo remonta a uma ermida erguida pelo capitão Manuel de Moura Landres e sua esposa, Inês Pereira, sob a invocação de Nossa Senhora do Bom Despacho, conforme escritura de 11 de junho de 1702 no Livro do Tombo da Matriz de Vila do Porto.

Posteriormente, o então bispo de Angra, D. António Caetano da Rocha, em 2 de dezembro de 1766, criou um curato, "...o 3° da Igreja Matriz em benefício daquele povo e dos mais paroquianos que ficam naquele contorno para a parte da serra".[1]

No início do século XIX, o XII Comendador da Ordem de Cristo para a ilha de Santa Maria, D. Diogo José Ferreira de Eça e Menezes, 3º conde da Lousã, por alvará de 30 de junho de 1853, organizou e regularizou as côngruas dos párocos e necessidades do culto nas igrejas da Comenda e ordenou a criação do Curato sufragâneo da Matriz na Almagreira, Igreja do Bom Despacho.[2]

Desse modo, e diante do aumento da população, houve necessidade de um templo mais amplo, tendo a antiga ermida dado lugar a uma igreja paroquial, cujas obras foram iniciadas em 12 de maio de 1859, em terreno doado pelo micaelense João Severino Gago da Câmara. A igreja foi consagrada em 27 de novembro do mesmo ano, "(...) e nela se cantou a primeira missa, com música, acompanhada a piano e sermão, pregado pelo padre Ângelo Soares da Câmara, vice-vigário de Santa Bárbara".

Em 1861 os habitantes da Almagreira e da Junta de Paróquia da freguesia da Matriz de Vila do Porto, representaram uma petição a Pedro V de Portugal no sentido de ser criado um curato sufragâneo naquela localidade, o que veio a acontecer conforme Decreto de 9 de Setembro daquele ano.[carece de fontes?] Para o encaminhamento da questão muito se interessaram os deputados pelo círculo de Ponta Delgada, Dr. João Soares de Albergaria e major António Bonifácio Júlio Guerra. Foi primeiro cura o padre Bernardo Coelho Bettencourt.

Na alçada civil, com a criação da freguesia por separação da de Nossa Senhora de Assunção (Vila do Porto),[3] compreendendo os lugares do Bom Despacho Velho, Brasil, Brejo de Baixo, Brejo de Cima, Brejo do Meio, Carreira, congro, Courelas, Covas, Farropo, Fonte do Mourato, Fonte Nova, Graça e Praia, ao longo da história paroquial, registam-se os nomes dos padres que atenderam a freguesia:[4]

  • Manuel de Sousa e Melo (Povoação, ilha de São Miguel, 1873) - foi o primeiro pároco da freguesia em 1906, da qual já era responsável, como Cura, desde 1904. Foi nomeado Vigário Colado (1909), e exerceu funções até 1936.
  • António Pereira Rodrigues (Maia, ilha de São Miguel, 1908) - exerceu funções de maio de 1936 a dezembro de 1938.
  • Ernesto do rego Borges (Nordeste, ilha de São Miguel) - exerceu funções de dezembrode 1938 a outubro de 1942.
  • Manuel Botelho Lima (ilha de São Miguel) - exerceu funções de fevereiro de 1944[5] a março de 1948.
  • Serafim de Chaves (Vila do Porto) - exerceu funções a partir de novembro de 1949.
  • José Luís Mota (Povoação, ilha de São Miguel) - exerceu funções de setembro de 1964 a setembro de 1972.
  • José de Moura Figueiredo (Forno de Santa Bárbara) - exerceu funções de setembro de 1972 a 2 de fevereiro de 2005.
  • Adriano Borges (ilha de São Miguel)
  • Sérgio Mendonça (ilha das Flores)
  • Hermínio Mendes (ilha Terceira) - atual pároco.

O templo foi restaurado em 2005, com recursos da comunidade (estimados em 70 mil euros), e a imagem da padroeira, em 2007.

A festa da padroeira realiza-se anualmente no último domingo de Julho.

Características[editar | editar código-fonte]

Em alvenaria de pedra, apresenta planta retangular.

No interior, o retábulo do altar-mor era em talha envernizada.

Referências

  1. Ver: Voto de Saudação da Assembleia Legislativa dos Açores
  2. Almagreira[ligação inativa] in Almanaque Açoriano. Consultado em 7 Jul 2011.
  3. Por Decreto de 25 de outubro de 1906, publicado no Diário do Governo nº 244, de 27 de outubro 1906.
  4. De acordo com a pesquisa de Arsénio Chaves Puim. Almagreira homenageia padres da freguesia in O Baluarte de Santa Maria on-line, 1 de agosto de 2011. Consultado em 14 set 2011.
  5. Entre 1942 e 1944 não houve nomeação de nenhum padre para a freguesia, tendo esta sido atendida pelos padres Constantino Luís da Mota (pároco de São Pedro), Vicente Afonso (de Santa Bárbara), e Virgínio Lopes Tavares (de Vila do Porto).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CARVALHO, Manuel Chaves. Igrejas e Ermidas de Santa Maria, em Verso. Vila do Porto (Açores): Câmara Municipal de Vila do Porto, 2001. 84p. fotos.
  • FIGUEIREDO, Jaime de. Ilha de Gonçalo Velho: da descoberta até ao Aeroporto. Lisboa: C. de Oliveira, 1954. 205p., il.
  • FIGUEIREDO, Jaime de. Ilha de Gonçalo Velho: da descoberta até ao Aeroporto (2a. ed.). Vila do Porto (Açores): Câmara Municipal de Vila do Porto, 1990. 160p. mapas, fotos, estatísticas.
  • MONTEREY, Guido de. Santa Maria e São Miguel (Açores): as duas ilhas do oriente. Porto: Ed. do Autor, 1981. 352p. fotos.

Ver também[editar | editar código-fonte]