Igreja de São Miguel Arcanjo (Vila Franca do Campo)

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Igreja de São Miguel Arcanjo, fachada.
Igreja de São Miguel Arcanjo, marca de projétil no lado esquerdo da torre.
Igreja de São Miguel Arcanjo, altar-mor.

A Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo localiza-se na Vila e concelho de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, em Portugal.

Sob a invocação de São Miguel arcanjo, é dos templos mais antigos do arquipélago.

História[editar | editar código-fonte]

A primitiva Igreja Matriz de Vila Franca foi instituída pelo próprio Infante D. Henrique, que ordenou a sua construção,[1] tendo sido Rui Gonçalves da Câmara terceiro capitão do donatário da ilha, e seu primeiro residente, quem a edificou.

Foi parcialmente soterrada pelo terramoto de 1522 e, de acordo com a narrativa de Gaspar Frutuoso, foi logo reconstruída, para cujas obras foram reaproveitados materiais de construção da primitiva igreja, além de apoios do monarca. Os trabalhos mantiveram o mesmo tipo arquitetónico do templo, em estilo gótico.

Em 1579, o cardeal-rei autorizou o lançamento de uma finta para o lajeamento da igreja e do adro e, em 1585, a Ordem de Cristo autorizou o douramento da sua capela-mor. No contexto da Dinastia Filipina, tendo Vila Franca do Campo sido atacada por corsários, o templo conserva no alçado da sua torre sineira voltado para o mar a marca do impacto de um projétil de artilharia, tendo abaixo dele sido inscrita a data do ataque: 1624, mesmo ano em que a Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais conquistou a cidade do Salvador, então capital do Estado do Brasil.[2]

Durante os séculos XVII e XVIII os diversos corregedores e visitadores registam-lhe diversos reparos a fazer. No século XVII, contava com um realejo, o qual foi substituído mais tarde por um órgão.

O bispo da Diocese de Angra, D. Frei Valério do Sacramento determinou, em 1747, que o templo fosse aumentado em altura e que a torre, toda de basalto negro, igualmente fosse reparada.

No século XIX esta torre foi referida como "monumento fúnebre", reclamando-se para ela uma caiação.[3]

Referências

  1. Conforme referido no testamento do Infante, datado de 13 de Outubro de 1460
  2. A tradição local pretende, curiosamente entretanto, que a torre foi edificada à época da Dinastia Filipina e que, para experimentar a sua resistência, foi atirada contra ela um grande peloiro, cuja marca do impacto seria a testemunha.
  3. "Açoriano Oriental", 1865, apud jornal Açores, 1955.

Ver também[editar | editar código-fonte]