Igreja de São Pedro (Vila Real)

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Igreja de São Pedro
Igreja de São Pedro (Vila Real)
Vista da fachada principal
Estilo dominante Barroco (igreja), Maneirista (capela-mor), Rococó (retábulo lateral)
Início da construção Século XVII
Fim da construção Século XIX
Religião Igreja Católica Romana
Diocese Diocese de Vila Real
Património Nacional
SIPA 11836
Geografia
País Portugal Portugal
Região Distrito de Vila Real
Coordenadas 41° 17' 56" N 7° 44' 36" O

A Igreja de São Pedro localiza-se em Vila Real, Portugal. A sua construção iniciou-se em meados do século XVII embora a Paróquia de São Pedro tenha sido instituída em 1528 para acomodar a população que vivia fora das muralhas da Vila Velha.

História[editar | editar código-fonte]

Em 1528 foi criada a nova paróquia de São Pedro, a primeira extra-muros, que se instalou primitivamente na Capela de São Nicolau, tendo sido estipulado que a Irmandade do Santíssimo da nova paróquia ficasse submetida à de São Dinis, que aprovava os seus gastos e eleições. Nesse mesmo ano deu-se início à construção da primitiva igreja, por iniciativa de D. Pedro de Castro.[1]

Em 1599, um testamento de Leonor Taveira lega à Irmandade do Santíssimo um almude de azeite por ano para a lâmpada do altar

Durante os séculos XVI e XVII, disposições testamentárias de Martinho Álvares Rebelo criam uma capela no altar-mor, com a obrigação de missas semanais, para o que vinculou certos bens, tendo sido neste período que se terá iniciado a construção da atual igreja.

A 18 de julho de 1612, o Padre Pantaleão Correia instituiu a capela com a obrigação de missas perpétuas, no altar das Almas

Em 1618 a Confraria do Santo Nome de Jesus transforma-se em irmandade, com estatutos próprios, tendo cerca de 250 irmãos

Em 1680, o monte a norte da Igreja encontrava-se arborizado, onde surgiam as Capelas de São Sebastião (a este), Santo António (a oeste) e no meio a do Bom Jesus do Calvário, onde terminava a Via Sacra.

O revestimento azulejar da capela-mor está datado de 1692, o qual foi mandado executar por Domingos Botelho da Fonseca Machado, cavaleiro professo da Ordem de Cristo.

Em 1711 dá-se a ampliação do templo, construção da nova fachada e torres, feitura dos arcos e respectivos retábulos laterais, e arco do baptistério, com o patrocínio de José Moutinho de Aguiar, juíz da igreja, e várias esmolas da população.

Em 1714 é assinado um contrato com o carpinteiro Filipe da Costa, de Vila Real, para fazer o forro da nave da igreja, com 3 carreiras de painéis, cada uma com 5 caixotões.

Em 1716 é assinado um contrato com o entalhador Manuel Vieira, de Felgueiras, para fazer o apainelado da capela-mor e o conserto do retábulo-mor. O apainelado levaria 30 painéis, "todos cobertos de talha, com seus frisos, florões e rompantes tudo entalhado".

A 30 de novembro de 1719, o Padre João Lourenço e a irmã Maria Rebelo instituíram uma capela no altar da Graça, com a obrigação de 105 missas anuais, nomeando para capelão e administrador da mesma o Padre Boaventura Dias.

Em 1720 foram construído os muros do adro e duas grandes escadas a norte, que subiam para o Monte Calvário. Foi ainda construída uma varanda de ferro a todo o comprimento da fachada principal (virada a sul), com outras duas escadas juntas e pátio no cimo delas.

A 17 de agosto de 1774, o arcebispo de Braga autoriza a instalação da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo nesta igreja.

O retábulo atualmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, proveniente, em data incerta, da Capela de São Sebastião é restaurado em 1831.

Em 1840, o retábulo-mor foi substituído, por estar podre, vendendo-se o lampadário de prata para custear a nova estrutura.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

Torre sineira

A agreja apresenta exemplares de arquitetura religiosa maneirista, barroca e rococó.

A Igreja foi construída no estilo barroco de nave única, conservando no entanto a capela-mor de estrutura maneirista, com sacristia adossada à fachada lateral esquerda. A fachada principal, integrada na vertente da tipologia regional de Vila Real (de igrejas com fachadas de grande verticalidade e no sub-tipo harmónica), está ladeada com duas torres laterais e remate central em empena contracurvada interrompida.

O retábulo lateral é do estilo rococó, com duplos espaldares borromínicos. O revestimento azulejar seiscentista da capela-mor integra registos, um deles datado e identificando o doador da capela.[1]

Materiais[editar | editar código-fonte]

A igreja apresenta uma estrutura de cantaria granítica, aparente na capela-mor e rebocada na igreja e anexo, exterior e interiormente. O pavimento é em madeira e lajes graníticas no supedâneo da capela-mor. Os silhares e revestimento da capela-mor são em azulejos. Apresenta retábulos de talha dourada e portas, coro-alto, guarda-vento em madeira. Os vãos, molduras, pilastras, lavabo da sacristia, pia baptismal e outros elementos são em granito. cobertura interior em caixotões de talha dourada, sendo os da nave e da sacristia pintados; cobertura exterior em telha; gradeamento metálico no baptistério e adro.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Almeida, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988;
  • Alves, Natália Marinho Ferreira, Alves, Joaquim J. B. Ferreira, Alguns artistas e artífices setecentistas de Entre Douro e Minho em Vila Real e seu termo, Sep. da Revista BRACARA AUGUSTA, vol. 35, Braga, 1981;
  • Simões, J. M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no Século XVII, tomo I e II, Lisboa, 1997;
  • Sousa, Fernando de, Gonçalves, Silva, Memórias de Vila Real, vol. 1, Vila Real, 1987
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Referências

  1. a b c d Teixeira, Ricardo (2001). «Igreja Paroquial de São Pedro / Igreja de São Pedro». Sistema de Informação para o Património Arquitetónico. Direção Geral do Património Cultural. Consultado em 14 de fevereiro de 2022